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Eɴɢғᴀ Wᴀʀᴀʜᴀ

— Então, ninguém toca nela — Ling concordou com a cabeça.

Ela estava perto da grande janela de vidro. Aoom estava deitada no colo de Meena, Freen e Faye estavam de óculos escuros encostadas no sofá de braço cruzados.

Acordamos cedo para decidirmos nosso próximo passo. Além de família, éramos uma boa equipe e sempre nos ajudávamos a chegar a alguma conclusão.

— Matar, não — falei, me levantando e cruzando os braços.

— Não Engfa — Freen negou com a cabeça, como se soubesse o que eu estava em mente — você não pode fazer isso com ela.

— Porque não? — dei um riso maroto — seria bom para o velho.

— O que está acontecendo aqui? — Ling arqueou a sobrancelha confusa — podem me dizer? Porque eu não estou dividindo o mesmo neurônio que vocês no momento.

— Ela quer que a Char seja prostituta — Faye deu um tapa na cabeça de Ling.

— Isso não, Engfa — Ling coçou a cabeça — já é de mais.

— Vocês são sem graça — bufei, me afastando delas e indo até onde ficavam os cigarros — assim não chegaremos a lugar algum.

— Antes de tudo, lembre-se que também somos mulheres  — Aoom se manifestou — ninguém merece passar por isso a força.

— Ah, qual é — falei em deboche — vocês sabem o que fazemos. Só estamos salvas hoje porque os policiais precisam de uma diversão e dinheiro para nos dar cobertura.

Revirei os olhos, pegando um isqueiro e acendendo o cigarro, logo o levando a boca. Dei uma tragada e soltei a fumaça enquanto as meninas me assistiam.

Devolvi o olhar para elas e apaguei o cigarro, logo o jogando. A porta do escritório se abriu e Plaifa entrou com Tom sorrindo.

— Onde estavam? — perguntei, mais por curiosidade do que por qualquer outra coisa.

Queria aliviar o clima antes de voltarmos a discutir a próxima etapa. Plaifa deu um sorriso e lançou um olhar cúmplice para Tom.

— Bem, depois que pegamos a estrada para cá,  resolvemos a questão do helicóptero que você e Ling explodiram no caminho até aqui. Nós aproveitamos um pouco do tempo livre — disse Plaifa, com um sorriso divertido.

Eu ri, balançando a cabeça. Sabia que ela e Tom estavam começando algo, e isso me dava uma sensação de normalidade no meio de todo o caos que vivemos desde quando éramos pequenas.

— Que bom que vocês estão se divertindo — comentei, cruzando os braços, mas sem perder o sorriso. — Quanto ao helicóptero, foi uma necessidade, se não estaríamos mortas.

Ling, que estava parada perto da janela, deu de ombros, sem se importar muito com a situação.

— Não sobrou nada útil para eles encontrarem. Estamos seguras — disse ela, com aquele típico ar de quem não se arrepende de nada.

Faye, ainda usando seus óculos escuros, soltou um suspiro, mas parecia mais relaxada agora que o clima tinha se aliviado. Era bom ver que, apesar de tudo, ainda podíamos contar com o humor entre nós.

— E o que vamos fazer agora? — perguntou Freen, direta como sempre. Ela olhou para Plaifa e Tom, esperando por respostas.

Plaifa, sempre preparada, já tinha um plano em mente.

— A questão do helicóptero foi resolvida, e ninguém vai conseguir nos rastrear a partir disso. Mas é perigoso continuar em Londres. As investigações sobre o desaparecimento de Charlotte vão começar a aumentar, e não podemos arriscar ficar por aqui por muito mais tempo.

Kɪᴅɴᴀᴘᴘᴇᴅ • EɴɢʟᴏᴛOnde histórias criam vida. Descubra agora