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Camila.

Quando desci as escadas naquela manhã, tudo que eu queria era um café. Nada mais. Eu precisava de algo que me ajudasse a lidar com o fato de estar presa nessa situação ridícula. Mas, assim que entrei na cozinha, lá estava ela. Lauren, sentada à mesa, tranquilamente folheando o jornal, com uma xícara de café na mão, como se aquela fosse a casa dela.

Eu quase parei no meio do caminho, não acreditando. É brincadeira, a mulher já estava agindo como se fizesse parte da mobília. Procurando com os olhos, percebi que meus pais não estavam em lugar nenhum.

-Onde estão meus pais? -perguntei direto, sem rodeios.

Ela levantou os olhos do jornal, me lançando aquele sorriso de canto irritante.

-Bom dia pra você também, Camila. -O tom de voz dela era despreocupado, como se estivesse se divertindo com a minha irritação. -Eles não te avisaram?

Eu já estava sem paciência desde que coloquei os pés na cozinha.

-Se tivessem me avisado, eu não estaria perguntando. -Minha voz saiu dura, e eu cruzei os braços, sem esconder minha irritação.

Ela deu uma risada leve, como se achasse graça da situação.

-Nossa, você é realmente muito simpática pela manhã, hein? -comentou, voltando a tomar um gole do café com uma tranquilidade que me irritava ainda mais.

Revirei os olhos e ignorei o comentário. Não estava no clima para as ironias dela.

-Onde eles estão, Lauren? -perguntei, dessa vez mais direta.

Ela colocou a xícara na mesa com uma lentidão calculada, como se estivesse fazendo de propósito para me provocar.

-Seus pais foram resolver as coisas do casamento. -Ela disse isso com uma naturalidade, como se estivesse falando de algo corriqueiro, como comprar pão.

Eu pisquei, completamente incrédula.

-Já? Eles já estão colocando essa ideia idiota em prática? E ainda me deixaram aqui sozinha com você? -A última parte saiu mais como um pensamento alto, mas foi impossível não demonstrar o quão absurda aquela situação era.

Lauren riu, seus olhos verdes brilhando de diversão enquanto me observava.

-Relaxe, Camila. Eu não sou nenhuma psicopata. -O tom dela era de provocação, claramente querendo ver até onde podia me irritar.

Eu a encarei com firmeza.

-Ah, eu tenho minhas dúvidas. -Respondi seca, cruzando os braços com mais força, tentando manter o controle.

Ela apenas sorriu mais, o que só serviu para aumentar minha irritação.

-Isso te irrita, não é? -Lauren perguntou, inclinando-se ligeiramente para frente, como se estivesse esperando que eu explodisse a qualquer momento.

Senti o sangue fervendo. Ela não tem ideia do quanto isso me irrita.

-Você nem imagina. -Rosnei, minha voz saindo quase como um aviso. Se ela queria me provocar, estava conseguindo.

-Hm... interessante. -Ela se recostou na cadeira, como se estivesse analisando minha reação com curiosidade.

Eu já estava prestes a gritar, quando ela decidiu jogar mais gasolina no fogo.

-Se isso te irrita tanto, imagina só como você vai ficar quando souber que terá que comparecer a um jantar com a minha família hoje à noite. E, antes que você pergunte, não, você não tem como dizer não. -Lauren disse isso com um brilho divertido nos olhos, como se estivesse me desafiando a contrariá-la.

AMOR EM CONTRATO -CAMREN G!P DARK ROMANCEOnde histórias criam vida. Descubra agora