Capítulo 42

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Vitória Narrando

- Está dez minutos atrasada - uma voz surge na escuridão da sala em minha frente, me assustando.

- Jaison? - estreito os olhos, com a mão no peito. Ele não diz nada.

A medida que meus olhos se acostumam com a pouca luz do lugar consigo enxerga-lo sentado na poltrona, me encarando, intensamente.

- Quase me matou de susto, idiota - suspiro, aliviada.

Nenhuma resposta.

- Não era pra você estar com meu irmão? - insisto.

- Era - responde, pela primeira vez, sem tirar os olhos de mim.

- E cadê ele? - pergunto, confusa.

- Ficou na festa - diz, breve, e eu ergo a sobrancelha.

- E você achou que ficar aqui me esperando ia ser mais divertido?

- Tudo é mais divertido com você - da de ombros, batendo o cigarro no cinzeiro do meu pai. Engulo em seco.

- Desde quando você fuma? - indago, tentando não parecer nervosa com sua confissão.

- Desde quando você não sai da minha cabeça - afirma, sem hesitar.

Fico estática, olhando para ele, sem saber o que dizer, sem saber o que pensar. Meu olhar desvia para o copo de Wisky ao seu lado.

- Você tá bêbado - acuso, indo em direção a escada - Vá pra casa, Jaison.

- Como foi sua noite? - pergunta, antes que eu possa subir para o meu quarto. Viro para encara-lo.

- Boa - respondo, breve.

- Onde ele te levou?

- Wine's - digo, e ele solta uma risada irônica - O quê foi?

- Você nem gosta de música clássica, muito menos de comida cara.

- E do que eu gosto, Jaison? - pergunto, cínica.

Ele me encara, sério, apaga o cigarro e se levanta, vindo em minha direção. Dou um passo para trás quando ele chega perto demais, encostando minhas costas na parede. Jaison analisa meu rosto cuidadosamente, até seus olhos encontrarem os meus. Ele coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e acaricia minha bochecha com o polegar. Fecho os olhos, sentindo seus lábios encostarem no canto da minha boca.

- Você gosta que te leve ao céu e ao inferno - sussurra na minha boca - como eu faço.

- Eu gosto de homens de verdade, que me levam pra jantar - digo, com a voz fraca.

- Eu te levo até o outro lado do mundo se quiser - da outra beijo no canto da minha boca.

- Gosto de homens que me deem flores - continuo.

- Te dou uma floricultura inteira - outro beijo.

- Homens que saibam o que querem - suspiro.

- Eu quero você - confessa, olhando nos meus olhos dessa vez.

- Só está dizendo isso porque está bêbado - afirmo.

- Eu nunca falei tão sério na minha vida - diz, com o olhar penetrando nos meus.

Posso sentir meu coração quase saindo pela boca. Talvez seja por causa do vinho que eu tomei mais cedo, ou pela aproximação perigosa que não acontecia a algum tempo, mas meu corpo inteiro estava respondendo a ele, arrepiado, como não chegou nem perto de responder ao Liam.

Alterno meu olhar entre seus olhos e sua boca, e ele faz o mesmo, sem avançar o sinal, até que eu coloco minhas mãos em sua nuca e o puxo em direção a minha boca, acabando com a agonia entre nós. Nossos lábios se encontram, dando início a um beijo desesperado e com muita, muita saudade. Jaison agarra minha cintura com força, me trazendo mais para perto, colando nossos corpos, como se quisesse me penetrar ali mesmo. Sinto sua ereção me roçando por cima da roupa, enquanto ele desce uma das mãos para minha perna, a apertando pela fenda do vestido, me arrancando um gemido em sua boca. Ele levantava minha coxa, colocando a mão na parte de dentro dela, alcançando minha intimidade. Jaison começa a fazer movimentos sutis, me deixando cada vez mais molhada e desesperada para senti-lo dentro  de mim.

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