Nas regiões mais afastadas de Reliqin, fora dos imponentes muros da capital, havia uma cidade devastada chamada Marin. A viagem até lá a pé durava cerca de quatro horas, e, por todo o caminho, era possível sentir o ar pesado da destruição. As ruínas, cercadas por um campo arruinado, denunciavam o caos recente que se abatera sobre aquele lugar.
Dentro de uma cabana improvisada, montada entre os escombros da cidade, um grupo de bandidos se reunia ao redor de um homem imponente. Gabbo, o líder dos Bandidos da Montanha, observava com atenção a chegada de uma figura peculiar. O homem era alto, magro, com cabelos brancos que contrastavam com as marcas negras em seus braços, como se tatuagens sombrias cobrissem sua pele. Ele vestia uma manta cinza-clara com um risco lateral, dando-lhe uma aura de mistério. Esse era Andavor.
Ao entrar na cabana, o olhar de Andavor passou por todos, parando em Gabbo. Sem cerimônia, ele falou com um tom frio e calculista:
— Não há necessidade de destruir a cidade completamente, isso só vai chamar a atenção do Conselho de Batalha.
Gabbo, com um sorriso sarcástico, cruzou os braços e respondeu:
— O que você esperava? Somos bandidos. Saqueamos, pilhamos, destruímos. Faz parte do que somos. Mas, enfim, aqui está o que você queria.
Gabbo jogou uma bolsa no chão, o som metálico indicava o peso do conteúdo valioso.
— Isso tem algum valor? — ele perguntou, desafiando Andavor.
Andavor revirou os olhos, claramente impaciente com a provocação.
— Já disse para não falar meu nome em voz alta na frente desses vermes. — Sua voz estava carregada de desprezo. — E o que há dentro da bolsa não é da sua conta. Aqui está o seu pagamento imundo. — Ele lançou outra bolsa de moedas no chão, sem olhar para o líder dos bandidos.
Gabbo soltou uma gargalhada debochada, satisfeito, mas não menos desconfiado.
— Maldito corsário... — murmurou enquanto recolhia o dinheiro.
Andavor, sem dar importância, virou-se e saiu da cabana. Do lado de fora, cinco homens esperavam por ele, todos vestidos com mantos cinzentos semelhantes ao seu. Ao vê-lo, eles prontamente se agruparam ao seu redor.
— Vamos embora — disse Andavor em tom baixo.
Com um piscar de olhos, o grupo desapareceu, deixando para trás o cheiro de destruição e a promessa de algo sombrio que se movia nas sombras.
De volta à capital de Reliqin, dentro do imponente Castelo do Conselho de Batalha, uma reunião urgente acontecia. No centro da sala de reuniões, um homem chamado Invir Sundheart, o Ministral do Conselho, estava em pé diante de um quadro mágico que exibia as imagens coletadas pela equipe de investigação. A tela mostrava a cidade de Marin devastada e os bandidos aterrorizando seus moradores. As faces de Gabbo e Andavor, acompanhadas de suas respectivas informações, surgiam no quadro com detalhes.
Sentados à frente de Invir estavam os quatro ministros do Conselho de Batalha:
Stella Constellatio, Ministra da Organização do Conselho e da Capital.Atenor Fisborne, Ministro da Segurança, responsável pela proteção do complexo do castelo e da capital.Alvor Aesir, Ministro do grupo de espionagem, chamado de Corsários, e comandante do exército do Conselho de Batalha.Havier Potenzio, Ministro das Relações com Outros Reinos e chefe da Casa Potenzio.
Ao lado de Invir estava Miria, a Secretária do Rei, que segurava um dispositivo mágico chamado Magifone, permitindo que o rei Magnus Apolo II participasse da reunião à distância.
Invir, com uma expressão séria, iniciou a conversa:
— Devemos descobrir o que havia naquela bolsa que Andavor negociou com o líder dos Bandidos da Montanha. Todos aqui sabem do perigo que ele representa. Precisamos entender seus próximos passos e descobrir com quem ele está trabalhando agora, especialmente após sua renúncia do cargo de Sargento Corsário e o assassinato de um nobre da realeza.
Alvor Aesir, com a voz grave e concentrada, tomou a palavra:
— Meus homens já estão em ação. Infelizmente, o rastro de Andavor se perdeu após ele usar uma magia avançada de teletransporte. No entanto, graças aos esforços dos Corsários, conseguimos uma pista recente. Um de nossos informantes nas Florestas de Elficar revelou que Andavor teria um encontro com um homem desconhecido, mas o informante ficou aterrorizado quando tentamos descobrir mais sobre esse misterioso aliado.
Atenor Fisborne, visivelmente preocupado, acrescentou:
— Irei reforçar as entradas da capital e os muros, além de aumentar as patrulhas pela cidade. Também destacarei vigias mais próximos à floresta para garantir que possamos ser informados de qualquer movimento suspeito.
De repente, a voz vibrante e extrovertida do rei Magnus Apolo II surgiu pelo Magifone:
— Me perdoem por não estar presente pessoalmente, estou no Reino de Golar tratando de assuntos importantes entre nossos Reinos. — Sua voz, então, ficou mais séria. — Espero que todos vocês cumpram seus deveres com rigor. Voltarei em breve. E lembrem-se, usem a força, se necessário, para proteger Reliqin.
Com a mensagem do rei, Invir encerrou a reunião com um tom de alerta:
— Fiquem atentos e avisem a todos os Lutadores de Artefatos que estão na cidade. Precisamos estar preparados para qualquer ameaça.
A tensão na sala era palpável. A cidade de Reliqin, embora cercada por seus altos muros e protegida por heróis, estava agora diante de uma nova ameaça.
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Artifact Fighters (Light Novel)
FantasyEm um mundo onde existem artefatos mágicos que variam de nível comum a cósmico, os heróis são reconhecidos e classificados por seus feitos e habilidades, utilizando o mesmo sistema de ranques: Bronze, Prata, Safira, Lendário, Épico, Mítico, Estrelar...