Era domingo de manhã, eu estava andando pelos jardins do terreno da mansão pensando no encontro do meio da semana com um dos herdeiros dos Bianchi. Alessandro. Senti que alguém estava se aproximando, foi quando me virei e me deparei com aquele homem. E que homem minhas amigas! Sei que meu objetivo aqui nessa casa é apenas investigar a morte dos meus pais, mas não pude deixar de apreciar aquela beleza.
Ele deve ter cerca de 1,90 de altura, olhos azuis, barba rala, tem um corpo musculoso e aquele perfume amadeirado, que só pelo aroma percebi que era caro. Ao segurar minha mão, me vi sumir dentro da sua. Na hora, não consegui parar de imaginar, que elas dariam um belo colar em meu pescoço, a simples lembrança me fez chorar, e não foi pelos olhos.
Continuei caminhando, afastando os pensamentos nada saudáveis da cabeça, quando cheguei até a piscina. Ela era tão grande que até se assemelhava a uma piscina olímpica. Estava observando o entorno, quando alguém emergiu do fundo da água. Era um homem, sua altura e seus músculos pareciam os de Alessandro, mas era apenas essa a semelhança, pois este tinha o cabelo loiro, quase dourado e um maxilar perfeitamente quadrado.
Ao abrir os olhos, notei que a cor deles se assemelhava ao mel que as abelhas produzem. Ele notou minha presença e pude jurar que ele deu um sorriso travesso, como uma criança que achou um novo brinquedo no parquinho. Ele saiu da piscina e caminhou até mim, secando o rosto na toalha. Parou a alguns passos de distância de mim e disse:
- Por acaso está perdida princesinha? - ele pergunta, sem perder aquele sorriso travesso. Me contenho para não lhe dar um revirar de olhos.
- Não estou perdida, apenas conhecendo os limites da casa. - respondo de forma quase rude, o que faz seu sorriso crescer mais ainda.
- Se não está perdida, no mínimo é nova por aqui, porque com certeza eu lembraria de você. - porra de cantada barata. - Como é mesmo o seu nome? - ele pergunta.
- Diana. E o seu? - devolvo a pergunta.
- Muito prazer Diana. Eu sou Antônio Bianchi, mas pode me chamar de amor da sua vida. - quantas cantadas chinfrins ele ainda consegue pensar?
- Então Antônio, como eu estava dizendo, apenas estou passeando pelo terreno. Por isso, vou continuar meu caminho. Com licença. - me despeço, já basta a interação com um dos herdeiros Bianchi no meio da semana, não estou afim de "socializar", com outro deles.
Já estava me virando para sair, quando sinto sua mão fechada segurando meu pulso, e me contenho para não respirar de forma pesada, já que meu corpo inteiro foi tomado por um arrepio que desceu até minha boceta. Era só o que me faltava, já não bastava ficar imaginando a mão de Alessandro como colar no meu pescoço, agora minha amiguinha e chegada, acorda com um simples toque de Antônio. Acho que essa mudança de casas não está me fazendo bem. Mesmo assim me recomponho e indago:
- Ia perguntar algo? Se não, poderia me soltar por gentileza. - digo entredentes para disfarçar a reação que meu corpo teve ao seu toque.
- Apenas ia te dizer que eu lhe acompanho. Afinal, que tipo de cavalheiro eu seria se deixasse uma dama, ou melhor, uma princesinha andando por aí, correndo perigo. - elá dá uma piscadinha para evidenciar a provocação com a porra desse apelido. Correndo o risco de afogá-lo bem ali naquela piscina, tento parecer o máximo impassível possível e lhe respondo:
- Não é necessário Antônio, já está quase na hora de entrar para eu preparar o jantar. Aé, tinha me esquecido, eu sou a nova cozinheira. Sendo assim, com licença.- antes que diga algo, eu me viro e saio, mas antes consigo ouvir sua risadinha convencida e irritante.
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Entre a Máfia e os Segredos
Short StoryPara minha mãe eu seria uma freira, mas onde já se viu uma freira tendo o temperamento explosivo de uma colombiana e com tanto fogo embaixo do hábito. Com 7 anos, minha mãe disse que iria me mandar para o convento para que eu me tornasse freira, poi...