𝟎𝟔. ㅤㅤ𝓐 𝓛𝑰𝑻𝑻𝑳𝑬 𝓓𝑬𝑨𝑻𝑯.

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𝟎𝟔. ﹙A little death.﹚

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Após a confissão de Charlie no confessionário, uma faísca se acendeu entre eles, algo imprevisto, perturbador e incontrolável, que nenhum dos dois conseguia ignorar. 

O padre, que agora sentia um arrependimento crescente, observava atentamente cada movimentação de Sarah. Durante as missas, seus olhos involuntariamente a seguiam; a presença dela irradiava algo impossível de descrever, mas ele podia sentir o desconforto, a hesitação que existia entre eles.

Ver Sarah evitando-o, desviando o olhar sempre que ele estava por perto, despertava em Charlie uma inquietação inesperada. Ele não sabia se essa barreira recém-criada o machucava ou o trazia alívio, mas toda vez que a via se afastar, sentia um desconforto que não conseguia compreender.

Para Sarah, a situação não era menos agonizante. Cada vez que ouvia o nome de Charlie em conversas corriqueiras no convento, ela imediatamente abaixava a cabeça e murmurava orações em silêncio, tentando aplacar os pensamentos, a culpa que pesava sobre ela por permitir que o rosto de Charlie aparecesse tanto em sua mente. 

Durante a bênção, seu coração acelerava e o ato de se curvar diante dele a deixava vulnerável, quase exposta. Ela tentava a todo custo evitar qualquer situação em que pudesse cruzar com ele, como se a distância pudesse apagar as lembranças daquele momento no quarto e daquele segredo confessado no confessionário.

Já durante as missas, o desconforto entre eles era como uma chama lenta, que à primeira vista poderia passar despercebido pelos outros, mas ambos sabiam que estava lá. 

Sarah em meio às outras irmãs, abaixava a cabeça e fixava o olhar em qualquer coisa que não fosse a figura de Charlie no altar, mas algo dentro dela se traía, algo fazia com que seu coração batesse mais forte cada vez que ele começava a proferir as orações. Charlie observava de longe, cada gesto dela se tornava um novo enigma a decifrar.

Charlie por sua vez, se via preso em um turbilhão de pensamentos. Ele sabia o que devia sentir, mas inexplicavelmente, o que se passava entre eles parecia lhe roubar o senso de controle que sempre teve. 

Quando Sarah evitava seu olhar, ele sentia uma pontada de frustração e uma necessidade quase dolorosa de quebrar aquele muro que ela tentava erguer. Era como se ao fugir dele, Sarah estivesse tornando a conexão entre eles mais óbvia, deixando claro que sentia a mesma tensão que ele sentia. 

Cada vez que ela desviava os olhos, Charlie era tomado pela vontade de trazê-la de volta, de capturar aquele olhar mais uma vez e decifrar o que ela escondia atrás daquele rosto reservado e submisso. 

devotion, nicholas chavezOnde histórias criam vida. Descubra agora