Coração em guerra

Capítulo 8 - MT

Capítulo 8 - MT

Kael e Manuella entraram na casa com um sorriso contagiante. Eu estava na sala, jogado no sofá, quando Kael, todo despreocupado, anunciou:

— Hoje eu vou dormir aqui, Manuella!

— Eba! Meu melhor amigo vai dormir aqui hoje! — Manuella gritou, pulando de felicidade. Ela adorava quando Kael passava a noite, e eu sabia disso.

Kael entrou sem camisa, mostrando aqueles músculos que, por algum motivo, sempre me deixavam nervoso. Eu fiquei ali, parado, observando. Não pude evitar. O jeito como ele se movia, como se estivesse à vontade na minha casa, me deixou inquieto. Ele percebeu meu olhar, mas apenas sorriu, como se estivesse se divertindo com a situação. Aquilo me deixou ainda mais puto por dentro.

— Ô, Kael, você gostou do meu amigo que eu te apresentei hoje lá na faculdade? — Manuella perguntou, meio brincando, meio curiosa.

— Gostei! Ele é bonito... Ainda bem que sou bi. — Kael respondeu com um tom leve, mas suas palavras me atingiram como um soco no estômago.

Meu coração disparou. O que ele quer dizer com isso? Um misto de ciúmes e raiva cresceu dentro de mim. Eu sabia que não deveria me importar, mas não consegui evitar. Como ele podia ser tão aberto sobre isso? Enquanto eu me contorcia de sentimentos confusos, Kael parecia estar se divertindo, quase como se quisesse me provocar.

Tentei disfarçar, mas era impossível. A última coisa que eu queria era mostrar para Manuella que a reação do Kael me afetava. Então, forcei um sorriso e disse:

— Legal, né? — tentei soar casual, mas minha voz traiu meu estado de espírito.

Manuella percebeu a tensão no ar, mas não disse nada. Continuou falando sobre seus planos para a noite, alheia ao conflito dentro de mim. Enquanto isso, eu me afastei um pouco, buscando um canto na casa onde eu pudesse respirar. O que estava acontecendo comigo? Por que eu estava assim?

Quando me afastei, Kael me seguiu com o olhar, e eu senti sua presença pesada atrás de mim. Ele sabia que eu estava puto, mas também sabia que eu não ia demonstrar. Aquilo só aumentava minha frustração. Como ele podia ser tão tranquilo enquanto eu estava ali, lutando contra meus próprios sentimentos?

A noite passou lentamente. Manuella falou e riu, mas eu estava em um mundo à parte. Enquanto eles se divertiam, a única coisa que eu conseguia pensar era em como o Kael tinha me deixado assim. Aquelas palavras, aquele sorriso... tudo aquilo só intensificava a batalha interna que eu estava enfrentando.

No fundo, eu sabia que precisava encarar isso. Mas, porra, como eu poderia fazer isso?