Amor Criminoso!

Capítulo 3

 Encontros e Segredos.

A atmosfera na sala de visitas era tensa, mas carregada de uma cumplicidade que apenas Heitor e Rubi compreendiam. Separados por uma mesa de metal, seus olhares se encontraram, e por um breve instante, o mundo lá fora deixou de existir. Rubi, com sua postura impecável e um ar de superioridade, entrou na sala com a confiança de quem estava no controle. Heitor, ainda algemado, não conseguiu esconder um sorriso ao vê-la.

"Eu já chamei o advogado," começou Rubi, sua voz baixa e segura, enquanto lançava um olhar casual em direção ao vidro espelhado que sabia estar sendo observado pelos investigadores. "Eles vão tentar apertar, mas temos tudo sob controle."

Heitor assentiu lentamente, mas logo sua expressão endurecida suavizou ao lembrar-se do que realmente importava. "E o bebê? Como... como vocês dois estão?"

Rubi respirou fundo, sua mão repousando levemente sobre o ventre, um gesto quase imperceptível, mas carregado de significado. "Está me dando enjoos todos os dias, mas... sempre que penso nele ou nela, só consigo lembrar de você, do pai que vai ter." Ela então tirou uma pequena foto do bolso, mostrando a ultrassonografia. "Aqui está, a primeira imagem do nosso bebê."

Heitor encarou a imagem por um longo momento, absorvendo cada detalhe do borrão em preto e branco que representava o futuro que jamais imaginou ter. Seus olhos se encheram de uma emoção crua e verdadeira, e ele sussurrou, a voz embargada: "Eu te amo, minha deusa."

Rubi sorriu com um brilho frio no olhar, mas havia uma doçura genuína no seu rosto ao responder: "Eu também te amo." Era uma confissão mútua que carregava um peso muito maior do que as palavras poderiam expressar.

Do outro lado do vidro espelhado, os investigadores observavam a interação atentamente, tentando decifrar cada nuance. A troca de olhares, a maneira como pareciam estar em sincronia mesmo em silêncio, a naturalidade com que Rubi assumia o controle da conversa enquanto Heitor, por trás das algemas, se mantinha forte. Um dos detetives balançou a cabeça, murmurando para o colega ao lado: "Esses dois... são manipuladores natos. Estão jogando um contra o outro, mas ao mesmo tempo, parecem inseparáveis."

"Sim," respondeu o outro, sem desviar os olhos da cena. "Eles sabem exatamente o que estão fazendo. Heitor está mantendo a culpa, e ela está usando cada carta emocional que tem. Precisamos estar um passo à frente, ou seremos nós a cair no jogo deles."

Enquanto isso, Heitor e Rubi continuavam seu breve momento de conexão, alheios às suspeitas que se intensificavam ao redor. A trama de mentiras e sentimentos verdadeiros continuava a se entrelaçar, tecendo um caminho incerto e perigoso para ambos.