And l think should come live with me

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- Na verdade - começou ele - Alexandre não está em casa. - ele fez outra pausa, quase me fazendo desmoronar ali mesmo - ele foi pegar lenha pra por na lareira.

Eu suspirei de alívio e disse:

- Tudo bem, obrigada.

Depois disso fui embora, eu não voltei pra casa, simplesmente saí andando sem rumo, tudo que eu queria fazer naquele momento era chorar.

E então cheguei no rio, o rio do meu sonho, Alexandre estava certo, eu conhecia aquele lugar, só não me lembrava.

Me sentei no chão de areia, e fiquei vendo a água do rio se movimentar com a correnteza. A minha visão ia ficando embaçada com as lágrimas. Pelo menos ele estava vivo, eu só não tinha conseguido ver ele. Na verdade eu não sabia porque eu estava chateada exatamente.

Os exatos passos que eu dei naquele dia eram os exatos passos que eu tinha que dar pra chegar até ele.

E os exatos passos que ele deu naquele dia foram os exatos passos que fizeram ele chegar ate mim.

- Com licença! - alguém gritou atrás de mim -  moça você não pode ficar aqui, ao horário do meio dia aparecem muitas cobras!

Eu virei o rosto para trás ainda com a visão um pouco embaçada, só consegui ver a silhueta de um garoto da minha idade que carregava alguma coisa.

- Sem problema, eu já vou embora. - disse.

Limpei o rosto e levantei rapidamente, notei que o garoto ainda estava parado no mesmo lugar de antes. Levantei o rosto para encará-lo, e o meu coração quase saiu pela boca, tudo que eu vi foi o menino com a pele bronzeada os olhos cor de amêndoa que estava aparecendo nos meus sonhos a mais de semanas, eu não consegui abrir a boca pra falar uma palavra. Tudo que eu sentia era muito intenso.

- Pérola? - disse ele.

Ele soltou os pedaços de lenha que estava carregando, e deu alguns passos pra chegar mais perto, e quando teve certeza que era eu, correu até mim, e me abraçou.

Eu ainda estava petrificada, nem tive a ação de abraçar ele de volta, fiquei paralisada. Senti uma última lágrima escorrer pelo meu rosto.

- O que você está fazendo aqui? - pergunto ele parando de me abraçar - Você vai voltar a morar aqui?

Fiquei confusa, eu tinha falado pra ele que estava indo pra Pensilvânia.

- Eu só vim passar o final de semana, mas talvez nas férias eu venha pro Acampamento. - respondi sorrindo.

- Você já foi lá em casa? - antes que eu pudesse responder ele continuou falando: - mamãe vai adorar ver você.

Respirei fundo e segui Alexandre, sua aparência era igual a que tinha nos meus sonhos, a única diferença é que ele parecia um pouco abatido e desanimado.

Nos cortamos o caminho até a casa dele e entramos pela porta dos fundos, a casa dele estava fria como sempre, depois do dia que cheguei tarde em casa a oito anos atrás, e minha mãe não deixou eu ir pra casa de Alexandre, achei que nunca mais pisaria ali, mas aqui estou eu, 8 anos depois.

Eu me sentei no sofá e fiquei admirando os quadros com fotos na sala. E então vi a mãe de Alexandre falar da cozinha.

- Meu Deus! Pérola como você cresceu! - disse andando até mim - faz tanto tempo que não vejo você querida.

A mãe de Alexandre havia envelhecido bastante, ela estava andando com a ajuda de uma muleta. Eu me levantei do sofá para abraça-lá e ela quase não me soltou mais.

- Como você está linda! Foi muito bom ver você Pérola - eu conseguia ver Alexandre assistindo tudo por cima do ombro,  ela me deu um beijo na bochecha - agora eu preciso voltar para o meu quarto.

O garoto que aparece nos meus sonhos Onde histórias criam vida. Descubra agora