CAPÍTULO 1

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Desde pequena sempre soube que meu destino seria me casar com alguém da organização.

Fui criada pra ser a esposa perfeita, obedecer sem nunca reclamar. Abaixar a cabeça para tudo que um homem disser.

Mas meu coração sempre sonhou em ser livre. Pode viajar, conhecer  pessoas novas, fazer uma faculdade,  me casar com quem amo.

Sempre sonhei em ser médica, ajudar as pessoas, ter uma família feliz, mas infelizmente são só sonhos.

Minha família faz parte de uma das organizações criminosa mais poderosa da Itália conhecida Cosa Nostra.

Uma organização machista e cruel, onde as mulheres não tem valor, não tem voz.

Só servimos para gerar herdeiros ou como moedas de troca, com casamentos arranjados entre as famílias pertencentes ou para fazerem alianças com outras organizações que fortaleça a nossa.

Passei boa parte da minha vida em um colégio interno na França, fora do meu país de origem, por escolha de meu pai, não pensando em um bom futuro para mim, mas sim em seu próprio benefício.

Não estudei junto com as outras meninas da organização, a intenção do meu pai, é que eu me destacasse entre elas pra conseguir um casamento com mais vantagens para seu proveito.

Hoje ao 18 anos sou bem instruída, com um vasto conhecimento na área da tecnologia, e fluente em 5 idiomas, inglês, francês, alemão, russo e mandarim, fora minha língua materna o italiano.

Na opinião de meu pai isso pode abrir portas para excelentes acordos, assim podendo escolher o mais vantajoso pra ele.

Com um futuro incerto, arrumo minhas malas, hoje é  meu último dia aqui, amanhã os homens de meu pai vira me buscar.

É triste ter que me despedir das meninas e das freiras que convivi por tantos anos.

Ter que deixar esse lugar que conheço como lar à 8 anos, me faz quer chorar novamente.
Estou aqui dês dos meus  10 anos. Não sei o que me aguarda ao chegar em casa.

Casa essa palavra vem em minha mente, e sinto que casa é esse lugar que deixarei pra trás, dói só de pensar. Isso significa sonhos que nunca se realizará.

Fecho a última mala a deixando do lado da cama, já me preparando pra sai do quarto quando ouço alguém batendo na porta.
- Sarah posso entra!
- Claro.
Tento rir mas meu sorriso não chega até os olhos.

  Vejo minha melhor amiga Helena, com os olhos vermelhos e inchados, sei que chorou também.

- Não consigo  acreditar que você vai embora. Vou senti tanto sua falta... Queria tanto que fossemos pra faculdade juntas, como sempre sonhamos.

Ela me olha com os olhos marejados, o que faz  meu coração apertar ainda mais.

Sempre fomos muito próximas, inseparáveis, fazíamos tudo juntas.

Helena Vincent e eu temos a mesma idade, mas somos completamente diferentes, ela é  linda, uma verdadeira boneca, com seus traços delicados, alta, magra, cabelos negro um pouco abaixo do ombro, com seus olhos verdes e sua pele morena. Falante extrovertida, sempre exagerada.

Bem diferente de mim,  por outro lado eu com os meus cabelos castanhos claros que caem como cascata até o meio das minhas costas, sou baixinha com 1,65 de altura e com curvas avantajadas, que me fazem parecer madura para a minha idade, minha pele clara destacam meus grandes olhos azuis.
Sou tímida e não me comunico com facilidade.

Acho que foi por isso que nós demos tão bem.

Helena é francesa, pertence a uma família muito influente aqui da França, filha caçula de um governo que já está em seu segundo mandato.

Nos demos bem desde que chegamos aqui.

  - Há... Lena; como eu queria poder fica!

- Nem acredito que hoje é seu último dia aqui... O que eu vou fazer sem você?

Diz, se sentando em minha cama e pegando meu ursinho nas mãos e o abraçando.

- Eu separei ele pra você. Quero que fique com ele, e que nunca me esqueça.

Digo já com os olhos marejados e o coração apertado.

Ela levanta e vem me abraçar.

Não queria ir embora, me sinto tão bem aqui; mesmo que as irmã sejam rigorosas, mas é aqui que conheço como lar.

- Não tem como esquecer, você é minha melhor amiga, minha metade, minha irmã de coração.

Diz já vindo me abraçar.

- Pegue!

Fala tirando do bolso um papel dobrado, abro e vejo seu nome e um número de telefone anotado.

- Se algum dia precisar de qualquer coisa não hesite em me ligar. Esse é meu número, logo sairei também e não quero perder contato.

Olho aquele papel, já com uma pontada de esperança, não quero perder contato. Ela é muito importante para mim; mas tenho medo de acabar arrumando problemas pra ela, só de pensar nisso me da um calafrio. Já que não sei o que me espera ao chegar na Sicília. Uma vida que tentei esquecer. Jamais desejei volta.

Queria ter coragem pra fugir. Só de imaginar o que me aguarda, me embrulha o estômago.

Ter que me casar com um desconhecido; e quem sabe, até ter uma vida igual a minha mãe. Uma vida de sofrimento, servindo escrava e saco de pancada de um homem igual ao meu pai, e ainda ter que aguentar suas amantes provocando. Que Deus me ajude.

- Chega de pensa em coisas tristes. Vamos, as meninas e as irmãs prepararam uma surpresa pra você no jardim.

Diz já me puxando pra fora do quarto. Só me resta aproveitar essas últimas horas com as pessoas que me fazem sentido bem. E esperar, ver o que o destino me reserva

Toda terça sai capítulo 😉

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