Eles estavam deitados na cama, e o corpo de Robin envolvia Finney em um abraço apertado, como se tentasse transmitir algum tipo de conforto ou segurança. No entanto, a sensação de proximidade parecia sufocar Finney, que, de repente, se desvencilhou do abraço com um movimento abrupto. Ele se afastou de Robin e, com um suspiro contido, levantou-se da cama, os pés tocando o chão com um leve som de pressa. Seus olhos estavam agitados, como se algo dentro dele tivesse quebrado, e ele se dirigiu à porta, com a intenção de sair dali.
Finney percorreu a casa com ansiedade, vasculhando todos os cantos em busca de algo que nem sabia se ainda existia: a chave. Ele abriu gavetas, revirou móveis, mas nada parecia indicar onde ela estava. A frustração aumentava a cada segundo, a sensação de não ter controle sobre nada se intensificando.
Enquanto isso, Robin, que havia observado o movimento do garoto com atenção, levantou-se da cama e seguiu silenciosamente, mantendo uma distância que parecia respeitar a agitação de Finney, mas também o intrigava. Robin o observava enquanto ele procurava pela chave, notando o desespero crescente no garoto. Havia algo na forma como Finney se movia, como se estivesse tentando escapar de algo mais do que apenas a falta de um objeto. Robin ficou parado por um momento, avaliando a situação, sem saber exatamente o que fazer, mas sem conseguir desviar o olhar.
- O que você está procurando? - ele pergunta curioso - Eu quero ir embora daqui - Robin sorriu de canto e ficou em silêncio, como se quisesse provocar o menor - Onde está a porcaria dessa chave? O que você ganha com tudo isso? - ele pergunta limpando as lágrimas - Quando eu quero uma coisa eu vou até o final para ter - ele diz se aproximando do garoto aos poucos e o menor tentava se afastar.
- Você é algum psicopata? Mafioso? Bandido? O que você é? - ele pergunta começando a ficar com medo, mas a conversa deles é interrompida pelo celular de Robin que começou a tocar, ele virou-se de costas para atender até que foi acertado com um vidro na cabeça.
Robin desabou no chão, o impacto da pancada na cabeça o fazendo perder os sentidos. O mundo ao seu redor desapareceu, a escuridão tomando conta enquanto seu corpo permanecia imóvel. Finney, rápido em sua reação, não perdeu tempo. Sabia que precisava agir, então começou a procurar pela chave nas coisas de Robin, suas mãos tremendo pela urgência da situação. Finalmente, depois de revirar o que encontrou pela frente, seus dedos tocando o metal gelado, ele respirou aliviado. A chave estava lá. Sem hesitar, Finney a pegou e saiu da casa, correndo apressadamente para o hospital.
Sua mente estava a mil, a ansiedade o consumia a cada passo. Ele sabia que o tempo estava contra eles, que cada segundo fazia a diferença. Quando finalmente chegou ao hospital, seus olhos procuraram freneticamente por qualquer sinal de sua irmã, e foi então que o viu. Ela estava sentada em um banco, os ombros curvados, as mãos cobrindo o rosto em um gesto de angústia, e o som de seu choro suave e incontrolável cortava o silêncio ao redor. Finney sentiu uma dor profunda no peito ao vê-la daquela forma, sua preocupação se multiplicando. Ele caminhou até ela, o coração apertado, sem saber o que dizer, mas com o desejo urgente de consolá-la. Ele se agachou ao seu lado, colocando uma mão em seu ombro, oferecendo-lhe apoio silencioso. O que quer que tivesse acontecido, ele sabia que agora, mais do que nunca, precisava estar ali para ela.
Finney sentou-se no banco, a mente ainda presa ao plano que havia formado. Ele havia pensado, até aquele momento, que poderia manipular Robin, usar a situação para ganhar tempo, talvez até encontrar uma maneira de escapar. Ele acreditava que, uma vez que a mãe dele se recuperasse, ele teria a chance de ir embora sem levantar suspeitas. Mas agora, vendo sua irmã ali, sozinha e desolada, algo dentro dele começou a ruir. O que acontecera havia mexido com ele de uma maneira que ele não imaginava. O medo, a dor e a impotência que sentia agora eram muito mais reais do que qualquer plano de fuga que tivesse concebido.
Ele respirou fundo, tentando se recompor, mas antes que pudesse organizar seus pensamentos, Gwen olhou para ele. Seus olhos, vermelhos e inchados de tanto chorar, encontraram os dele, e em um impulso, ela o abraçou com força - A mãe... ela faleceu, Finney - sua voz era quebrada, como se cada palavra fosse uma lâmina cortando a carne.
As palavras dela atingiram Finney como um soco no estômago. O mundo ao seu redor pareceu congelar, o som dos batimentos de seu coração abafando todos os outros ruídos. Ele ficou paralisado por um momento, incapaz de processar o que acabara de ouvir. Sua mente ficou em branco, como se estivesse fora de si, sem saber como reagir. Ele sentiu a pressão em seu peito aumentar, como se a realidade tivesse desmoronado de uma vez só.
O choque foi tão profundo que ele não conseguiu falar, nem sequer mover os músculos para retribuir o abraço. Tudo o que ele podia fazer era se deixar envolver por aquela dor compartilhada, enquanto as palavras de Gwen ecoavam em sua mente, pesando sobre ele como uma pedra. Ele havia falhado, e o peso daquilo tudo, da perda que ambos estavam enfrentando, o esmagou com uma força que ele não conseguia compreender.
O tempo estava se esgotando e a pressão aumentava a cada segundo. Finney sentia que o momento decisivo havia chegado. Agora, mais do que nunca, ele sabia que precisava fugir dali, com Gwen ao seu lado. A perda da mãe deles era irreparável, mas o que mais o consumia era o medo de Robin. Ele sabia que Robin não iria descansar até encontrá-los, que o maior não ia desistir de persegui-los, e isso o fazia sentir uma raiva crescente.
O fato de Robin saber exatamente onde eles moravam era um fardo que Finney não conseguia aliviar. Cada movimento, cada passo que dava, trazia consigo a lembrança de que Robin poderia encontrá-los a qualquer momento. Não importava o quanto ele tentasse se preparar ou planejar, essa ameaça constante era uma sombra que nunca o deixava. A ideia de que Robin, com sua força e agressividade, poderia se aproximar a qualquer hora o deixava furioso e impotente ao mesmo tempo. Ele sabia que não podiam ficar ali por muito tempo.
Gwen estava ao seu lado, frágil e vulnerável, sem saber o que viria a seguir. Mas Finney também sabia que ela dependia dele agora. Ele precisava ser o mais forte, pelo menos para ela, para que eles pudessem sair daquele lugar e encontrar um futuro longe de tudo o que os ameaçava. E enquanto sua mente corria, formulando planos e estratégias, a raiva contra Robin, contra tudo o que os havia aprisionado, só aumentava.
Cada segundo que passava naquele hospital, em meio ao vazio que a morte de sua mãe deixava, era um lembrete do quanto sua liberdade estava por um fio. Ele não sabia por quanto mais tempo conseguiria manter-se calmo, mas o que sabia com certeza era que não podiam mais esperar. Ele olhou para Gwen, apertando os dentes com firmeza. Eles tinham que ir, e tinham que ir logo.
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The Swindler's - Rinney
FanfictionFinney, desesperado para salvar sua irmã doente, aceita a ajuda de Robin, um homem enigmático que exige saber sobre o endereço do menor em troca de remédios. Ao se envolver nesse jogo perigoso, Finney descobre segredos obscuros que podem mudar seu d...