A ELE, MEU CORAÇÃO - Livro 1

Cap. 8 : Perfume de um Dia Perfeito em Paris

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           ➥ Wang Yibo

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No dia seguinte à minha conversa com a minha mãe, Zhan e eu voltámos a casa dos meus pais para nos despedirmos. Íamos partir para Paris em breve, e apesar de esta visita durar apenas alguns minutos, estava carregada de emoção. A minha mãe abraçou-me longamente, o seu sorriso gentil mal conseguia esconder uma leve preocupação. O meu pai, por outro lado, colocou uma mão firme no meu ombro, lançando-me um olhar cheio de subentendidos. Sabia que o incidente com Yao ainda pesava na sua mente, mas decidi deixar tudo isso de lado para aproveitar plenamente esta viagem com Zhan.

Três dias depois, embarcámos para Paris. A viagem de avião, embora longa, foi pontuada por momentos de ternura e cumplicidade. Sentados lado a lado na primeira classe, aproveitámos cada instante. Zhan tinha aquela capacidade rara de tornar tudo mais leve e alegre, mesmo um voo de várias horas. Conversámos sobre tudo e nada — os nossos planos, o que ele queria mostrar-me em Paris, e até pequenos detalhes como os pratos que ele queria que eu experimentasse nas brasseries francesas.

A certa altura, quando o avião atravessava uma zona de turbulências, Zhan inclinou-se para mim, o seu olhar brincalhão iluminado pela fraca luz do compartimento. « Se tivéssemos de fazer uma aterragem de emergência algures », sussurrou com um sorriso, « onde gostarias que fosse? »

Ri suavemente, divertido com a sua pergunta. « Diria que numa praia, no Havai, talvez? Mas para já, Paris parece-me ótimo. » Rimos os dois, partilhando esse momento de leveza que afastava temporariamente os meus pensamentos sobre Yao.

O resto do voo foi tranquilo. A certa altura, Zhan adormeceu no meu ombro, a sua respiração regular aquecendo a minha pele. Observei-o por um momento, os seus traços serenos e descontraídos. Uma onda de ternura tomou conta de mim. Paris prometia-nos momentos inesquecíveis, e eu estava pronto para aproveitar cada um deles.

Ao aterrar, o aeroporto de Roissy-Charles de Gaulle recebeu-nos com uma atmosfera de movimento incessante, sons e luzes que testemunhavam a efervescência desta cidade mítica. Enquanto atravessávamos o terminal para recolher as nossas bagagens, reparei numa mulher que já nos esperava perto da saída. Alta e elegante, parecia ter apenas um pouco mais de idade que os meus próprios pais. O seu cabelo preto, preso num coque elegante, emoldurava um rosto de traços delicados e olhos expressivos, onde podia ler tanto antecipação quanto uma leve emoção.

Zhan apertou a minha mão e sorriu-me com ternura. « É ela, » murmurou ele. « É a minha mãe, Rui Ming. » Pela sua voz, percebia-se a impaciência e a alegria contida de a voltar a ver.

Quando nos aproximámos, Rui Ming avançou com um passo rápido e gracioso, os seus olhos brilhando de uma calorosa doçura, mas intensa. Ela abriu os braços e envolveu o seu filho num abraço forte e afetuoso. « Meu Zhan, tive tantas saudades tuas », murmurou num francês perfeito, a sua voz trémula de emoção. Afastou-se ligeiramente para o observar, como se quisesse garantir que era mesmo ele, depois acariciou-lhe delicadamente a face. « Estás ainda mais bonito », acrescentou com um sorriso radiante.

Zhan respondeu com uma gargalhada leve, feliz. « Mamãe, pára, vais-me fazer corar à frente do Yibo. » Rui Ming então virou-se para mim, o seu olhar fixando-se em mim com uma curiosidade atenta. Parecia estar a avaliar-me, como se tentasse perceber que tipo de homem eu era para o seu filho. Era bem mais reservada do que a minha mãe, mais calma e serena, mas igualmente observadora.