The love last so long.

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     Especial de Hallowem 🎃

Quando cheguei em casa a primeira coisa que fiz foi ligar pra Betty, não estava conseguindo falar com ela, pois nem sempre a casa do meu tio estava com Internet.

- Você beijou ele?!?! - perguntou ela incrédula.

- Não, eu não beijei ele.

- Achei tudo isso muita informação, primeiramente que eu achava que ele nem estava vivo.

- É, eu sei - falei - mas ele não lembrou de ter sonhado comigo.

- Talvez ele nunca tenha sonhado com você

- Como assim?

- Você é tão burra, se ele não se lembra de ter sonhado com você, só você sonhou com ele, ou seja, essa coisa dele dizer que também está sonhando com você é tudo criação da sua cabeça.

Eu estava calada no telefone, muitas coisas estavam acontecendo ao mesmo tempo.

- Aliás, talvez esse Alexandre que você sonha tanto, pode muito bem ser um demônio. - disse ela com um tom grave na voz.

- Você acha mesmo que é isso?

- Não é tão difícil de acontecer, uma prima minha tinha um amigo imaginário quando era mais nova - contou ela - e então começou a ter sonhos muito estranhos com ele, até que um dia uma mulher muito religiosa parou ela na rua e disse que tinha um demônio rondando ela. E esse demônio tinha o mesmo nome que o seu amigo imaginário.

Estava boquiaberta, me tremendo de medo.

- Pérola?? Você ainda está aí? - disse a voz de Betty no telefone.

- O que você acha que eu devo fazer?

- não sei, vai num centro espírita, ou em uma igreja, sei lá - respondeu ela.

Então, eu desliguei o telefone, a minha vontade de dormir tinha sido morta pelo medo. Eu estava aterrorizada. Queria me enfiar dentro de um poço e ficar lá durante um bom tempo.

Minha mãe bateu na porta do quarto.

- Você quer ajuda para desfazer as malas? - perguntou ela.

- Não precisa. - falei. Ela pegou na maçaneta da porta e a puxou, mas então lembrou de algo e abriu a porta novamente.

- Aliás, aquele menino que faz Ballet com você veio aqui mais cedo - disse - ele queria que você fosse em uma reunião que o pessoal do Balé vai fazer hoje a noite.

- Onde?

- Lá no teatro.

Eu arquivei as sobramcelhas, não sabia porque haviam colocado essa reunião especificamente em um Sábado.

- Vocês já almoçaram - perguntou a minha mãe.

- Sim, almoçamos no caminho.

Meu corpo estava muito cansado, tudo que eu queria era dormir. Mas estava assustada demais para isso.

                  
                                   *  *  *

- Não acredito que você veio fofa - disse a  Ester me olhando de cima a baixo.

Tudo que eu queria era voar no pescoço dela, mas eu continuei olhando pra frente.

Todas as meninas estavam com suas roupas de balé brancas, eu era a única de rosa.

Todos estavam sentados no palco do teatro em uma roda, me aproximei e sentei junto com eles. Amanda afastou um pouco para que eu pudesse sentar ao lado dela.

O garoto que aparece nos meus sonhos Onde histórias criam vida. Descubra agora