O demônio de terno cinza, com abotoaduras de diamante e segurando o mesmo colar de sempre com o pingente de rubi no formato de uma flor está chegando cada vez mais perto. Já pressinto o cheiro de enxofre em seu hálito, fecho os olhos com o pavor que sinto neste momento.
Mas por algum motivo, ele não chega. Abro os olhos lentamente, e vejo que a alguns metros, à minha frente há uma mulher que se iguala a uma guerreira amazona. Sinto isso pela sombra das curvaturas de seu corpo, já que não consigo vê-la com nitidez.
As únicas características que consigo identificar são os seus cabelos ondulados e longos, e com o balançar deles, percebo que há uma marca em sua nuca, talvez de nascença, pois não parece uma tatuagem. Essa marca se assemelha a um coração, algo me diz que em algum momento da minha vida eu já vi aquela marca, só não me recordo quando e quem é essa mulher.
- Quem é você? - Pergunto, mas ela não me responde e sequer olha em meu rosto.
Eu acordo, e diferente das outras vezes, meu coração está calmo e sinto até uma certa paz, apesar da curiosidade que me atinge de quem é esta mulher. Levanto-me, pego meu celular e vejo que há uma mensagem de Alessandro, avisando que está me esperando em seu escritório, diz que precisa tratar de um assunto importante comigo. Me direciono para o banheiro e tomo um banho rápido.
Após vestir minhas roupas de tons pretos como de costume, me direciono para o escritório de meu irmão mais velho que fica aqui mesmo na mansão. Bato a porta e entro. Alessandro está sentado em sua cadeira digitando algo em seu notebook. Ao me notar ele se levanta e encosta-se em sua mesa, indicando para que eu me sente no sofá, o que eu faço.
- Bom dia irmão, tenho um trabalho para você. - diz de prontidão, eu apenas aceno com a cabeça para que prossiga com as informações. Ele prossegue. -Preciso que você pegue cinco dos nossos melhores soldados e invada uma casa de apostas no lado sul e destrua tudo, mas por enquanto sem ferir ninguém. Descobri que eles estavam planejando roubar nossas próximas cargas de drogas. Quero que eles vejam isso como aviso, para que não interfiram em nossos negócios.
- Considere feito. - Digo acenando em despedida para meu irmão, saindo já mandando mensagem para os cinco soldados escolhidos me encontrarem em frente ao portão. Sorrio já imaginando que hoje o dia será animado, e assim conseguirei distrair meus pensamentos e esquecer a amazona por hora.
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Entre a Máfia e os Segredos
Short StoryPara minha mãe eu seria uma freira, mas onde já se viu uma freira tendo o temperamento explosivo de uma colombiana e com tanto fogo embaixo do hábito. Com 7 anos, minha mãe disse que iria me mandar para o convento para que eu me tornasse freira, poi...