"O Filho do Meu Chefe 2"

Caminhos Separados

A manhã em Paris estava cinzenta e calma, o que contrastava com o turbilhão que se formava na mente de Larissa. Desde que chegaram à cidade, os compromissos tinham sido intensos, e ela sentia que sua identidade se dividia entre o amor crescente por Simon e as pressões da nova campanha.

Após dias agitados de fotos e entrevistas, um jantar foi organizado pela agência. Simon e Larissa estavam entre os convidados principais, mas o clima entre eles estava estranho. Havia algo não dito, uma tensão que ambos evitavam encarar. Durante a festa, Simon se afastou por um momento para conversar com outros profissionais do meio, enquanto Larissa observava a movimentação à sua volta, sentindo-se deslocada.

Enquanto observava Simon, notou como ele parecia confortável, adaptando-se com facilidade ao novo ambiente. Ele sorria, conversava com segurança, e o orgulho que ela sentia por ele era inegável. No entanto, algo dentro dela começou a questionar onde ela se encaixava naquele novo mundo.

— Larissa, que prazer vê-la aqui! — disse uma mulher alta, de cabelos grisalhos e expressão séria, estendendo a mão para cumprimentá-la. — Sou Camille Blanc, diretora da agência.

Larissa se forçou a sorrir, apertando a mão da diretora. — O prazer é meu, Camille. Estamos honrados de estar aqui.

Camille sorriu de volta, mas parecia avaliar Larissa com um olhar aguçado. — O relacionamento de vocês tem gerado muita repercussão, especialmente aqui em Paris. Mas eu queria perguntar... você sente que isso é o que realmente deseja?

A pergunta pegou Larissa de surpresa, e ela hesitou, procurando a resposta certa. — Claro... Simon e eu... nós temos uma conexão verdadeira.

Camille apenas assentiu, como se já esperasse aquela resposta. — A questão não é se há conexão, Larissa, mas se essa conexão é capaz de suportar a pressão desse tipo de vida. Às vezes, o sucesso profissional e os relacionamentos que realmente importam seguem por caminhos diferentes.

As palavras de Camille ecoaram na mente de Larissa por todo o jantar. Ela se perguntava se, em meio à fama e às expectativas, o amor que ela e Simon compartilhavam conseguiria sobreviver. Será que eles estavam prontos para abrir mão de certas partes de si mesmos para seguir juntos?

Mais tarde, enquanto voltavam para o hotel, Larissa sentiu que era o momento de conversar sobre o que estava sentindo. No quarto, ela fechou a porta, respirou fundo e se virou para Simon, que estava sentando na cama, checando mensagens no celular.

— Simon... precisamos conversar. — A seriedade em sua voz fez Simon levantar o olhar imediatamente, preocupado.

— Claro. O que aconteceu?

Ela se sentou ao lado dele, olhando-o com sinceridade. — Sinto que estamos... indo em direções diferentes. Desde que chegamos a Paris, percebo como você está confortável com tudo isso, com o ritmo, com o ambiente... e isso me faz questionar se eu realmente me encaixo aqui.

Simon a escutou atentamente, e após um breve silêncio, ele colocou a mão sobre a dela. — Larissa, isso tudo é novo para nós dois. Claro, eu posso estar lidando bem, mas isso não significa que não sinto o peso também. Sei que as coisas mudaram rápido, mas por que isso faria você pensar que não devemos estar juntos?

Ela hesitou, tentando encontrar as palavras certas. — Não sei se estou pronta para viver sob os holofotes, para lidar com as pressões e cobranças. E... ao mesmo tempo, não quero te impedir de seguir esse caminho, de crescer e explorar o que o mundo tem a oferecer.

Simon respirou fundo, absorvendo o que ela dizia. — Então... você está dizendo que deveríamos... nos separar?

A pergunta pairou no ar, densa e dolorosa. Ela sentiu uma dor aguda no peito ao pensar na possibilidade, mas sabia que precisava ser honesta. — Talvez seja o melhor para nós. Talvez você precise desse espaço para brilhar, e eu, para encontrar meu próprio lugar.

A decisão parecia inevitável, mesmo que dolorosa. Naquela noite, os dois dormiram em lados opostos da cama, presos em um silêncio que era tão denso quanto as palavras que não conseguiram dizer. Ambos sabiam que talvez estivessem tomando uma decisão definitiva.

Pela manhã, Larissa acordou cedo e, sem querer acordá-lo, deixou uma carta sobre a mesinha ao lado da cama. Era uma despedida breve, mas sincera, onde agradecia a ele por tudo que tinham vivido juntos e desejava que ele continuasse brilhando. E com o coração partido, ela deixou o quarto, caminhando pelas ruas de Paris, perdida em pensamentos sobre o que o futuro traria para ambos.

Simon acordou algum tempo depois, sentindo o vazio ao seu lado na cama e, ao ler a carta, percebeu que havia perdido alguém que significava o mundo para ele.

As portas da vida os haviam levado a caminhos separados, mas a lembrança do que compartilharam ficaria com ambos para sempre.

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