Pov's minatozaki sana
Até que estava tudo indo bem demais. Espero que eu não seja a única que estranhe quando tudo anda muitos nos trilhos, quando tudo é efetuado com sucesso.
Porque também quando se sobe até o céu, também há uma hora em que se cai.
Confesso que a vida que vivi antes de vir morar nos EUA não era das melhores, não tinha estrutura e apoio familiar, a única coisa que tinha era um namorado abusivo e desequilibrado. Na primeira oportunidade em que tive, peguei minhas coisas e fugi sem deixar rastros.
Bem, pelo menos era o que eu havia pensado, visto que o mesmo tinha me encontrado.
Tive uma infância como a de muitas outras pessoas, nada tão surpreendente. Em uma cidade de não muitos habitantes, classe alta, cresci em uma família de pais conservadores e protetores, sendo filha única. Era perceptível que para eles eu teria de se tornar um grande motivo de orgulho, sendo vista e tratada como uma princesa.
Eles sempre me incentivaram em meus estudos, não os julgo porque sei o quanto isso é importante, entanto que escolhi ser professora, por mais que não fosse a vontade deles, mas era a minha. E por esse motivo, considerado por mim fútil, acabei travando uma guerra com a minha família, esse único motivo foi capaz de destruir aquela relação de cuidados e proteção forçada que eu recebia.
Por algum motivo, eles pensaram que eu estava recebendo influência de algo ou alguém, então, na percepção deles, acharam que isso seria resolvido se eu namorasse o filho do prefeito da cidade.
E sim, foi contra a minha vontade até mesmo conhecê-lo, imagina namorá-lo.
Admito que no começo não foi tão ruim, ele era educado e respeitoso, até mesmo cuidadoso comigo, aparentemente um bom homem. Era poucos anos mais velho do que eu, alto e tinha os cabelos castanho, assim como seus olhos.
Fomos nos conhecendo e nos aproximando, após semanas ele me pediu em namoro, não tinha outra opção a não ser aceitar. Se eu recusasse, entraria em mais um problema familiar e eu não teria outro lugar para ir.
Passamos a frequentar a casa um do outro e continuei a minha faculdade, meus pais continuaram tentando me fazer mudar de profissão, meu namorado também, mas não dei ouvidos.
Minha vida foi continuando, passei a trabalhar e estudar, e até a morar junto com meu namorado. Eu sabia plenamente que não o amava, mas tinha me acostumado com a sua presença.
Não muito tempo depois de começarmos a conviver diariamente, seu comportamento havia se tornado estranho, todo aquele cuidado e respeito havia sumido. Depois que seu pai perdeu as eleições da cidade a situação piorou totalmente.
Ele dizia que iria sair com os amigos, mas havia duas opções na sua volta para casa: a opção um, onde ele voltava bêbado, com marcas e aranhões, nitidamente havia transado com outra mulher. Ou a segunda, onde ele voltava bêbado e me agredia.
Foram de tantas formas que é difícil dizer todas, seja com as próprias mãos, uma garrafa de cerveja ou qualquer outro objeto que estivesse em sua frente. Não podia dizer nada a ninguém, eu sabia o fim disso, mas quis tentar a sorte. Liguei para minha mãe e contei o que estava acontecendo, e para a minha não tão supressa, ela disse que eu estava ficando louca, inventando coisas e de que ele nunca faria algo desse tipo.
Mas eu tinha um plano. Juntei dinheiro por um bom tempo, na semana seguinte a minha formatura, enquanto meu namorado "saiu para beber com os amigos", quis fazer uma supressa. Deixei minha aliança em cima da mesa de jantar, junto de um bilhete que dizia "Tenha um bom recomeço, pois irei ter o meu" e peguei o primeiro voo para os Estados Unidos.
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Auto-controle
RomanceNão temos controle das situações em que a vida nos coloca, logo, não temos autocontrole perante a esses acontecimentos. Essas situações podem ser as mais variadas, inclusive sobre uma mulher apaixonada pela profissão que exercia e uma garota mais ex...