Recomendação de música: Ocean - Elsa & Emilie
Boa leitura!
🌊
Wooyoung encarava a janela com tédio. As sobrancelhas se franziram e as caretas eram inevitáveis, refletindo os pensamentos que o atormentavam.Ele estava há horas na mesma posição na cama, pensando e repensando o propósito de sua viagem e por que as coisas pareciam tão estranhas consigo.
As luzes suaves do fim de tarde entravam sorrateiramente pelas frestas deixadas pela cortina. O sol estava se pondo; havia sido um dia bonito. Wooyoung estava mais do que confortável assistindo ao sol ir dormir, enquanto os pensamentos o invadiam sem piedade.
Havia planejado essa viagem com o intuito de se isolar, ter um tempo para si longe de tudo e de todos, e quem sabe, se encontrar. Mas até aquele momento, tudo o que sentia era que estava se perdendo cada vez mais. A praia deveria ser um local de refúgio, mas seu inconsciente custava a acreditar.
Era irônico. Passou tanto tempo achando que deveria e merecia estar sozinho, mas quando finalmente conquistou o espaço e o tempo que tanto queria, parecia não ser o suficiente. Parecia não ser o certo. Tudo o que fazia era se sentir vazio.
E mesmo que houvesse passado apenas um dia dentro daquele quarto de hotel, já parecia sufocante demais; o incomodava.
Wooyoung oscilava entre o desejo de querer ficar sozinho, pensando ser merecedor da solidão, e estar magoado por não ter com quem compartilhar suas experiências e vivências.
Ainda mais, temia se envolver novamente e acabar se destruindo outra vez.
Pensava que sua viagem poderia esclarecer suas dúvidas e saciar seus desejos, mas ficar naquele quarto enquanto o sol se punha apenas aumentava suas incertezas e confusões.
A proposta de San soava tentadora. A ideia de acompanhá-lo em um luau parecia muito mais convidativa do que desconfortável. Porém, o medo era avassalador, e ele se perguntava o que aquilo diria sobre si. Talvez que Wooyoung não conseguisse, nem por um momento, seguir com seus planos? Que sempre dependia de alguém para se sentir completo?
As perguntas e incertezas queimavam em sua mente. Queria acreditar que não estava repetindo o ciclo, que seus medos não eram apenas mais uma desculpa para continuar acomodado.
Wooyoung fechou os olhos por um momento, sentindo o peso dos questionamentos martelando em sua cabeça.
Decidiu que, por aquele momento, colocaria um fim nos pensamentos, levantando-se preguiçosamente da cama espaçosa e seguindo para sua mala em busca de roupas confortáveis.
Ao sair do hotel, a brisa leve e salgada do mar envolveu seu corpo. Podia sentir a areia fofa tocar seus pés, entrelaçando-se entre seus dedos finos e fazendo cócegas nas solas. O ar era frio, mas agradável. A Lua cheia, que timidamente começava a aparecer, contribuía para um clima fresco e aconchegante.
Caminhou guiado pela intuição até um grupo de pessoas que estavam próximas à água. Alguns estavam sentados na areia, conversando, outros preparando bebidas e petiscos, e uma porção se encarregava de montar a fogueira. San não estava entre eles.
Sentiu-se acanhado, tímido e sozinho por um momento. Temeu se aproximar mais, mas seus pés o traíram, e logo ele estava entre as pessoas, buscando um lugar para se sentar.
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Maré Mar | Woosan
Fiksi PenggemarO mar, cansado de ver o sofrimento de Wooyoung, resolve presentear-lo com seu filho, para que pudesse cuidar de sua alma quebrada, mesmo que fosse uma solução temporária. *Não tenho nenhuma intenção de ofender os mencionados, tudo não passa de ficçã...