III - Presente

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Madá tinha conseguido um bico de decoradora de festas e seu noivo Chico, como um bom homem que era, saiu da banca para ajudá-la a deixar tudo pronto.

Eles eram um casal bonito, que se apoiava muito. Enquanto ajeitavam tudo, Madá resolver puxar o assunto do casamento.

— Chico, meu amor. Fazem seis meses da última vez que a gente falou sobre o casamento. Você não acha que nós poderiamos falar sobre isso novamente?

— Se você acha, a gente conversa sim, Madazinha. Você já pensou em uma data?

Os dois conversaram tranquilamente enquanto deixavam tudo organizado para o aniversário de logo mais. Não chegaram a uma data em comum, mas prometeram retomar a conversa depois. Era sempre assim, nunca dava em nada.

No fundo os dois sabiam que não queriam casar. Não queriam se separar, queriam continuar juntos, mas casar não. Eles só não tinham coragem pra falar um para o outro.

Alguém chegou chamando no portão, era os salgados encomendados, que a dona avisou a Madá que chegariam e pediu para que ela recebesse.

Quem apareceu com as caixas na mão? Jão.

Jorge, mais conhecido como Jão. Era uma pedra no sapato de Madalena, ela perdia toda a paciência e compostura quando ele aparecia.

Não havia motivo algum para que ela se irritasse tanto com o homem gratuitamente. O próprio não entendia também, ele a respeitava porque sabia que ela era noiva, mas ele tinha um grande interesse por ela.

Chico observava de longe a conversa dos dois. Estourou até uma bexiga para chamar atenção.

Sentindo-se ameaçado, Chico logo chegou junto a sua noiva para marcar território. Porque ele traía, mas ser chifrudo não, pois uma coisa não tem nada a ver com a outra.

— E aí, já entregou as coxinhas. Agora vaza. — Chico falou para o outro.

— Chico! — repreendeu Madá.

— Ai Madazinha a gente precisa terminar de arrumar, jajá as pessoas começam a chegar. — justificou-se pela sua falta de educação.

— Boa tarde para você também Francisco. Eu vou indo lá Madá, não quero atrapalhar vocês. Os salgados estão entregues.

Madá deu graças a Deus porque o outro foi embora, mas ao mesmo tempo, queria ter ficado conversando um pouco mais com ele.

💟

Era aniversário de Roxelle e Chico sabia que se aparecesse sem nada pra ela, era capaz da mulher bater nele e ainda fazer greve de sexo. Ele não aguentaria.

Um tempo depois de abrir a banca com o pai, Chico disse que precisaria sair um pouco e que iria demorar.

Ele foi até  New Spring para comprar o presente, não podia arriscar que alguém contasse a Madá o que ele estava comprando, já que não era para ela.

Ele entrou em uma loja de lingerie, escolheu uma preta minúscula. Ele sabia que ela ia gostar, e ele mais ainda por vê-la usando para depois tirar. Não era bobo, era um presente para ele próprio apreciar.

Alugou um motel barato no meio da estrada e enviou uma mensagem para a amante.

📱 Chiquito: localização 📌
Xellinha tô aqui te esperando. Pede uma moto por aplicativo que eu pago.

📱Roxelle: uma moto Chico?

📱Chiquito: ow minha princesa, é mais barato. Vem logo que eu tô com saudades.

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