09

163 11 0
                                    

Camila.

Uma semana havia se passado e eu me sentia cada vez mais como um animal enjaulado. Eu não esperava que Lauren fosse assim. Claro, também não achei que esse casamento seria flores, mas Lauren me passava a imagem de alguém tranquila, alguém que estivesse indo contra suas vontades para seguir o que seus pais queriam. Mas quando chegamos aqui ela se mostrou ser outra pessoa, alguém frio, possessivo e que as vezes me dá medo.

Lauren me proibiu até mesmo de ter um celular e poe diversos seguranças na minha cola, duvido até mesmo se não tenha alguma câmera dentro do banheiro de meu quarto para vigiar quantos minutos eu demoro no banho. Eu me sentia cada vez mais entediada nessa casa, lendo livros e mais livros que Lauren me trazia. Lauren era uma mistura de bipolaridade e psicopatia. Lauren era estranha, as vezes me olhava como se fosse capaz de me matar mas logo depois aparecia com livros dizendo que era para me entreter. Mas eu não baixava a guarda para ela, se ela estava achando q eu ia entrar nesse joguinho dela, ela estava muito enganada.

Os meus passos ecoavam pelo piso de mármore frio enquanto eu vagava pela casa. A imensidão do lugar me deixava com um nó no estômago. Cada sala era mais luxuosa que a anterior, com móveis de design moderno e obras de arte que exalavam riqueza e poder. Mas, para mim, tudo isso era apenas um reflexo da prisão em que me encontrava.

Os seguranças, vestidos de preto, estavam por toda parte. O olhar deles seguia cada um dos meus movimentos, como se eu fosse uma prisioneira em um conto de fadas distorcido. A sensação de estarem me vigiando me deixava ansiosa. Era como se uma sombra estivesse sempre por perto, sussurrando para que eu não me esquecesse da minha situação.

Caminhei até uma das janelas do corredor, tentando ignorar a maneira como um dos seguranças me observava a poucos metros. O dia estava nublado, e a chuva começava a cair de novo, pingando contra o vidro, como se o céu estivesse chorando pela minha liberdade perdida. Eu queria gritar, mas o eco da solidão na casa me deixava sem palavras. Era irônico como a solidão se sentia mais intensa em um lugar tão grande.

-Posso ajudar? -a voz de um dos seguranças cortou meus pensamentos, fazendo meu coração disparar. Ele estava parado na porta, seu olhar era sério e profissional.

-Não, obrigada. -respondi, tentando manter a calma. -Só estava admirando a vista.

Mas a verdade é que eu me sentia observada, um objeto de curiosidade. Havia algo inquietante na maneira como ele me olhava, como se estivesse avaliando cada movimento meu.

Caminhei para a sala de estar, onde havia um sofá de couro escuro e uma mesa de vidro. As janelas eram altas, permitindo que a luz entrasse, mas, mesmo assim, eu sentia como se estivesse em uma gaiola de ouro. Meus pensamentos giravam em torno da ideia de escapar, mas como? Com todos aqueles homens, era como se cada saída estivesse fechada.

Decidi explorar a cozinha, esperando encontrar algum lugar que me desse um pouco de paz. Mas mesmo lá, um segurança estava à espreita, aparentemente ocupado com seu celular, mas eu sabia que ele estava alerta a cada movimento que eu fizesse.

-O que você está fazendo? -perguntei, minha voz mais forte do que eu pretendia. O homem olhou para cima, surpreso, mas logo voltou a focar no seu telefone.

-Apenas me certificando de que está tudo em ordem. -respondeu ele, sem olhar para mim. Essa era a resposta padrão que já estava cansando.

Senti a frustração aumentar.

-Não posso nem ao menos fazer um lanche sem ser vigiada? -O desdém na minha voz não passou despercebido, e ele me lançou um olhar de reprovação.

-Eu só sigo ordens. -ele disse, seco. -Desculpe, mas não posso deixá-la sozinha.

AMOR EM CONTRATO -CAMREN G!P DARK ROMANCEOnde histórias criam vida. Descubra agora