𝆹𝅥 ︴Nakamura Mizuki é uma idol amada, doce e incrivelmente talentosa.
៹ Sempre que Mai ( como foi apelidada carinhosamente pela aldeia onde cresceu ) pousava seus olhos em certo idol, era tomada por uma intensa explosão de sentimentos, mas nada pa...
— Bom trabalho meninas! Vamos fazer uma pausa por enquanto, voltamos a ensaiar daqui a 10 minutos. — A voz da coreógrafa invadia meus ouvidos antes preenchidos pela nova música de nosso grupo.
Assim que a voz cessa, me dirijo imediatamente até o bebedouro, onde as meninas me cercam alegremente, todas ofegantes devido ao esforço exigido na coreografia.
Forço um sorriso, mesmo com o peso do cansaço em cada músculo, e me junto ao pequeno círculo que as garotas formam ao redor do bebedouro.
— Como tá a coreografia, Mai? — Hanni pergunta, enxugando o suor da testa com a toalha colorida que ela sempre traz.
— Tá mais difícil do que eu imaginava. — Admito, rindo um pouco ao perceber as expressões cansadas delas. — Mas acho que estamos nos saindo bem, não é?
Danielle acena empolgada, com aquele brilho nos olhos que sempre me deixa com mais energia.
— Mais do que bem! Vamos brilhar nos palcos, Mai! A coreografia está incrível para essa música, é tanta energia que é impossível parar!
— Nem parece que foi a Dani que ontem mesmo queria fugir do ensaio. — Minji comenta, rindo e cutucando Danielle, que fez uma careta brincalhona.
Hyein, que estava mais calada, toma um longo gole de água antes de finalmente falar: — Bom, ainda bem que vamos descansar um pouco. Eu tô.... — Ela suspira, encostando-se na parede com uma expressão de exaustão cômica que nos faz rir. - Destruída.
— Se depender do descanso de dez minutos, vai continuar destruída! — Hanni ri alto, encostando a cabeça no ombro dela, as duas trocam risadinhas enquanto comentam sobre os movimentos mais difíceis da coreografia.
O clima leve me renova, e agradeço mentalmente por esses momentos que compartilhamos, sabendo que são essas pausas e risadas que nos fortalecem juntas.
De repente, a voz da coreógrafa interrompe nosso momento, nos convocando novamente ao ensaio. Mas assim que me preparo para ir. meu celular vibra incessantemente em meu bolso, me fazendo pegá-lo instantaneamente. Assim que o ligo, me deparo com uma quantidade impressionante de notificações de diversas redes sociais. Os toques eletrônicos não param de tocar e a ansiedade toma conta de mim. Por um momento, apenas fixo meu olhar no aparelho, paralisada. Até que a voz da mulher pronta para nos fazer ensaiar, novamente me tira de meus devaneios.
Sou obrigada a largar meu celular em um canto aleatório e voltar às pressas para o centro da sala, posicionando-me em frente ao espelho, na minha posição inicial da coreografia. A música se inicia, as meninas se movimentam conforme a dança mas sou a única que permanece imóvel. Meus pensamentos ainda nas milhares de notificações inesperadas me impedem de focar no momento presente.
— Foco meninas. — A voz impaciente da coreógrafa ecoa na sala. os olhares confusos e desconfiados das meninas caem sobre mim. Me sinto envergonhada. Onde foi para a minha concentração?
— Desculpe, acho que preciso de uma pausa... — Falo, e todas na sala voltam seus olhares novamente para mim.
— Tudo bem. Encerramos os ensaios por hoje meninas, amanhã começamos cedo.
Quando somos dispensadas, pego meu celular rapidamente e corro até o lugar mais tranquilo da empresa: meu dormitório. Adentrando o quarto, tranco a porta apressadamente e ligo meu celular. A ansiedade novamente toma conta de mim no momento em que clico na primeira notificação. Meus batimentos cardíacos se aceleram numa velocidade impressionante. Não pode ser verdade.
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No momento em que vejo a publicação, meus pensamentos congelam. Todos os pontos se ligam em questão de segundos. Isso poderia muito bem ser uma montagem de mal gosto, mas não. Não pelo jeito que o Sunoo falou comigo, não pelo meu suposto sumiço na festa, não pela mensagem que recebi de Niki no dia seguinte. Tudo se encaixa perfeitamente, mas nada me vem na memória. É como se todos os acontecimentos tivessem se transformado em um grande e confuso borrão.
Não sei ao certo o que fazer. O silêncio do meu quarto parece mais pesado do que nunca enquanto fico encarando a tela do celular, tentando processar o que estou vendo. Minhas mãos começam a tremer um pouco, e um frio estranho toma conta do meu estômago. Eu penso em fechar a janela da publicação, talvez numa tentativa ingênua de evitar o que está diante de mim, mas meus dedos hesitam antes de tocar o botão. Não consigo simplesmente tirar isso da cabeça.
Pego o celular novamente e abro o chat com Sunoo. Minha mente está dividida entre mil perguntas e nenhum raciocínio claro. Escrevo e apago mensagens uma, duas, três vezes. "Sunoo, você tem certeza do que viu?" Ou talvez "Como eu pude esquecer algo assim?" Mas nenhuma dessas mensagens sai, porque, no fundo, tenho medo da resposta. Medo de confirmar que algo realmente aconteceu e de encarar o que isso implica.
