🤍 CAPÍTULO 5 - Entre Jantares e Segredos

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Espero que estejam gostando
Boa leitura 🤍


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Wooyoung se olhou no espelho mais uma vez, ajeitando nervosamente a gola da camisa. Estava se preparando para o jantar que San havia marcado, e, por mais que tentasse, não conseguia se livrar do nervosismo que o consumia. San era uma incógnita, e aquele convite inesperado apenas aumentava o mistério que o cercava.

"Por que ele me chamou?" A pergunta ecoava em sua mente desde que recebeu a mensagem. Era difícil saber o que esperar de alguém como Choi San. E a ideia de um jantar privado, fora do ambiente profissional, parecia carregar um peso muito maior do que um simples encontro de negócios.

Quando finalmente chegou ao restaurante, "Chez Noir", foi recebido com um ambiente elegante, iluminado à meia-luz, onde o som discreto de um piano preenchia o ar. O lugar exalava luxo, e Wooyoung sentiu um frio na barriga. Ele sabia que aquele não era um convite casual. San não fazia nada por acaso.

Um garçom o guiou até a mesa reservada, e, quando ele se aproximou, viu San já sentado, impecavelmente vestido em um terno preto que realçava sua postura imponente. Havia uma taça de vinho em sua mão, e seus olhos estavam fixos em Wooyoung assim que ele entrou no salão.

— Você chegou pontualmente. — San comentou, sua voz baixa, enquanto indicava a cadeira em frente a ele. — Isso é bom.

Wooyoung sentou-se, tentando disfarçar o nervosismo que crescia a cada segundo. Ele olhou em volta, notando que o restaurante estava praticamente vazio. Era uma noite reservada, claramente planejada para privacidade.

— Obrigado por me convidar, senhor Choi. — Wooyoung disse, tentando soar educado. — Eu confesso que fiquei um pouco surpreso com o convite.

San ergueu uma sobrancelha, seus olhos se estreitando ligeiramente.

— Surpreso? — Ele repetiu, antes de tomar um gole do vinho. — Achei que já tivesse percebido, Wooyoung. Eu não faço nada sem motivo.

Aquele tom enigmático fez o estômago de Wooyoung revirar. Ele tentou manter a calma, mas era difícil diante da intensidade de San.

— Eu entendo. — Ele respondeu, embora, na verdade, não entendesse muito bem.

San pousou a taça de vinho sobre a mesa e inclinou-se ligeiramente para frente, seus olhos presos aos de Wooyoung.

— Eu te observei nesses últimos dias. — San começou, sua voz mais baixa, mas ainda firme. — Você tem um potencial que vai além do que a maioria consegue ver. E, mais importante, você tem algo que muitos aqui não têm: coragem.

Wooyoung piscou, surpreso. Ele não esperava esse tipo de elogio vindo de San, especialmente depois de ter passado os últimos dias sob a crítica implacável dele.

— Coragem? — Wooyoung repetiu, tentando entender aonde aquela conversa iria chegar.

San assentiu, seus olhos nunca deixando os de Wooyoung.

— Sim. Você não tem medo de me enfrentar, de me contradizer quando acha que está certo. Poucos têm essa ousadia. — Ele disse, um pequeno sorriso surgindo no canto de sua boca. — E é por isso que você me interessa, Wooyoung.

Wooyoung sentiu o coração disparar. Havia algo perigoso nas palavras de San, algo que ele não conseguia decifrar completamente, mas que o atraía de maneira inexplicável.

— Eu... Eu só tento fazer o meu melhor, senhor Choi. — Wooyoung respondeu, sentindo suas mãos suarem levemente.

San soltou um leve riso, como se a resposta o tivesse entretido.

— Ah, Wooyoung... — Ele murmurou, relaxando um pouco na cadeira. — Não seja tão modesto. Você sabe que há mais do que isso. Eu vejo que você tem ambição. E eu posso te dar a oportunidade de ir mais longe do que jamais imaginou.

Wooyoung piscou, processando aquelas palavras. A oferta estava clara, mas o que exatamente San queria dele? O que estava por trás daquela atenção especial?

Antes que ele pudesse formular uma resposta, San levantou-se lentamente, caminhando ao redor da mesa até ficar ao lado de Wooyoung. Ele se inclinou, seus olhos cravados nos de Wooyoung, e sua presença parecia preencher todo o espaço ao redor.

— Mas, é claro, há um preço para isso. — San disse, sua voz agora mais baixa, quase um sussurro. — Estar ao meu lado exige mais do que apenas competência no trabalho. Exige lealdade. E exige que você compreenda que, no mundo em que vivo, confiança é algo raro... e valioso.

Wooyoung sentiu o sangue gelar. Aquilo soava como uma advertência, e também como uma oportunidade. Mas o que San realmente queria? Lealdade? Confiança? Ou havia algo mais profundo em jogo?

— Eu entendo, senhor Choi. — Wooyoung respondeu, sua voz mais firme do que esperava. — Estou disposto a provar meu valor.

San observou-o por mais alguns segundos, seus olhos percorrendo o rosto de Wooyoung, como se estivesse avaliando cada reação. Então, com um sorriso quase imperceptível, ele assentiu.

— Ótimo. — San disse, endireitando-se novamente. — Vamos ver até onde você consegue ir.

A noite continuou com uma tensão palpável no ar. O jantar foi servido, mas a comida parecia ser apenas um detalhe secundário. San fez perguntas sobre a vida de Wooyoung, sua história, seus objetivos, e cada resposta parecia ser cuidadosamente analisada. A sensação de ser observado e avaliado era constante, mas, ao mesmo tempo, Wooyoung não podia negar que estava fascinado. Choi San era uma força da natureza, e havia algo irresistível em sua presença.

Quando o jantar terminou, San levou Wooyoung até a saída do restaurante. A noite estava fria, e o vento suave balançava as folhas das árvores ao redor.

— Vejo você amanhã. — San disse, sua voz firme, mas havia um toque de algo mais em seu tom.

Wooyoung assentiu, sentindo-se um pouco tonto com tudo o que havia acontecido naquela noite. Quando San entrou em seu carro e desapareceu pela rua, Wooyoung ficou parado por alguns momentos, tentando processar tudo.

Choi San o estava testando, isso estava claro. Mas o que viria a seguir? E por que ele não conseguia tirar da cabeça o fato de que, por trás de todo o poder e controle, San parecia ainda mais enigmático e... perigoso?

Enquanto caminhava de volta para casa, Wooyoung sabia que estava envolvido em algo muito maior do que ele esperava. E, por mais que o medo estivesse presente, havia uma parte dele que queria mais. Muito mais.

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Corações em Conflito - Woosan 🤍Onde histórias criam vida. Descubra agora