Capítulo 3

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Paula

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Paula

— A senhora tem mesmo que trabalhar essa noite, mamãe? – Maria faz um biquinho fofo, ela está sentada na pia do banheiro, abraçada com a Josefina enquanto me olha terminar de me maquiar.

Josefina é uma boneca de pano feia pra cacete que o padrinho da minha filha deu a ela quando nasceu, desde então Maria carrega esse troço velho para todo lado e as duas só dormem juntas.

— Tenho sim, meu amor, mas prometo voltar para você o mais rápido possível. – Me abaixo para ficar da sua altura e encho o seu rosto de beijos, fazendo-a gargalhar.

Às vezes nem consigo acreditar que a minha filha já está com seis anos e é a criança mais linda, doce e amorosa desse mundo. Ela puxou a pele escura do pai, que é o preto mais lindo que já vi na vida, mas não vale um tostão furado, diga-se de passagem. O que tem de bonito, o babaca do DG tem o dobro de malandro. Maria também puxou o cabelo bem cacheadinho do pai, e o sorriso que desarma qualquer ser humano nesse mundo, é assim que ela consegue ganhar tudo o que quer de mim sem nenhum esforço a danadinha.

A única coisa que a minha filhota herdou de mim mesmo são os famosos Amber Eyes, tipo olhos de lobo cor de mel com alguns riscos esverdeados dependendo da iluminação ambiente, ou quando o nosso humor muda para algo mais intenso, o que, no meu caso, acontece quase sempre, tenho o pavio curtíssimo. De resto, a beleza dos traços negros marcantes da Maria vieram todos do embuste do pai dela que nunca quis saber da filha.

Azar o dele, que não faz questão de participar da vida da melhor coisa que ele provavelmente fez nesse mundo.

— Quando a senhora voltar traz um presente para mim, mamãe? – Faz uma carinha fofa que é impossível dizer não.

— Eu vou pensar em algo bem legal, eu prometo! – Pisco para ela.

— Ebaaa! Eu te amo, mamãe. – Abraça o meu pescoço e os meus olhos se enchem de lágrimas, tenho tanto medo de não conseguir cumprir a promessa de voltar para a minha filha.

— Eu também te amo, filha! Seja uma boa menina e obedeça a sua babá, está bem? – Toco a pontinha do seu nariz arrebitado.

— Eu sempre me comporto bem, meu padrinho disse que eu e a Josefina somos boas meninas. – Beija a cabeça da sua boneca feia e depois a abraça bem forte, essas duas são mesmo inseparáveis.

— E eu assino embaixo do que o seu padrinho Léo disse, meu amor. – A babá da Maria aparece na porta do banheiro.

A dona Elza é uma ótima pessoa que nunca me julgou por ser mulher da vida, ela trabalha comigo desde que a minha filha era um bebê e é como se fosse uma avó para a Maria.

— Ótimo, meninas, mas agora eu preciso ir para o trabalho porque já estou atrasada. – Beijo o rosto das duas.

— Se ver a tia Val no trabalho, diz que eu mandei um beijo. – Maria sorri inocente.

PROMOTOR PEDRO ALCÂNTARA - Série Homens da Lei - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora