Capítulo 6

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O Jogo da Defesa.

A sala do tribunal estava em silêncio absoluto, com todos os olhares voltados para o advogado de Heitor. Ele se levantou novamente, determinado a consolidar a defesa de seu cliente e a garantir que a verdade não fosse distorcida.

"Senhoras e senhores do júri," começou ele, a voz firme e carregada de emoção. "Estamos lidando com uma situação complexa, mas o que está em jogo aqui não é apenas a vida de um homem. É também a vida de uma mulher grávida e a proteção de uma futura família."

Ele caminhou lentamente pela sala, permitindo que suas palavras penetrassem na mente dos jurados. "Deixe-me relembrá-los de um fato crucial: Enrico não era um homem inocente. Ele tentou estuprar Rubi em uma festa, enquanto ela estava bêbada e vulnerável. Essa não é apenas uma alegação; é uma verdade que não pode ser ignorada."

Os murmúrios na plateia aumentaram, e Heitor sentiu um frio na espinha ao recordar aquele dia fatídico. A dor e o medo que Rubi sentira, a ameaça que Enrico representava, estavam agora sendo trazidos à tona, e ele sabia que precisava se manter firme.

"Naquela noite, Enrico atacou Heitor," continuou o advogado, gesticulando para Heitor, que ainda estava algemado, mas que agora parecia mais forte em sua determinação. "Heitor agiu instintivamente para proteger a mulher que ama. Ele não queria que Rubi fosse mais uma vítima."

O advogado fez uma pausa, observando as reações dos jurados. "Além disso, Rubi está grávida. Heitor está aqui, não apenas como acusado, mas como um homem que ama e quer proteger a mulher que espera seu filho. Ele não é um criminoso; ele é um homem que se viu encurralado e que tomou uma decisão difícil em uma situação desesperadora."

Ele então olhou diretamente para o júri, seus olhos ardendo com fervor. "Este não é apenas um caso de homicídio; é um caso de amor, proteção e sobrevivência. Heitor não deveria ser punido por ter defendido sua amada. Ele estava lutando por ela, lutando por uma vida que eles estão prestes a trazer ao mundo."

A sala ficou em silêncio, e Heitor sentiu o peso das palavras do advogado. Ele estava jogando suas cartas com inteligência, reescrevendo a narrativa que a promotoria tentava impor. Agora, tudo dependia do julgamento daquelas pessoas, que não apenas olhavam para os fatos, mas também para as emoções e a verdade que pairava no ar.

A promotoria, percebendo que a defesa estava ganhando força, levantou-se para contestar. "Estamos todos cientes do passado entre Rubi e Enrico, mas isso não justifica a brutalidade de que Heitor se valeu. Ele não estava apenas defendendo; ele tirou a vida de um homem."

O advogado de Heitor não se deixou abalar. "Sim, mas foi em legítima defesa. A questão é: o que você faria se a pessoa que ama estivesse em perigo? Heitor não procurou essa confrontação; ele apenas respondeu a uma ameaça real. Ele fez o que qualquer homem faria para proteger aqueles que ama."

As palavras reverberaram na sala, e o júri, agora mais envolvido, começou a considerar o que estava realmente em jogo. O destino de Heitor, de Rubi e do futuro que esperavam estava pendurado na balança, e o clima no tribunal mudou, com uma tensão palpável e a esperança de que a justiça pudesse prevalecer.

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