Alexandre
Eu estou a beira da loucura.
As pessoas que normalmente têm Depressão elas usam o sono como uma forma de fugir da realidade, acabam dormindo para não terem que lidar com os próprios problemas.
"Mas então se você gosta de dormir, por que você tem medo de morrer?"
Eis a questão, quando dormimos sabemos que possivelmente iremos acordar, mesmo que as vezes você possa ir dormir e nunca mais acorde.
Mas o problema em si é o seguinte. Eu ando usando o método de dormir como uma forma de evitar a minha vida.
Acordei de manhã e vi o meu quarto ficar claro com a luminosidade da janela.
A vontade de não levantar reinava por todo o meu corpo, mais café, mais um dia de trabalho, mais uma aula, mais uma janta, mais um dia.
Não queria levantar.
Mas a minha mãe precisava de mim, e assim que lembrei disso saí do meu quarto. Ela estava na sala tomando café.
- Seu pai disse que você tem que ir buscar lenha - falou ela com um tom de cautela na voz.
Meu corpo se encheu de ódio.
A minha relação com meu pai, não era uma das melhores, desde que ele começou a ser um péssimo pai quando eu era pequeno a nossa relação foi por água abaixo.
Sai de casa e fui atrás de lenha, a única época do ano em que a Pensilvânia não fica tão fria e só no verão.
Demorei bastante tempo, uma hora no mínimo. Vi gaivotas voando pelo céu quando estava passando pelo rio , vivia naquele lugar quando era mais novo, até que por algum motivo resolvi parar de andar por ali. Passei a ficar mais em casa do que o normal.
Enquanto passava vi uma menina sentada na grama toda encolhida, ela com certeza não morava ali, pois não sabia que daqui alguns minutos aquele rio se enchia de cobras.
- Moça com licença - gritei atrás dela - você não pode ficar aqui, no meio-dia aparecem muitas cobras por aqui!
- Sem problema - respondeu ela - eu já estou indo embora.
Ela virou o rosto e eu a reconheci.
O meu primeiro amor, a menina que eu mais tinha amado em toda a minha vida, ela estava bem ali somente a alguns centímetros de mim
Fiquei paralisado, talvez estivesse a confundindo, já que ela não era mais da cidade.
Ela se levantou, e ficou de frente para mim.
Só aí tive certeza, era ela, Ana Pérola Sanchez, ela tinha mudado um pouco, mas ainda consegui reconhecer seu rosto.
- Pérola?? - perguntei com o meu coração na garganta.
Ela arquivou a sobrancelha e limpou o rosto. Eu derrubei os troncos que estava carregando, e dei alguns passos pra frente, estava tão nervoso que não conseguia correr. E então fui até ela e a abracei sem pensar muito. Até que me dei conta que ela podia ter ficado assustada então a soltei.
- O que você está fazendo aqui? - perguntei - voltou pra cidade?
- Eu só vim passar o final de semana, mas talvez nas férias de verão eu vou pro Acampamento. - Ela parecia estar um pouco tensa. Mas ainda assim estava sorrindo.
- Você já foi lá em casa? Mamãe vai adorar ver você - falei sorrindo pra ela de volta.
Juntei as madeiras que estavam no chão, e levei ela até a minha casa. Pérola estava tão bonita que não consegui parar de olhar para ela durante o caminho todo. Quando chegamos percebi que aquele foi o único momento em que a minha cabeça tirou seus pensamentos de Carol.
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O garoto que aparece nos meus sonhos
Teen Fiction"- sabe o que eu acho? - disse Betty - ele era sua alma gêmea, mas ele faleceu antes de te conhecer, então ele aparece no seu sonho, para viver um amor uma única vez antes de desaparecer pra sempre." Perola andava tendo sonhos com um garoto de olho...