Fios do Destino

capítulo 11 ❤️‍🔥

Sob a Luz da Lua:

O hotel estava quieto. A noite envolvia cada canto com uma serenidade quase hipnótica, exceto por Namjoon, que se encontrava plenamente desperto. Por volta das três da manhã, ele acordou de um sono superficial, mas ao invés de se sentir cansado, sentiu uma estranha disposição. Algo o chamava, talvez o silêncio da madrugada ou a inquietação que ainda pairava em sua mente.

Sem muito pensar, ele se levantou, vestiu uma camiseta simples e subiu até o restaurante do hotel, que ainda tinha alguns funcionários de plantão. Ele pediu algo leve para comer – talvez uma fruta e um café – e se sentou em uma mesa perto da janela, com vista para a praia.

O céu estava limpo, e a lua, quase cheia, refletia sobre o mar, criando um brilho suave que dançava na superfície das ondas. Namjoon se pegou perdido naquele cenário, os pensamentos flutuando livremente. Tudo parecia calmo, mas sua mente estava a mil. Ele não conseguia parar de pensar em Yazumar e nas estranhas coincidências que ligavam todos eles. Por um momento, ele até riu sozinho, como se se divertisse com o absurdo da situação. "Delírio coletivo", pensou. Era a única explicação razoável. O fato de todos estarem conectados de formas tão inexplicáveis parecia uma grande peça que o destino resolvera pregar.

Terminado o lanche, ele desceu para o quarto. A brisa da madrugada soprava fria, e ele pegou um moletom antes de sair novamente, dessa vez em direção à praia. Ele também pegou um caderno e uma caneta – era impossível ignorar o desejo de escrever que às vezes o invadia. A noite parecia perfeita para colocar seus pensamentos no papel.

Caminhando pela areia fria e macia, ele encontrou um ponto tranquilo, longe de onde as ondas quebravam com mais força. O mar parecia uma extensão infinita, seus sons relaxantes misturados com o sussurro do vento. Namjoon sentou-se de pernas cruzadas, com o caderno sobre os joelhos e a caneta em mãos, mas por alguns instantes, ele apenas observou o horizonte.

A lua parecia mais brilhante do que nunca, sua luz refletindo no mar como um espelho gigante. Ele se pegou pensando se Yazumar estaria vendo o mesmo céu, talvez perdida em seus próprios pensamentos, assim como ele. Com um sorriso discreto, começou a rabiscar no caderno, sem um objetivo claro, apenas deixando as palavras fluírem.

O mar me acalma, mas minha mente grita. Quantos segredos mais estão escondidos entre as ondas e o céu? Oque nos conecta, de verdade? A lua brilha sobre nós três...

As palavras saíam quase sozinhas, como se sua mão soubesse o que escrever antes de sua mente entender. Cada frase carregava um pedaço de sua confusão, seu fascínio e suas dúvidas. Ele pensou nas memórias recentes, nas conversas com Yoongi, nos sonhos que o perseguiam noite após noite – especialmente o rosto indistinto da mulher que o fazia se sentir estranhamente vulnerável. Yazumar. Mesmo sem saber por quê, seu coração parecia reconhecê-la.

Ela é uma sombra nos meus sonhos, mas seu impacto é tão real quanto essa lua que brilha sobre o oceano... Será que algum dia ela vai perceber o que isso significa? Ou será que estou simplesmente me iludindo?

Namjoon fechou o caderno por um momento, olhando para o mar como se buscasse respostas na imensidão. As ondas vinham e iam, como os pensamentos que varriam sua mente sem parar. Ele sentiu o peso da noite, não como algo sufocante, mas como uma força misteriosa que o guiava para o desconhecido.

Com o caderno ainda em seu colo, ele riu mais uma vez, sozinho na escuridão. “Delírio coletivo”, murmurou para si mesmo. Talvez fosse isso mesmo, mas era um delírio do qual ele não estava disposto a acordar tão cedo.

A lua continuava sua vigília silenciosa, e Namjoon permaneceu ali, escrevendo, sentindo, e deixando-se perder por completo nas incertezas que aquela noite lhe oferecia.