A floresta que cercava o castelo de **Calthor** se estendia por quilômetros, como uma fortaleza natural feita de árvores antigas e montanhas sombrias. Era o início do outono, e as folhas tingidas de vermelho e dourado dançavam no ar enquanto caíam lentamente no chão, uma lembrança silenciosa do passar do tempo. **Jimin** observava a paisagem com um misto de admiração e ansiedade enquanto sua carruagem avançava pelos caminhos de pedra sinuosos que levavam ao coração da fortaleza.
Ele estava a caminho do castelo real, convocado por uma razão que até agora permanecia um mistério. Seu pai, o general Park, era um homem de poucas palavras, mas suas expectativas para o filho sempre foram claras. Jimin deveria ser um guerreiro digno do nome de sua família, não importa o quanto sua aparência o fizesse parecer frágil aos olhos dos outros. No entanto, Jimin sempre soubera que a sombra de seu pai era quase impossível de ser superada. O general Park era um herói, um homem que havia lutado em incontáveis batalhas e garantido inúmeras vitórias para o reino de Calthor. E Jimin? Ele era apenas o "filho bonito" do general, uma presença decorativa em eventos formais, mas raramente levado a sério nos campos de treinamento.
Jimin sentiu os músculos das mãos se contraírem levemente ao pensar nas palavras que ouvira tantas vezes dos outros soldados. "Ele é lindo demais para um campo de batalha", diziam. "Um rosto como aquele é mais adequado para os salões de baile do que para a linha de frente." Mas Jimin não se importava com suas palavras. O desejo de provar seu valor como guerreiro, de mostrar que não era apenas uma face bonita, ardia mais forte do que nunca.
À medida que a carruagem se aproximava do castelo, os portões de ferro imponentes se ergueram à sua frente. Guardas com armaduras reluzentes permaneciam atentos em seus postos, suas expressões rígidas e disciplinadas. Jimin respirou fundo, sentindo o peso da responsabilidade em seus ombros. Estava prestes a entrar no domínio do rei Jungkook, o homem conhecido por sua postura severa e coração endurecido. Jimin havia ouvido as histórias sobre o rei — um jovem que assumiu o trono cedo demais, forjado pelo sofrimento e pela traição, e que agora governava com uma mão de ferro, temido tanto pelos nobres quanto pelos camponeses.
A carruagem parou lentamente no pátio do castelo, e o silêncio pesado caiu sobre Jimin. Ele saiu do veículo, seus pés tocando as pedras frias do chão com um leve som que ecoou pelas paredes da fortaleza. Seus olhos se voltaram para o castelo em si — uma estrutura grandiosa, com torres que pareciam perfurar o céu. As bandeiras com o símbolo real de Calthor balançavam ao vento, e a arquitetura imponente fazia o jovem se sentir pequeno e insignificante, mesmo com toda sua determinação.
Os servos que o receberam o conduziram rapidamente para dentro, onde os corredores eram longos e repletos de tapeçarias detalhadas, retratando cenas de glória do reino. Os passos de Jimin eram silenciosos, mas seu coração batia com força em seu peito, um misto de nervosismo e excitação. Ele não era apenas o filho de um general visitando a corte. Ele estava aqui para algo maior — algo que ele ainda não entendia completamente, mas que sentia estar à sua espera.
Enquanto caminhava pelos corredores do castelo, ele pensava no olhar de seu pai na noite anterior à sua partida. O general Park não era um homem de muitas demonstrações emocionais, mas seu silêncio na despedida dissera mais do que palavras poderiam expressar. Havia uma expectativa nos olhos de seu pai, uma espécie de julgamento silencioso. Jimin sabia que seu pai esperava que ele provasse seu valor diante do rei, mas o que exatamente ele deveria fazer? Era uma questão que ecoava em sua mente desde que recebera o chamado.
Os servos o conduziram até uma antessala luxuosa, onde ele deveria esperar a audiência com o rei. O espaço era adornado com colunas esculpidas e grandes janelas que deixavam a luz suave do fim da tarde banhar o local. Jimin se sentou em uma cadeira de veludo escarlate, as mãos cruzadas no colo, tentando controlar a ansiedade que ameaçava tomar conta de seus pensamentos. Seus olhos vagaram pelas paredes, observando os detalhes minuciosos dos mosaicos e as cores vibrantes dos vitrais. A riqueza da corte era incomparável, e por um breve momento, ele se sentiu desconectado daquele mundo, como se fosse um estranho entre a realeza.
Porém, seu tempo de reflexão foi interrompido por uma voz grave e autoritária.
— O rei está pronto para vê-lo.
Jimin levantou-se rapidamente, respirando fundo para acalmar os nervos. O momento que ele esperava, o encontro com o rei Jungkook, finalmente havia chegado. Ele seguiu o guarda até uma imensa porta de madeira maciça, esculpida com símbolos antigos que representavam o poder e a glória de Calthor. O som das portas se abrindo ecoou pelos corredores, revelando o salão do trono.
Jimin entrou devagar, seus olhos se ajustando à grandiosidade do ambiente. O salão do trono era vasto, com pilares que se erguiam até o teto abobadado e janelas que deixavam a luz do pôr do sol entrar, tingindo o chão de mármore com tons dourados e laranjas. No centro de tudo, elevado em uma plataforma de pedra negra, estava o trono. E ali, sentado com a postura impecável e a expressão impassível, estava o rei Jungkook.
Jimin já havia ouvido rumores sobre a beleza quase intimidadora do rei, mas nada o preparara para o impacto real. Jungkook parecia esculpido em pedra, seus traços perfeitamente simétricos, mas havia uma frieza em seu olhar que o tornava inatingível. Seu manto negro caía sobre os ombros largos, e ele se mantinha imóvel, como se fosse parte da própria estrutura do trono. Jimin sentiu um arrepio percorrer sua espinha. A presença do rei era avassaladora, e o silêncio no salão parecia sufocante.
— Jimin, filho do general Park — a voz de Jungkook ressoou pelo salão, baixa e profunda, como um trovão distante.
Jimin se adiantou, mantendo o olhar fixo no chão por um momento antes de erguer a cabeça. Seus olhos encontraram os de Jungkook, e por um breve segundo, o mundo ao redor pareceu desaparecer. Havia algo nos olhos do rei, algo que Jimin não conseguia decifrar. Talvez fosse cansaço, ou talvez fosse solidão, enterrada sob camadas de orgulho e poder. Seja o que fosse, aquilo o atingiu de maneira inesperada.
— Majestade — Jimin disse, fazendo uma reverência cuidadosa. Sua voz estava firme, mas ele podia sentir o coração batendo descontrolado em seu peito.
Jungkook o observou em silêncio por um momento que pareceu durar uma eternidade. O rei não se movia, não expressava nenhuma emoção visível, mas havia uma intensidade em seu olhar que fazia Jimin sentir como se estivesse sendo avaliado em cada aspecto — sua postura, sua coragem, até seus pensamentos mais profundos.
Finalmente, Jungkook se levantou, o manto escuro deslizando pelo chão enquanto ele descia os degraus de pedra em direção a Jimin. Cada passo que ele dava parecia ecoar pelo salão, aumentando a tensão no ar. Quando ele finalmente parou diante de Jimin, os dois estavam próximos o suficiente para que Jimin sentisse o calor da presença do rei.
— Dizem que você quer se tornar um guerreiro — Jungkook disse, sua voz carregada de curiosidade, mas também de ceticismo.
Jimin engoliu em seco, mas manteve o olhar fixo no rei. Ele sabia que essa era a oportunidade de provar seu valor, de mostrar a Jungkook que ele não era apenas o filho de um general. Ele era mais do que as expectativas que o reino colocava sobre ele.
— Quero provar que sou digno de meu nome, Majestade — Jimin respondeu, sua voz soando mais forte do que ele esperava.
Jungkook continuou a observá-lo, como se estivesse tentando ver através dele. Após um momento de silêncio, o rei deu um leve sorriso, mas não era um sorriso acolhedor. Era um sorriso calculado, como o de alguém que está prestes a jogar um jogo perigoso.
— Vamos ver do que você é capaz — Jungkook disse, dando as costas e caminhando de volta ao trono. — Amanhã, você treinará com meus melhores guerrei
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Corações em Chamas •Jikook•
FanficNo reino de Calthor, o jovem rei Jungkook governa com uma mão de ferro, endurecido por um passado de traições e pressões constantes da realeza e da nobreza. Seu trono é uma prisão dourada, e sua alma está envolta em solidão, sempre desconfiado de to...