Nem tudo são flores.

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O grupo 1, liderado por Kai, treinava intensamente em seu canto do campo, separado dos demais grupos, como Shade e Lynn haviam planejado para fomentar a ligação entre os membros. Kai estava se esforçando ao máximo, mas parecia ter dificuldades em controlar o fluxo de mana o suficiente para aperfeiçoar a técnica que tentava desenvolver.

Angel, percebendo o esforço de Kai, se aproximou dele:

— Kai, você está esforçado, mas está forçando muito o fluxo de mana pelo corpo, especialmente nas mãos. É um processo complicado, mais ainda quando se trata de lançar uma técnica. Antes, aprendemos a ativar e manter o fluxo de mana; agora, precisamos canalizá-lo e uni-lo ao nosso artefato para que a técnica flua. Conecte sua mente, seu corpo e o artefato.

Kai respirou fundo, concentrando-se em controlar melhor seu fluxo de mana. Depois de algumas tentativas, ele finalmente conseguiu criar uma energia esférica escura e instável entre suas mãos.

Analita e Bueno, que observavam à distância, ficaram impressionados com o que Kai conseguiu realizar.

— Olha só, você tem um artefato sombrio, Kai! — exclamou Angel, impressionada. — Não é fácil lidar com isso logo de cara, mas você já demonstra uma boa compatibilidade. Nem todos conseguem isso tão rapidamente.

Kai, animado, virou-se para Angel.

— E você? Ainda não treinou nenhuma técnica?

— Já tenho algo em mente — respondeu Angel com um sorriso modesto. — Só estava aprimorando. Vamos ver como os outros estão indo.

Kai, então, se aproximou de Analita, que estava um pouco afastada, visivelmente hesitante.

— O que houve, Analita? — perguntou Kai, preocupado.

Bueno, que estava próximo, explicou:

— Estava treinando com ela. Analita diz que não consegue criar nada...

Analita abaixou a cabeça, um tanto envergonhada.

— Eu tenho um problema — ela admitiu. — Algumas áreas do meu fluxo de mana são bloqueadas, uma condição que chamam de "falha de fluxo de mana". Isso dificulta a conexão com meu artefato.

Nesse momento, Angel se aproximou.

— Mesmo sendo da realeza, você continua com o mesmo problema, hein, prima? Não me surpreende que ainda esteja assim desde que recebemos nossos artefatos.

Kai, irritado, interveio.

— Angel, ela é sua prima. Não deveria falar com ela desse jeito.

— E o que isso tem a ver? — respondeu Angel, ríspida. — Eu precisei me esforçar por ela e por mim, então não me venham com sermões.

Kai e Bueno a encararam, concordando entre si.

— Ao menos tente ajudá-la — insistiu Kai. — Você entende mais sobre essas coisas do que eu.

Angel suspirou, relutante, mas acabou cedendo.

— Ok, pelo bem do grupo. — Ela se voltou para Analita. — Para você, será necessário focar nos pontos abertos de mana e ignorar os bloqueados. Isso requer muita concentração.

— E por que ninguém disse isso a ela antes? — questionou Kai.

Angel suspirou, com um tom amargo.

— Porque nossa família a rejeita. Eu fui escolhida para representar a família, junto com meus irmãos. Nosso Avô desaprova isso, mas os pais dela quase nunca a deixavam sair para aprender sobre artefatos quando descobriram essa falha nela.

— Isso é ridículo! — exclamou Bueno, indignado.

— Eu... realmente não me importo — Angel murmurou, desviando o olhar.

Kai, com um sorriso irônico, provocou:

— Diz que não se importa, mas foi a primeira a ensinar o que ela deveria fazer.

Enquanto o grupo 1 discutia, Shade e Lynn observavam tudo através das quatro telas mágicas que monitoravam cada grupo.

— Parece que o grupo 1 está passando por algumas dificuldades — comentou Shade. — Esse problema entre Angel e Analita...

— Sim. O diretor teve que se manter firme contra a decisão da família para trazer Analita — respondeu Lynn.

— Vamos manter o foco neles — disse Shade, atento aos desdobramentos no grupo.

Artifact Fighters (Light Novel)Onde histórias criam vida. Descubra agora