capítulo 12 🎃

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Ponto de vista de Yazumar:

Acordei de madrugada com uma inquietação. Subi para o restaurante do hotel e fui comer. Ainda me sentia cansada. Peguei dois mistos e um café e me sentei em uma mesa próxima à janela, de frente para o mar. Olhei para o céu: a lua estava linda, brilhando intensamente. Estava dourada, e nem era lua cheia. Sua luz refletia no mar distante, que parecia um espelho refletindo a beleza da lua. Suspirei pesadamente, tentando relaxar os ombros enquanto comia.

Vi uma figura sentada na praia, distante. A curiosidade bateu: poderia ser um dos membros? Fiquei inquieta. Terminei de comer e continuei olhando para a paisagem, perdida em pensamentos sobre o passado. Mais uma vez, meu coração pesou e senti um nó preso na garganta. Olhei para a lua, e meus olhos se encheram de água, mas eu não queria sentir aquilo — essa sensação de incerteza. “Por quê?”, me perguntei. “Por que estou me sentindo assim por algo que foi apenas um delírio?”

Tentei me convencer de que era algo insignificante. Eu não queria ter saído correndo daquele jeito do hospital, mas eles me olharam como se tudo o que vimos fosse normal. Não foi. Eu não sabia quem eram, mas queria eles por perto. Ao mesmo tempo, um alerta de perigo se acendia dentro de mim só de pensar neles. O medo de que algo alto acontecesse novamente me apavorava. Em nenhum momento, eu podia impedir o que estava para acontecer. Ambos me mataram, como se eu não significasse nada. Que raiva!

Levantei, saí do restaurante e fui até a praia, ainda olhando para a lua. Senti uma vontade súbita de me lançar no mar. Foi então que o vi. Nossos olhares se encontraram, e eu esqueci de tudo. Foi suave, como uma brisa no vento frio trazido pela maré. Antes que ele dissesse qualquer coisa, eu falei, de forma inconsciente:

— Não consegui dormir — minha voz saiu sem eu pensar no que estava dizendo, como se fosse natural dar satisfação da minha presença ali.

Namjoon respondeu que também não estava com sono e fez um gesto na areia, me convidando a sentar ao lado dele. Eu não queria, na verdade, nem sabia por que tinha ido até ali. Mas, já que estava, me sentei ao lado dele. Após um silêncio constrangedor, falei:

— A lua está linda — comentei, olhando para o céu. Namjoon a acompanhou com o olhar.

— Sim, está. Parece... mais brilhante hoje, não é? — ele disse, mas senti um duplo sentido em suas palavras.

Por alguns instantes, um silêncio confortável se instalou entre nós. Vi Namjoon cruzar os braços, ainda olhando para o horizonte, e depois voltar sua atenção para o caderno. Ele parecia não querer forçar uma conversa, mas havia uma parte minha curiosa sobre o que o trouxe até ali. Então, me pronunciei novamente. Se eu não falasse, ele também não falaria.

— Você sempre escreve? — olhei para o caderno em suas mãos. Era óbvio que ele escrevia ou compunha, afinal, ele é cantor. Vi um leve sorriso surgir em seus lábios antes dele responder.

— Sim... é uma das poucas coisas que me ajudam a organizar a cabeça. Às vezes, parece que minha mente está em um turbilhão, e as palavras são a única maneira de colocar tudo no lugar.

Apenas balancei a cabeça, concordando. Eu entendia perfeitamente o que ele queria dizer, pois sou do mesmo jeito.

— Eu também escrevo — falei de forma simples. — Mas, nos últimos tempos, parece que as palavras não fluem como antes. Como se algo estivesse bloqueando minha criatividade.

Falei frustrada. Namjoon levantou uma sobrancelha, curioso, e olhou para mim.

— Talvez seja... o anel? — sugeriu em um tom leve, mas a sugestão carregava um peso. Parecia que ele tinha mais certeza do que eu sobre isso.

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