Penitência

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Boa leitura bbs!!

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Sete dias.

Foram necessários a porra de sete dias inteiros.

Mesmo quando Seokjin disse que o local era longe de se chegar, Jimin definitivamente não esperava uma semana de trajeto à cavalo. Era quase inevitável pensar se realmente não havia um único soldado mais próximo para fazer o serviço. Na verdade, tinha plena certeza de que havia, mas alguém que se dispusesse a entrar em um vilarejo acometido pela Peste, aí já se tratava de uma outra história. 

Inspirou fundo, vendo que finalmente havia chegado ao se deparar com uma placa de madeira ao longe, indicando o nome da vila.

Pointiers.

Um tanto difícil de se esquecer, considerando que passara a última semana inteira repetindo seu destino mentalmente. 

Não estava usando a armadura da igreja, certo de que o peso desta apenas o atrapalharia em um trabalho como aquele. Então optou por suas roupas comuns de camponês; blusa marrom-escuro e folgada de mangas longas e capuz, colete de couro preto, botas e calças pretas. Havia colocado cores mais escuras para se camuflar melhor na floresta durante a noite caso precisasse, a espada estava à postos em sua cintura, assim como diversas facas e até um pequeno machado – nunca se sabe o que vai ser necessário ou não, certo?

Ao passar pela entrada deserta e adentrar o vilarejo, teve a impressão de que morrera em algum momento naqueles sete dias e desceu para o inferno ao invés.

Uma pilha de corpos em decomposição amontoava-se já na entrada, rodeados de moscas e ratos ensanguentados que corriam freneticamente dentre os cadáveres. O cheiro forte de podridão moribunda misturado ao de corpos queimando ao longe em alguma fogueira o atingira como um soco no estômago, causando-lhe um refluxo tão intenso que quase vomitou ali mesmo. Pegou rapidamente o cachecol vermelho que carregava na bolsa marrom de couro e o passou em volta do pescoço, puxando o pano até seu nariz e prendendo-o firmemente.

Seguindo em frente, viu ruas e feiras movimentadas, cheias de pessoas não infectadas ou no estágio inicial da doença. Entretanto, a porta entreaberta ou quebrada de algumas casas dava visão para os enfermos mais graves deitados em suas camas improvisadas, boa parte já à beira da morte temendo não sobreviver para ver o dia seguinte.

Gritos de dor podiam ser ouvidos aqui e ali, urros de luto, choros; todos perdidos em meio aos berros dos comerciantes magros que tentavam desesperadamente vender seus produtos nas feiras para não sucumbirem à fome.

Agoniante.

Se tivesse que descrever aquele ambiente em uma única palavra, com certeza usaria "agoniante".

Quis sair dali o mais rápido possível, mas não fazia a mínima ideia de para onde ir. Não via nem sinal de alguma igreja nas redondezas, Chimmy ficava cada vez mais agitado com tudo que acontecia ao seu redor e Jimin já estava começando a considerar seriamente ir embora daquele vilarejo e voltar os sete dias de viagem até a vila de que outrora partira.

Sagrado Profano | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora