Antigamente, tudo era tão bom. Era apenas amigos vivendo sua infância normal.
Até a tragédia acontecer.
Brick, um hikikomori, se afunda em um mundo caótico e quebrado que tem apenas um fio que se conecta com a realidade: sua própria sanidade. Enquan...
Era complicado definir como aquela caminhada foi. Butch tagarelava toda hora, falando sobre qualquer coisa da vida. Às vezes, quando Boomer não encarava o fundo da alma de Brick, se intrometia e comentava alguma coisa, normalmente, algo ácido. Era… interessante ver essa cena. Eles não andaram por muito tempo, atravessaram umas três ruas e chegaram em uma pequena casa velha, rodeada de flores e utensílios de jardinagem perto de uma hortinha ao lado.
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-E aí está, sua casa! Ah… a nostalgia bate… - Butch para e encara as janelas - Por que tem marcas de ovo ali?
-A gangue punk sendo a gangue. Ainda tenho que limpar esse treco.
-Senhor… O que você fez pra eles?
-... Nasci
- BOOMER!
- Eu fiz muita coisa que irritou eles. Então é. Eles me odeiam por existir
… Era interessante essa conversa.
- Bem… muito obrigado por me acompanharem até aqui - Boomer parecia meio relutante em dizer isso, como se estivesse na defensiva.
- Sem problemas! Foi muito bom poder falar com você novamente, falando nisso. Nossa, a gente deveria se falar mais vezes.
- Hm, se você diz.
Butch ficou sério por um momento.
- Hey, ahn… Me desculpa. Por antes. Eu fui um… Completo babaca com você.
- Reconhece agora?
- Tô tentando pedir desculpas, não enche.
- Pedir desculpas, depois de anos? Butch, só… É complicado.
-Eu só… Não deveria ter deixado aquilo tudo ter acontecido com você. E ter te abandonado. E ter quebrado seu nariz.
- Sobre o nariz, relaxa, já aconteceu coisa pior. - Boomer riu um pouco - O tanto que já deslocaram meu ombro, não tá escrito. Você acha que eu carrego esse pé de cabra pra todo lado por quê? Não deixo barato pra quem me agride mais não.
Faz sentido pelo sangue naquele treco. Só é engraçado pensar no Boomer em uma briga.
-Então… Me perdoa?
Boomer para de sorrir.
-Butch, isso não é tão simples assim. Tá, você tinha sua vida pra seguir, eu entendo. Mas… Você só foi lembrar que eu existia recentemente. Faz quanto tempo que você sabia que aquela gangue estava me implicando?
-Foi mal, eu realmente…
-Não percebeu. Legal. Olha, isso não é uma coisa simples. Depois… Daquilo, era muito compreensivo dar uma afastada e se isolar. Eu só saia de casa pra ir pra escola, praticamente. Porém… Vocês simplesmente sumiram!
… Por que o plural?
-Eu só pensei que você precisava de um tempo sozinho
-E eu precisava, mas não que vocês esquecessem da minha existência!
