22 - Pra Sempre

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A casa de Tooru Oikawa era... Bem, enorme.
Nessas horas eu me arrependo de não ter seguido carreira no vôlei.
Haviam pessoas ocupando cada metrô quadrado da área em volta do imóvel, e o pensamento de que o interior também está assim me anima muito.

— Esse lugar tá uma bagunça — Ouço a reclamação de Tsukishima ao meu lado, enquanto adentramos o local sem muitos rodeios.

É uma visão interessante, no mínimo, o que acontecia dentro daquela casa.
Atsumu Miya enchia (muito) a paciência de seu pobre namorado para que fossem até a pista de dança. Sakusa Kiyoomi negava com tanta convicção que qualquer um além do loiro já teria há muito tempo desistido. Osamu conduzia uma amigável conversa entre o pequeno grupo que estava mais ao canto da sala. Suna Rintarou observava atentamente ao seu redor ao lado do melhor amigo, sem acrescentar muito na conversa. Mesmo sob a péssima iluminação do lugar, era possível ver algumas sombras se pegando pelas extremidades do cômodo. O aniversariante finalmente nos cumprimenta com um abraço, quase ao mesmo tempo que Tsukishima recebe uma ligação do esposo e sai do meu lado.

"Ótimo, Tsukishima " eu penso. "me deixe à sós com o louco e me ature se eu enlouquecer."

— Do caralho, né? — Ele pergunta, provavelmente se referindo à celebração como um todo.

— Exceto pelo fato de que parece mais uma festa de 18 anos do que uma de 26, realmente é do caralho — Eu entrego o presente que comprei para ele. Um kit consideravelmente caro de skincare que tinha praticamente a cara do mais velho estampada.

— Claro, claro — Ele revira os olhos com meu elogio passivo-agressivo — Daqui a pouco começa a discórdia, por conta de Atsumu, Osamu e Sunarin. Diga que vai participar!

— Eu vou participar. — Dou de ombros, esperando que nada de muito ruim saia dessa brincadeira.

Somos jovens adultos responsáveis, nada pode dar tão errado assim.

~=~=~

A televisão quebrada de Oikawa diz que, sim, tudo poderia dar errado.

— PUTA MERDA, MINI-SHOYO — Bokuto grita com uma risada histérica. Eu rio escandalosamente, mais da voz de Kotaro do que da situação.

— BELA PONTARIA, HINATA! — Suga sorri, e Daichi ri junto do resto. Akaashi e Kenma riem do jeito deles, e Suna quase instantaneamente tira uma foto do ocorrido.

Nishinoya pega a bola de beisebol usada para cumprir o desafio ("Use uma bola e um taco para quebrar a provável coisa mais cara que estiver no cômodo." Se ele errasse o alvo, Bokuto lhe pagaria 15 reais) e a atira na cabeça de Yamaguchi, e Tsukishima passa os dez minutos seguintes exageradamente preocupado. Depois, Asahi lembra o resto do grupo de que estamos jogando um jogo, e Atsumu Miya interrompe sua risada alta para pegar outra carta no jogo.

— Bem... — Ele franze o venho para o que estava escrito — Depois de cerca de quinze peças de roupa retiradas e uma televisão estupidamente cara quebrada, eu esperava algo mais destrutivo.

"Beije as partes que você mais gosta no corpo de quem a garrafa escolher". A garrafa escolhe Tsukishima e Yamaguchi, então todos prendem a respiração quando o consideravelmente mais alto começa a beijar cada sarda no rosto de Tadashi. O processo leva cerca de três minutos, e tanto Kei quando Yama estão tão vermelhos quanto morangos quando termina.

— Eu sou cardíaco, calma — Kenma finge sentir falta de ar.

— Com licença? Solteiros ainda não são uma raça completamente extinta, sabe — Osamu interrompeu, parecendo ofendido enquanto apontava para si mesmo e para Suna.

— Nos poupem de enrolação e se peguem logo — Oikawa revirou os olhos.

— Realmente, seriam anos de tesão acumulado e sentimentos obscuros libertos — Atsumu concorda.

Osamu dá um tapa em seu irmão gêmeo, que solta um "Ai!" indignado.

— Que língua solta, Atsumu — Sakusa o repreende.

— Venha mantê-la ocupada, se está mesmo tão incomodado.

Todos os presentes soltam um coro de "Oooooh" e Yaku grita "Arrumem um motel logo". Dessa vez, é Sakusa que dá um tapa na nuca do Miya.

— Todo mundo me odeia e quer me ver morto — Atsumu, resmungando, se senta no chão.

— Ainda bem que sabe — Kageyama revira os olhos, pulando para trás quando Shoyo pisa no seu pé.

Então, Oikawa tira uma carta do baralho e a lê.

— " Se segure em algo e passe os próximos quarenta minutos balançando no ar"...

A garrafa escolhe Shoyo. Nishinoya quase pula do Pufe onde estava sentado.

— Bem... — Shoyo olha ao redor, procurando algo que possa usar para cumprir seu desafio — Temos um lustre.

E assim é feito. Hinata balança de um lado para o outro na sala, gritando coisas aleatórias e quase caindo umas doze vezes no processo. Kageyama finge não se preocupar, mas ele não engana ninguém. Nishinoya ri tanto que finalmente cai de vez no chão.

No final, Oikawa nos obriga a cantar "Com Quem Será" mesmo ele já sendo praticamente casado com Iwaizumi (que aparentemente não pôde comparecer, visto que seu time estaria jogando nos nacionais amanhã cedo). Ele finge estar muito surpreso quando gritamos o nome de Hajime e todos nós o abraçamos depois que ele assopra a vela. Quando nos separamos do abraço, eu e Kenma continuamos de mãos dadas, e meu coração erra uma batida quando eu penso "Isso aí, caralho, eu tô de mãos dadas com o meu namorado".
Mas depois ele erra outra. E depois, de novo, só pra eu perceber o quanto tava feliz porquê parecia estar tudo finalmente dando certo, merda.

Notas do autor:

Bem... Acho que chegamos ao fim.
Muito obrigado à todos que acompanharam até aqui, e muito obrigado a todos que vão ler agora depois que a fic acabou. Até porquê sem uns leitores, o que seria de um livro?

Eu realmente me diverti escrevendo e até mesmo lendo Imprevisto durante esses meses que passei planejando a história, e devo dizer que amei muito tudo o que o Kuroo e o Kenma chegaram a viver aqui.

Daqui a pouco vem os extras, e com mais um tempinho já tá chegando uma fufic nova pra vocês se alimentarem 🕊

Tentem adivinhar sobre qual shipp eu tô escrevendo agora, também 💥

Por fim, vejo vocês em "Algumas últimas vezes" (quando a bendita lançar)!

Beijos, Andrew

Imprevisto - KuroKenOnde histórias criam vida. Descubra agora