Priscilla Castro chegava em frente a um dos locais mais usados para eventos da proporção daquele em que estava prestes a participar.
A natureza se somava com a arquitetura moderna no Hangar Centro de Convenções, já lotado de pessoas, tanto em seu interior quanto no exterior. E muitos a reconheceram, lhe pedindo, gentilmente para tirarem uma foto com a jornalista paraense. Esse calor de cada fã e admirador, era o que fazia a mulher de 45 anos amar ainda mais o que escolheu como profissão, pois era o pagamento mais do que necessário para seu lado jornalista e professora nas horas vagas.
Suas vestes elegantes e simples, em nada era despercebida para quem ali estava, que lhe elogiando fizeram o blazer verde, camiseta na mesma tonalidade o blazer, calça de alfaiataria em cor clara o mais elegante da noite.
Cíntia, por sua vez, optou por uma calça ocre e camisa na cor verde musgo, fios presos para trás em um coque perfeito, salto na mesma cor da calça, além da curiosidade em saber quem estaria ao seu lado no palco e teria coragem para tal. Então, assim que chegou, entrou com sua equipe e seguranças pela porta dos fundos para que sua presença não se formasse um alvoroço, além de ser mais seguro devido aos acontecimentos recentes.
A professora foi guiada até o camarim pela produção do enorme evento, e no decorrer do caminho, ela não pôde deixar de perceber que o lado de fora e dentro estavam lotados de pessoas de muitas as classes e idades, e isso aqueceu seu coração, porque mostrava que muitos ainda não haviam desistido de aprender.
- Está lotado.
- Sim! A estimativa é de 2 mil pessoas.
- Nossa! Impressionante e muito interessante.
A mulher entrou em um espaço aconchegante, grande e com os pedidos feitos dias antes. Cada coisinha se encontrava em seus devidos lugares, mostrando o compromisso com sua presença e o respeito. Mas algo lhe chamou a atenção quando olhou para um local discreto ao lado de seu enorme espaço de maquiagem e guloseimas: Havia uma bandeja com frutas e água, nada mais.
Cíntia perguntou de quem se tratava aquilo, pois não havia pedido aquelas tais coisas, mas antes mesmo de ter uma resposta, a porta do camarim foi aberta e Priscilla entrou com um imenso sorriso, porque com estava conversando com um dos funcionários, mas subitamente parou ao encontrar Cíntia Chagas lhe olhando fixamente e bem a sua frente, tentando entender o que estava acontecendo.
Ambas se olharam por longos segundos, e a mente da jornalista não parava de passar que era com ela que estava prestes a dividir o palco, assim como Cíntia não parava de lembrar que viu a mulher horas antes em uma TV e a achar uma pessoa elegante, bela e com um tom de voz forte, além da forma culta nas palavras.
- Boa noite, Cíntia? - fala Priscilla, quebrando o silêncio e se aproximando para cumprimentar a professora, que a todo segundo tentava manter sua personagem, mas sorriu de forma meiga.
- Boa noite, Priscilla, correto?
- Correto - sorri - Como perguntariam: É um belo nome?
- Hoje o Cartório está fechado - ri - Mas sim, é um nome elegante e imponente.
- Ainda bem - riu a jornalista.
Cíntia notou os olhos quase fechados de Priscilla quando sorria, e isso era algo que ela própria fazia quando sorria, sendo uma total coincidência inesperada e aconchegante.
- Lhe vi apresentando ao telejornal das 12h. Uma excelente profissional.
- Sinto-me honrada de estar ouvindo tais palavras dos lábios de Cíntia Chagas.
- E será uma honra dividir o palco com você.
- A minha também, acredite. - mantém a postura impecável, enquanto percebia que ela era alguns centímetros mais alta que a mulher a sua frente.
Ambas deram início a uma conversa espontânea, divertida e aconchegante para uma mulher, como Cíntia, que buscava esquecer os pensamentos intrusivos que lhe faziam voltar aos episódios de agressões vividos ao lado do ex-marido. E com o passar dos minutos, Priscilla, com sua forma simples de ver e sentir a vida, foi trazendo Chagas para seu mundo de calmaria e profissionalismo, dando a ela, mesmo sem saber, a força para subir no palco e mostrar porque ela era quem era, porque o nome Cíntia Chagas era tão conhecido.
- Você é uma pessoa que vive de forma simples. E honestamente falando? Você não parece em nada essa mulher de expressão séria da TV.
- Puxei essa expressão brava de minha mãe, que é exatamente assim, mas é uma pessoa incrível.
- Posso imaginar - demonstra interesse.
- Você também sabe criar seu personagem perfeitamente bem, "Diga para mim?!"
Priscilla não segurou o riso frouxo ao ver a mulher em sua frente sorrindo, pela primeira vez, de forma verdadeira e não sendo uma personagem bastante arrogante e esnobe, mas sendo uma mulher simples e com sentimentos de uma eterna menina, que só buscava ser cuidada e amada.
Uma voz ecoou atrás delas e rapidamente a porta foi aberta por uma outra mulher, avisando que elas estariam no palco em menos de 10 minutos. E isso fez elas caminharem em direção ao espelho para darem os últimos retoques na maquiagem.
Priscilla focava em um olho nada marcado, um batom nude e maquiagem muito discreta, enquanto Cíntia era com um olhar mais esfumado em paleta marrom, lábios nudes e fios presos em um coque perfeito, enquanto os fios da jornalista se mantinham soltos e lindamente ondulados, sendo impossível não chamar a atenção para ela e eles. Atenções essas da própria professora de 42 anos e que se considera única no quesito elegância e beleza.
Seus nomes ecoam no espaço, e elas sabiam que havia chegado a hora de dividirem o mesmo palco, o mesmo público e o mesmo tema a ser tratado ali: Oratória e comportamento profissional.
Priscilla caminhava à frente de Cíntia, porque ela seria a primeira a ser anunciada, seguida pela professora, que começou a sentir um frio na barriga, não por estar ali, mas por dividir as atenções com outra mulher, que se demonstrou ter conhecimento o suficiente para ficar no mesmo nível que ela.
- Ela é jornalista, então...
- Sim, ela é.
Todos aplaudiram a entrada da mulher elegante, trajando um blazer verde, salto bege e sorriso Inesquecível, além de claro, todos, completamente todos, se levantarem e aplaudiram a renomada jornalista da TV Liberal, Priscilla Castro, que por cerca de 4 segundos ouvir cada demonstração de carinho direcionada a ela como um abraço que não poderia dar em todos que ali estava.
O nome de Cíntia foi dito, e todos que aplaudiam Priscilla, gritaram ao ver a mulher tão elegante, bela, inteligente e superior no quesito conhecimento, surgir no palco com seu conjunto totalmente focado na paleta verde, fios presos e passos certos e mãos à frente do corpo, exatamente como Priscilla estava. Dando a todos a certeza de que aquela seria a melhor palestra de suas vidas, porque estavam no palco dois dos maiores nomes em relação a comportamento e oratória do país e do Estado:
Cíntia Chagas e Priscilla Castro.
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Buscando a Felicidade
Non-FictionCíntia Chagas, uma profissional determinada, sente-se empenhada em mudar seu passado com seu trabalho. Durante uma palestra inspiradora, ela divide o palco com a jornalista Priscilla Castro, uma mulher radiante e optimista. A conexão instantânea ent...