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Finney estava em um momento de desespero, as ruas escuras refletindo sua solidão e angústia. Ele não queria estar ali, mas a necessidade de cuidar de Gwen e de sua mãe o forçava a buscar soluções em lugares que nunca imaginou. Cada passo que dava parecia mais pesado, e a dor no coração aumentava a cada segundo.

Quando o carro preto parou no sinal vermelho, seu coração disparou. Era uma oportunidade, mesmo que arriscada. Ele se aproximou com cautela, temendo a rejeição. O homem dentro do carro era imponente, com um olhar que misturava mistério e perigo. A primeira impressão foi de medo, mas também havia algo intrigante nele, algo que despertava uma curiosidade inesperada.

Ao ver o sangue nas roupas do homem, Finney hesitou. O que poderia ter acontecido? Ele deu dois passos para trás, tentando avaliar a situação. Por um lado, precisava da ajuda, por outro, sua intuição lhe dizia para ter cuidado. A tensão no ar era palpável.

- Desculpe incomodar - Finney começou, a voz trêmula. - Eu... estou tentando vender algumas coisas para conseguir comida - Ele olhou nos olhos do homem, tentando decifrar seu olhar. Havia uma mistura de compaixão e algo mais obscuro ali.

O homem o observou em silêncio por um momento que pareceu uma eternidade. Finney sentiu o peso do olhar sobre ele, como se estivesse sendo avaliado não apenas pelo que dizia, mas também pela sua situação. O carro luxuoso contrastava com a realidade dura que ele vivia.

- Você está precisando de ajuda? - O homem perguntou finalmente, sua voz era profunda e calmante, mas havia uma intensidade que fazia Finney se sentir vulnerável.

Finney hesitou. Ele estava tão acostumado a lidar com suas dificuldades sozinho que aceitar ajuda parecia quase impossível. Mas a imagem de Gwen doente e a necessidade urgente de remédios o empurraram para frente.

- Sim - ele respondeu baixinho, quase um sussurro. - Minha irmã precisa de remédios... E eu... eu só quero garantir que ela fique bem.

O homem fez um gesto para abrir mais a janela e Finney sentiu um misto de esperança e medo. O que ele estava prestes a dizer poderia mudar tudo ou apenas complicar ainda mais sua vida.

- Entre - disse o homem com um sorriso enigmático nos lábios. - Vamos resolver isso.

Finney olhou para os lados, as ruas desertas parecendo ainda mais sombrias naquele momento decisivo. Era arriscado, mas talvez fosse exatamente o tipo de ajuda que ele precisava. Com o coração na garganta e uma mistura de ansiedade e esperança pulsando dentro dele, Finney tomou uma decisão que poderia mudar seu destino.

Finney hesitou por um momento, analisando o carro luxuoso e o homem que lhe oferecia ajuda. A dúvida pairava no ar, mas a necessidade de cuidar de Gwen foi mais forte. Ele respirou fundo e decidiu entrar no carro.

Assim que se acomodou no banco do passageiro, sentiu uma onda de nervosismo percorrer seu corpo. O interior do carro era tão sofisticado, com couro e tecnologia que ele nunca tinha visto de perto. O homem virou-se para ele, seu olhar intenso fazendo Finney se sentir exposto.

- Meu nome é Robin - disse o homem, enquanto ligava o motor. - E você é?

- Finney - respondeu, nervoso. - Eu... eu só preciso de ajuda. Minha irmã está doente e não tenho dinheiro para comprar os remédios.

Robin assentiu, sua expressão se suavizando um pouco. - Entendo. E você tem algo que possa me oferecer em troca? Não estou falando apenas de dinheiro.

Finney franziu a testa, confuso. - O que você quer dizer?

- Eu gosto de ajudar as pessoas, mas também preciso de algo em troca. Às vezes, isso pode ser um favor ou uma informação - Sua voz era calma e controlada, mas havia uma camada sutil de seriedade que fez Finney perceber que estava entrando em um jogo perigoso.

Ele pensou rapidamente. O que ele poderia ter para oferecer? A única coisa que lhe veio à mente foi sua experiência nas ruas, conhecendo as pessoas e os lugares que poderiam ser úteis a alguém como Robin.

- Eu conheço a cidade - disse Finney hesitante. - Posso te ajudar a encontrar o que você precisa aqui.

Robin sorriu, um sorriso que misturava aprovação e uma pitada de malícia. - Ótimo. Vamos fazer assim, eu vou te levar até uma farmácia agora mesmo e comprar os remédios para sua irmã. Em troca, você me passa o seu endereço para eu levá-lo para casa.

Finney assentiu, sentindo uma mistura de medo e desespero. Era uma proposta estranha, mas ele precisava dos remédios urgentemente.

Enquanto o carro atravessava as ruas desertas da cidade, Robin começou a fazer perguntas estranhas sobre a vida do garoto, o que ele gosta, sua idade, onde estuda. Finney respondeu o melhor que pôde, tentando não parecer muito desesperado.

Finalmente chegaram à farmácia. Robin estacionou e saiu do carro com Finney logo atrás dele. O homem parecia confiante enquanto caminhava até a entrada da loja. Dentro da farmácia, Robin se dirigiu ao balcão e pediu os remédios que Finney mencionou.

Enquanto esperavam, Finney observou Robin de perto. Havia algo intrigante nele, ele exalava uma aura de poder e controle que fazia Finney se sentir pequeno em comparação. Mas também havia uma gentileza em sua maneira de agir quando falava com a farmacêutica.

Após alguns minutos tensos, Robin pagou pelos remédios e entregou a sacola para Finney com um sorriso satisfeito. - Aqui está. Cuide de sua irmã.

Finney segurou a sacola com gratidão transbordando em seu coração. - Obrigado - disse ele sinceramente.

- Agora é hora de cumprirmos nossa parte do acordo - Robin lembrou-o enquanto saíam da farmácia.

Finney hesitou por um instante antes de começar a contar sobre o endereço do bairro onde mora. - Eu moro na rua das palmeiras na casa 320

Robin ouvia atentamente, fazendo anotações em seu celular enquanto caminhavam pelas ruas vazias da cidade sob o brilho das luzes noturnas, indo em direção ao carro.

Conforme conversavam, Finney começou a perceber que estava se envolvendo em algo maior do que imaginava, algo perigoso e intrigante ao mesmo tempo. Ele não sabia até onde essa relação com robin iria levá-lo, mas uma coisa era certa: sua vida nunca mais seria a mesma após aquela noite.

- Entre no carro - O maior abre a porta do carro para o menor que entra sem reclamar.

The Swindler's - Rinney Onde histórias criam vida. Descubra agora