Prólogo

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Oieee!! Cheguei com o prólogo.

Talvez fique um pouco confuso nesse começo, mas não se preocupem que depois vocês vão entender tudo certinho!

Boa leitura!! Espero que gostem :)

Boa leitura!! Espero que gostem :)

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20 de outubro de 1349.
O fim.

Estava quente, quente demais. Os gritos de dor do garoto pareciam ser abafados pela multidão de fanáticos religiosos e suas preces altas; alguns pedindo misericórdia ao bom Deus pela pobre alma do jovem possuído, mas a maioria apenas o amaldiçoando e praguejando para que fosse ao inferno. Inferno? O que caralhos era o inferno perto daquilo? Perto de sentir a própria carne derretendo naquelas chamas ardentes?

O fogo que o enlaçou possessivamente dançava ao seu redor. Ele era quase tão vermelho quanto o sangue em suas veias, mas muito mais alto que o corpo razoavelmente forte preso ao tronco de madeira. Seus olhos brilhavam ferozmente com ódio na direção do jovem guerreiro ao fim da multidão; a razão de ele estar ali morrendo de forma tão dolorosa. Não sabia se era uma alucinação anterior à morte, mas parecia conseguir enxergar com perfeição cada mínimo detalhe de sua feição.

Tão forte e impassível, mas ao mesmo tempo tão bonita e delicada. Talvez ele fosse o verdadeiro demônio, ao fim das contas. 

Os cabelos loiros e compridos esvoaçando-se com a brisa quente, a pele alva brilhando contra a luz do sol como a mais pura porcelana, os olhos castanhos como aquelas malditas tochas de madeira o encarando de volta. Não havia culpa em seu olhar. Não havia remorso. Não havia arrependimento. Encostado na árvore mais próxima que poderia estar, este o olhava com uma indiferença arrebatadora.

Afinal, o que seria apenas ele na longa lista de mortes daquele homem miserável?

Tudo em si agora já parecia dormente, conseguia sentir a vida esvaindo-se daquele corpo putrefato lentamente enquanto ansiava pelo alívio da morte e temia pela inevitável incerteza do que lhe esperava a seguir. Não queria morrer, ainda não estava preparado para isso.

Bem, não era como se tivesse alguma escolha.

Reuniu todas as forças em um último suspiro, um último grito. Em meio a toda aquela dor alucinante e todos aqueles sentimentos inebriantes que lhe turbilhoavam os pensamentos como o mar na mais feroz das tempestades, projetou as palavras que seriam as últimas de sua vida e as cuspiu com determinação.

— Queime no fogo do inferno, Park Jimin!

Jimin sentiu um pequeno e inevitável sorriso formar-se em seu rosto, ácido e sarcástico, assim como quase todos que dera em sua não tão curta vida.

Achando que já havia visto mais que o suficiente, desencostou-se da árvore e caminhou lenta e tranquilamente em direção ao hotel simplório do qual estava hospedado.

— Quem está queimando é você, querido.

✞ ✞ ✞
Apocalipse 16:8-9 
O quarto anjo derramou a sua taça no sol, e foi dado poder ao sol para queimar os homens com fogo.
Estes foram queimados pelo forte calor e amaldiçoaram o nome de Deus, que tem domínio sobre estas pragas; contudo, recusaram arrepender-se e glorificá-lo.

Sagrado Profano | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora