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Camila.

Satan's Affair é um dos meus lugares favoritos no mundo. De noite, o festival ganha vida com risos, gritos de terror e animação, e gemidos de alegria com a comida frita.

Entrar no lugar cheio de casas assombradas, brinquedos do parque de diversão e food trucks é como entrar em energia estática pura.

Dinah e eu somos imediatamente sugadas pela multidão. É cindo da tarde e já está totalmente escuro, alguns dos monstros já começam a se infiltrar na multidão.

Meus olhos se fixam em uma garota vestida de boneca quebrada, sentada em um banco e comendo feliz um x-burguer Filadélfia. Eu quase solto um gemido, o cheiro da carne grelhada me faz salivar. Empurro dinah e aponto para a menina.

-Ela está vestida de boneca.

Dinah acena e nossos olhos analisam as casas. Elas ainda não estão iluminadas, mas algumas delas deixam óbvio qual o tema.

-Nossa infância, agora aqui na Itália. -murmuro, notando as casas de boneca apelidadas de Casa de Bonecas da Annie e Massacre do Chá.

A entrada é um ursinho de pelúcia gigante sem um olho, com uma orelha rasgada e sangue espalhado pelo seu pelo. Ele está segurando uma faca ensanguentada em sua mão.

Isso dá vida a uma memória da minha própria infância, assim como a de milhões de outras garotinhas, sentadas em uma mesa cheia de bichos de pelúcia e xícaras de chá vazias.

Aquela casa não terá uma festa do chá agradável, mas sim, cheia de bichos de pelúcia assassinos e monstros assustadores.

-Isso irá manchar todas nossas memórias de infância, né? -concluo.

-Com certeza -diz Dinah, seus lábios apertam tanto de animação quanto de pavor.

Pego a mão de Dinah e a levo em direção aos food trucks. Gostamos de comer primeiro antes de sermos atacadas por monstros. É estranho empurrar um cachorro-quente pela minha garganta enquanto um monstro assustador está atrás de mim, respirando no meu pescoço.

-O que parece bom? -pergunto com meus olhos avidamente checando as milhares de opções.

-Como escolher? -Dinah lamenta, compartilhando de meu dilema.

-Precisamos comer pelo menos um cachorro-quente do mal e as batatas fritas com brigadeiro. Ah! E os legumes fritos. Ah, e talvez...

-Você não está diminuindo as opções como pensa que está -Dinah interrompe com um tom seco.

-Tudo bem. Aquela boneca quebrada ali está comendo um x-burguer Filadélfia. Que tal aquilo e umas batatas fritas por agora?

-Lidere o caminho -diz ela, estendendo a mão impaciente.

Eu nem rio disso. Levo comida a sério da mesma forma quando estou com fome.
Quando a moça do food truck está entregando minha comida, estou faminta e tremendo pela necessidade de enfiar meus dentes em algo com substância.

A gordura ainda está chiando em nossas batatas fritas enquanto as colocamos em nossas bocas impacientes, e nos forçando a puxar ar enquanto elas queimam nossas línguas. No momento que achamos um banco vazio, minhas fritas já foram devoradas e dei várias mordidas deliciosas no meu sanduíche.

Dinah já comeu mais do que eu, provavelmente porque a vadia estava confiando em mim para encontrar um lugar para se sentar.

Por fim, eu me sento e enfio o sanduíche na boca, sem me importar com a gordura escorrendo pelo meu queixo.

Bem no fundo, eu me pergunto se Lauren está aqui, observando-me como ela sempre faz. Ela sentiria nojo da minha falta de educação? Espero muito que sim.

AMOR EM CONTRATO -CAMREN G!P DARK ROMANCEOnde histórias criam vida. Descubra agora