V - O nosso primeiro beijo

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— Kevín você é tão cheiroso — Ramiro se perdia na curva do pescoço do garçom.

— Ai, Rams. Esse cheiro todo eu uso só para você. Isso, me aperta assim vai.

A rua escura, apenas iluminada pela luz fraca de um poste mais a frente. Os vidros da caminhonete já começavam a embaçar.

Os dois corpos estavam muito colados, quase se fundindo um no outro. As roupas ensopadas de suor e eles se despiram da parte de cima.

Kelvin era acostumado com toda aquela movimentação dentro de carros, fossem eles grandes ou pequenos.

Rams, você beija me tão gostoso. — Dizia entre beijos — Tira meu short, quero sua mão em mim.

Ramiro foi beijado profundamente enquanto tentava desabotoar e abrir o zíper daquele short muito apertado.

Quando finalmente viu a glande pra fora da cueca e iria tocá-lo... ele queria muito aquilo, sentir o Kevín em suas mãos.

Uma batida forte em sua porta. Ramiro acordou. Alguém o chamava desesperadamente. Xingou até a décima encarnação da pessoa que o tirou de seu melhor sonho.

Era Caio, tinha ido atrás de seu amigo que estava atrasado para uma reunião importante na cooperativa.

A plantação de alface de Ramiro estava rendendo. Ele foi esperto e decidiu plantar coisas fáceis inicialmente. New Spring tinha muitas fazendas, mas cultivavam muita soja, milho e coisas assim.

Pensando em abastecer a população local que acabava comprando de fora. Caio conseguiu uma reunião na cooperativa para Ramiro e apareceu alguém muito interessado não só nos alfaces, mas no seu pequeno cultivo de tomate cereja.

Ramiro abriu a porta atordoado e muito irritado.

— Quem é? Porr.. — Ele deu de cara com Caio e desistiu do xingamento. — Cara que desespero todo é esse?

— Ramiro, você esqueceu da reunião com a Lucinda?

Ele havia esquecido. Tomou uma ducha rápida, vestiu uma roupa qualquer e saíram juntos.

No caminho, Caio tentou saber o motivo de Ramiro estar tão esquisito ultimamente. Observara que ultimamente o fazendeiro andara um tanto, aéreo e irritadiço.

Ramiro queria contar para o seu melhor amigo. Bom, ele não sabia o que queria contar, mas sabia que precisava desabafar.

— Ramiro, a gente se conhece desde jovem. Você está estranho sim. Levou um fora de alguém? Tá apaixonado?

— Caio, me erra. Eu tô normal.

— E o que o Kelvin estava fazendo no seu carro naquela noite?

— Nada, Caio. Ele veio me contar uma coisa. Para de ser Metido. Chegamos.

Por terem chegado, Caio parou de importunar Ramiro com perguntas. Pelo menos por hora, ele não iria sossegar até descobrir. Ele sabia que seu amigo demorava a falar, escondia coisas, mas acabava contando de algum jeito.

A reunião foi excelente. Um bom negócio foi feito e Ramiro ganharia mais do que imaginara, e se conseguisse produzir mais o lucro dobraria. Estava emocionado, quando comprou a sua terra, não imaginou que teria um retorno tão rápido, mas estava dando tudo certo.

Terminada a reunião, Caio quis comprar um presente para sua noiva e Ramiro o acompanhou até a loja da cidade vizinha, em Cambucá.

Enquanto Caio escolhia, Ramiro ficou sentado, observando de longe algumas peças que certamente ficariam lindas em Kelvin. Sentiu vontade de ir ao bar vê-lo, mas se sentia um pouco receoso após o sonho.

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