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Domingo, Baku, Azerbaijão
Franco's vision

Estou passeando pela cidade à noite, pós corrida. A cidade está bem movimentada, o que era de se esperar, claro. Tento buscar por um lugar calmo e pouco movimentado até que minha busca é interrompida por uma garota.

— Olá! Você é Franco Colapinto, certo? — Disse, em espanhol e eu acenei com a cabeça. — Posso te fazer uma perguntinha?

— Outra? Claro, sem problemas — Eu disse, tentando ser simpático e a garota abriu um grande sorriso.

— Franco, então, qual foi o seu primeiro carro?

— Eu não tenho carro, não dirijo. — A garota pareceu surpresa, fazendo gestos um pouco exagerados.

— Como você não dirige?!

— Eu não dirijo, ué, nas ruas eu não dirijo, não tenho carro. — Eu disse, rápido — Se você me pedir para te levar a algum lugar, eu alugo um para você.

— Ah, espero que alugue mesmo. — A garota disse rindo, se afastando pouco tempo depois.

Continuando minha busca, achei um bar/restaurante no final de um rua estreita. As luzes eram amarelas e as cadeiras e mesas amadeiradas e escuras. Acho que vou passar um tempo aqui, o ambiente é agradável.

Quando eu estava procurando um lugar para sentar, ouvi uma mulher bater o corpo com força na mesa. Aqueles cabelos me eram conhecidos, não lembro de onde, mas eram.

— Barmaan! Me vê mais umm... — A mulher disse bêbada.

Ouvindo a sua voz, eu realmente devo conhece ela. Me aproximo um pouco de onde ela está sentada, ela percebe minha presença e com uma cara abatida olha em meus olhos.

Era a doida da live de Monza. O que ela estava fazendo aqui desse jeito? Ela não parecia tão incompetentemente ao ponto de beber tanto enquanto está sozinha, em outro país extremamente movimentado. Olhei para ela confuso e ela abriu um sorriso amarelo.

Hermanito! Que bom te ver por aqui, meu mano... — Ela fala com uma voz cambaleada e misturando alguns idiomas, eu acho.

— O que está fazendo por aqui? Está sozinha? — Eu perguntei, franzindo um pouco os cenhos e curioso pelo motivo dela estar ali.

   — He, agora eu não estouuu. Barman! Vê uma pro meu hermano hermoso! — Ela disse, com aqueles sorrisos de bêbados bobões, me fazendo rir um pouco.

   — Não precisa, já estamos indo. Eu pago a conta. — Eu disse, pegando minha carteira, mas a  mulher deu um tapa na minha mão.

   — Ei, não precisa! Eu vou ficar aqui a nooooite toda... — Ela disse, com olhos um pouco fechado, mas parece abrir eles totalmente depois de um tempo — Você ia pagar a conta para mim? Além de bonito também é cavalheiro, hermanito? — Ela disse, boba e entre risadas.

   — Sou responsável também. Vamos logo.

   — Oxe? Não quero. Vou ficar aqui.

   — Você vem comigo, vamos. Por favor. — Eu disse, um pouco estressado, com a mão na testa.

   — Tá ok, deixa que eu pagoo, só vou procurar na minha bolsa... — Ela revirou a bolsa, não parecendo achar sua carteira e depois me olhando igual um cachorro pidão.

   — Eu tinha dito que pagaria. — Entreguei o dinheiro para o barman, que estava escondendo o riso da situação.

  Anne levantou, meio molenga, e com a chave de um carro na mão. Depois de alguns passos, ela se desequilibrou e eu a segurei.

That Night ⟢ FRANCO COLAPINTOOnde histórias criam vida. Descubra agora