Acordei na manhã seguinte com uma dor de cabeça insuportável.
A luz suave que entrava pelas cortinas era um contraste cruel com o caos que ainda pulsava na minha cabeça. Suspirei, sentindo o peso do corpo enquanto me movia lentamente na cama, os músculos tensos da noite anterior.
Virei-me, quase sem querer, e meu olhar caiu sobre a garota deitada na cama de hóspedes ao lado. Cabelos ondulados e longos espalhados pelo travesseiro, o corpo parcialmente coberto pelos lençóis brancos. Ela dormia profundamente, a respiração calma, quase imperceptível.
Observei-a por um breve momento. A imagem dela dançando na WarahaHouse passou pela minha mente, como flashes rápidos: o sorriso provocante, o jeito como ela se movia, o olhar que ela lançava enquanto se aproximava de mim.
Lembrei-me de como a noite evoluiu, o calor dos corpos, o toque suave de suas mãos, o riso abafado pela música alta.
Mas agora, tudo isso parecia distante. Os flashbacks foram substituídos pela realidade da manhã, e minha vontade de ficar naquele quarto se esgotou rapidamente. Senti uma pontada de aborrecimento ao perceber que não lembrava seu nome.
Mas isso não importava.
Levantei-me devagar, sem fazer questão de ser silenciosa. Meu corpo estava pesado, os músculos reclamando de uma noite de excessos, mas a ideia de ficar ali por mais tempo me incomodava mais do que a dor.
Dei uma última olhada para ela, indiferente. Ela não era mais que um detalhe de uma noite que já tinha passado.
Vesti algo rápido e saí do quarto, deixando a garota dormindo sem pensar em acordá-la. Assim que fechei a porta, comecei a pensar no café que me aguardava na cozinha e nas próximas coisas a resolver.
Antes disso, fui direto para o banheiro do meu quarto, tirando a roupa que tinha posto.
A água quente do chuveiro escorria pelo meu corpo, trazendo clareza e fazendo todos meus músculos relaxarem. Soltei meu cabelo e deixei que a água tomasse conta dele, como se fizesse uma cirurgia cerebral.
Ao sair do banho, escolhi minha roupa com cuidado, couro preto, justo, feito sob medida para mim. O tecido moldava-se ao meu corpo, ajustando-se perfeitamente.
Quando estava prestes a sair, voltei, peguei minha arma e a coloquei na cintura. Toquei o cabo frio por um momento, sentindo a familiaridade de seu peso contra minha pele.
Sem demora, fui até a cozinha. Peguei uma bandeja com um café da manhã simples: ovos, pão e uma caneca de plástico com café, já que o vidro era arriscado.
Nada demais, mas o suficiente para manter Charlotte de pé.
Carreguei a bandeja comigo até o porão, descendo as escadas de pedra enquanto o som dos meus passos ecoava pelas paredes.
Quando cheguei à cela, abri a porta com um movimento firme. Charlotte estava sentada no canto, me encarando com aqueles olhos frios. Havia uma mistura de desprezo em seu olhar.
Respirei fundo.
— Café da manhã — disse, colocando a bandeja no chão, mais perto dela do que de mim.
Por um momento, ela não se moveu, mas então levantou-se devagar. Pensei que ela ia pegar a bandeja, mas vi o brilho de determinação em seus olhos. Num movimento rápido, ela avançou em minha direção, a mão indo diretamente para a minha cintura.
Queria minha arma.
Num piscar de olhos, empurrei-a violentamente contra a parede, usando o peso do meu corpo para pressioná-la. Ela tentou lutar, mas eu a mantive firmemente presa.
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Kɪᴅɴᴀᴘᴘᴇᴅ • Eɴɢʟᴏᴛ
Fanfiction𝙲𝚑𝚊𝚛𝚕𝚘𝚝𝚝𝚎 𝙰𝚞𝚜𝚝𝚒𝚗, 𝙼𝚒𝚜𝚜 𝙼𝚞𝚗𝚍𝚘 𝚍𝚘 𝚊𝚗𝚘, 𝚝𝚎𝚖 𝚝𝚘𝚍𝚘𝚜 𝚜𝚎𝚞𝚜 𝚙𝚊𝚜𝚜𝚘𝚜 𝚎 𝚏𝚞𝚝𝚞𝚛𝚘 𝚙𝚕𝚊𝚗𝚎𝚓𝚊𝚍𝚘. 𝙼𝚊𝚜 𝚘 𝚚𝚞𝚎 𝚎𝚕𝚊 𝚗𝚊̃𝚘 𝚌𝚘𝚗𝚝𝚊𝚟𝚊 𝚎 𝚎𝚜𝚙𝚎𝚛𝚊𝚟𝚊, 𝚎𝚛𝚊 𝚚𝚞𝚎 𝙴𝚗𝚐𝚏𝚊 𝚆𝚊𝚛𝚊𝚑𝚊...