Capitulo 8

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Na penumbra do quarto silencioso, Red observava Chloe com atenção. Os dias que se passaram desde que voltaram da floresta foram inquietos, a jovem não despertava, e nem mesmo os curandeiros sabiam explicar o porquê. Bridget, mal conseguia descansar, e Red, por trás de sua postura rígida, não conseguia evitar que uma inquietação crescente tomasse conta de seu peito.

Na madrugada do terceiro dia, Bridget também estava exausta de preocupação, mas Red insistira para que ela descansasse um pouco, Red assumiu a vigília sozinha. Sentada numa poltrona ao lado da cama, seus olhos afiados e atentos estudavam os traços suaves e serenos de Chloe, que contrastavam com a tempestade de pensamentos em sua mente.

Foi então que um som suave de lençóis se mexendo a tirou do devaneio. Chloe se remexia, a testa franzida como se emergisse de um sonho perturbado e suas pálpebras começaram a abrir-se lentamente. Red imediatamente inclinou-se para a frente, os olhos fixos no rosto da garota. A expressão de Red era firme, mas por um breve momento, uma faísca de alívio passou por seu rosto.

— Chloe? — A voz de Red era baixa e séria, mas ao mesmo tempo carregava suavidade.

Chloe tentou erguer a cabeça, mas desistiu, ainda muito fraca. — Red... — Sua voz saiu rouca, como se ela mal conseguisse acreditar que estava de volta.

Red se aproximou, abaixando-se ao lado da cama. — Você está bem? — A pergunta saiu como um sussurro, mas não escondia a preocupação dela.

Chloe assentiu vagamente, os olhos fixos em um ponto distante no teto. — Eu... acho que estou — disse, hesitante. Mas algo em sua expressão revelava que não estava realmente convencida — As minhas memórias... tudo voltou.

Houve um silêncio tenso, Red a observava com intensidade, mas não pressionou. Sabia que Chloe precisaria de um tempo para entender o que aconteceu — Não se preocupe — disse Red, com uma tentativa de firmeza. — Você não precisa contar nada agora.

Mas, ao se levantar para dar-lhe espaço, Red sentiu uma pressão em seu pulso. Chloe segurava sua mão, os dedos trêmulos, mas decididos, os olhos em um pedido silencioso para que ficasse.

— Está tudo bem, Red — Chloe disse em voz baixa, seus olhos encontrando os de Red com uma firmeza inesperada. — Eu preciso contar a você... não posso continuar fugindo disso.

Havia uma resolução na voz de Chloe que fez Red voltar a se sentar. Ela segurou a mão dela com leveza, como se o simples toque pudesse ancorar a jovem, e assentiu em silêncio, dando-lhe espaço para falar.

Chloe respirou fundo, desviando o olhar para as sombras ao redor enquanto tentava reunir suas lembranças. Cada palavra que deixava seus lábios era cuidadosa, como se estivesse percorrendo uma estrada sinuosa e dolorosa.

— A casa onde vocês me encontraram... — começou, sua voz carregada de uma tensão que não passava despercebida. — era um lugar abandonado. Quando minha família... — Chloe fez uma pausa, engolindo em seco. — Quando eles morreram, eu perdi tudo. Passei dias vagando até encontrar aquele lugar. Era frio e deserto, mas era meu único abrigo.

Red permaneceu em silêncio, seu olhar intenso e firme, mas cada palavra de Chloe a intrigava ainda mais. Havia um mistério que envolvia aquela jovem, e ela sabia que, finalmente, as respostas estavam próximas.

Chloe hesitou, apertando levemente a mão de Red, como se o contato a lembrasse de que não estava sozinha ali. Ela fechou os olhos brevemente, e Red viu que ela estava se esforçando para continuar.

— Naquele dia... eu me lembro de ouvir barulhos estranhos. Passos, talvez, sussurros que vinham da floresta. Pensei que talvez fosse algum animal, talvez ferido, então fui verificar. — Ela fez uma pausa, engolindo em seco. — Mas, assim que cheguei lá, vi... vi figuras envoltas em mantos escuros, sombras.

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