Entre Confissões e Silêncios - Erik Menendez

A Primeira Conexão

Era tarde demais para uma cafeteria ainda estar aberta, mas aquele lugar parecia diferente. Tinha uma luz amarelada suave, quase nostálgica, como se fosse feito para quem estivesse precisando fugir um pouco do mundo. E era exatamente assim que Nina se sentia.

Ela havia se mudado há pouco tempo para Beverly Hills, e tudo ali parecia bem... superficial. As pessoas sempre riam e conversavam, mas ela sentia uma distância. Era como se ninguém ali estivesse realmente interessado em se conectar, e isso fazia a cidade parecer vazia, mesmo com toda a pompa e os carros de luxo.

Nina estava perdida em seus pensamentos, girando a colher no café quase frio, quando o sino sobre a porta tocou. Ela olhou instintivamente e viu um garoto entrar. Ele tinha um jeito intenso, cabelo castanho e olhos atentos que pareciam captar cada detalhe ao redor. A primeira coisa que ela notou foi como ele parecia tão fora de lugar quanto ela.

Ele pediu um café e se sentou próximo, mas não parecia estar com pressa. Nina percebeu que ele olhava na direção dela de vez em quando, mas sem aquele ar de quem quer começar uma conversa só para passar o tempo. Quando ela finalmente cruzou o olhar com ele, ele sorriu, quase com um ar de desafio, e se apresentou:

"Oi, eu sou o Erik. Você parece nova por aqui."

Ela riu um pouco, sentindo um nervosismo estranho. "Sou, sim. Acabei de chegar. Meu nome é Nina."

A conversa começou meio sem rumo, como qualquer conversa entre estranhos, mas logo os dois foram ficando à vontade. Erik falava de um jeito que prendia a atenção dela. Ele parecia tão desconectado da superficialidade que ela sentia ao redor, e ao mesmo tempo havia algo... diferente nele. Um peso nos olhos, como se ele carregasse coisas que não podia simplesmente contar a qualquer um.

O tempo passou rápido, e quando eles perceberam, já estavam conversando fazia horas. Ele falava de pessoas e lugares que ela nunca conhecera, mas fazia tudo parecer familiar. Nina se pegou confiando nele, sentindo que ele entendia o que era ser um estranho em um lugar que não te acolhe. Quando o café estava para fechar, Erik se levantou, olhou para ela com um sorriso leve, e disse:

"Foi bom te conhecer, Nina. Quem sabe não nos vemos por aí, né?"

Nina assentiu, com uma sensação esquisita no peito. Não sabia se era excitação ou uma ponta de medo. Mas, de alguma forma, sentia que esse não seria o último encontro dos dois.