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Finney estava claramente perdendo a paciência com Robin. A frustração o levava a empurrá-lo, já que Robin estava muito próximo, como se invadisse seu espaço pessoal. Em um gesto de inquietação, começou a andar de um lado para o outro, de braços cruzados, tentando processar a situação - O que você quer em troca? O que eu preciso fazer pra você manter essa escola pública? Porque você está fazendo isso? - Finney questionava, sua curiosidade crescendo à medida que tentava entender as motivações de Robin.

Robin, por sua vez, observava tudo com um olhar intenso. Ele estava cada vez mais interessado na conversa e na dinâmica entre eles. Ao encarar Finney, um sorriso sutil surgiu em seu rosto. "Você é interessante, Finney," ele declarou, aproximando-se novamente do garoto. Essa aproximação não era apenas física, havia uma mudança na atmosfera, uma tensão palpável.

- Você conseguiu chamar minha atenção de uma forma impressionante - Robin continuou, avaliando Finney de cima a baixo. Essa observação era carregada de um tom quase provocativo, fazendo com que Finney o olhasse com desprezo, como se estivesse tentando se proteger da intimidade inesperada daquele momento. A interação entre os dois criava um contraste entre a frustração de Finney e o crescente interesse de Robin, revelando uma tensão complexa que poderia levar a desdobramentos inesperados.

Finney, ao ver Robin tão próximo novamente, se viu tomado por uma confusão. Ele não entendia exatamente o motivo de Robin gostar de ficar tão perto das pessoas, sempre impondo sua presença de maneira tão intensa. Ele olhou para o maior, tentando entender as intenções dele.

- O que você quer de mim? - perguntou, a voz trêmula, mas tentando se manter firme. - Pode falar, eu faço qualquer coisa.

Robin, com um olhar curioso, parecia não se importar com a hesitação do outro. Ele finalmente falou o que estava em sua mente, algo que causou um choque imediato em Finney.

- Eu quero que você seja meu brinquedo, que me satisfaça quando eu mandar.

O impacto da proposta foi grande, e Finney se viu perdido, tentando processar as palavras que soaram como uma pressão que ele nunca imaginou ser colocada sobre ele. Tentou reagir de maneira impulsiva, dando um tapa na cara de Robin, afastando-se rapidamente. Mas a sala estava fechada e a sensação de estar preso logo o tomou.

- Quem você pensa que é para me tratar assim? - Robin falou calmamente, mas com uma firmeza que fazia a tensão aumentar ainda mais. Finney sentiu o peso da situação, as palavras de Robin pairando no ar, e a confusão interna crescendo a cada segundo.

Robin, com um sorriso enigmático nos lábios, se aproximou ainda mais de Finney, que sentiu seu coração acelerar. Sem dar tempo para o menor reagir, ele o empurrou levemente contra a mesa, prendendo-o com facilidade. O olhar de Robin estava cheio de uma confiança que fazia o ambiente se tornar ainda mais opressor para Finney, que não sabia como reagir.

Finney, com os olhos arregalados e a respiração ofegante, tentava se mover, mas a pressão de Robin sobre ele era inescapável. Robin apenas ria, um riso baixo e sarcástico, como se se divertisse com o desconforto de Finney, sabendo que o maior estava no controle da situação. A risada ecoava nos ouvidos de Finney, tornando-se um som inquietante que aumentava sua sensação de impotência.

- Você realmente acha que pode sair daqui sem a minha permissão? - Robin perguntou, ainda rindo, mas com uma sutileza ameaçadora em sua voz.

Finney tentou se soltar, mas a sensação de ser preso, fisicamente e emocionalmente, o deixava cada vez mais nervoso. O riso de Robin se misturava com a pressão crescente dentro de Finney, tornando o ambiente sufocante, enquanto ele tentava processar a situação, sem saber como escapar daquela tensão silenciosa.

Robin soltou Finney, abrindo a porta com um movimento brusco, como se quisesse que o impacto das suas palavras ecoasse na mente do menor
- Já deixei claro quais são minhas intenções - ele disse, o tom dele misturando desafio e frieza - Cabe a você decidir o futuro dessa escola - As palavras pairaram no ar, pesadas e ameaçadoras.

Finney saiu da sala com raiva, seu coração batendo forte no peito. Ele não podia acreditar no que acabara de acontecer. A frustração o consumia enquanto ele se afastava de Robin, a imagem do maior ainda gravada em sua mente. O que ele realmente queria? A ideia de ser um "brinquedo" era absurda e inaceitável, e a forma como Robin o encarava deixava uma sensação de desconforto que Finney não conseguia ignorar.

Ao encontrar seus amigos nos corredores, ele tentou disfarçar a turbulência interna. - O que aconteceu?- perguntou um deles, notando a expressão tensa no rosto de Finney. Ele hesitou por um momento, mas decidiu não falar o que tinha acontecido - Nada, ele só conversou e explicou como vai funcionar as coisas agora - ele disse, a raiva ainda evidente em sua voz.

Os amigos trocaram olhares preocupados - Você precisa ter cuidado com ele - um amigo comentou. - Ele pode parecer inofensivo, mas tem um jeito de fazer as pessoas se sentirem pequenas.

Finney assentiu, sentindo-se apoiado pelas palavras deles. Ele sabia que não poderia enfrentar isso sozinho. Com a determinação renovada, decidiu que era hora de unir forças e descobrir uma maneira de lutar contra Robin e suas ameaças. O futuro da escola era importante, mas mais importante ainda era manter sua dignidade e não deixar que ninguém o controlasse.

A campainha da escola tocou, sinalizando o fim do dia, e Finney rapidamente pegou sua mochila, sentindo um alívio ao deixar as paredes que o aprisionavam. Ele saiu apressado, mergulhando na multidão que se espalhava pelas ruas. O movimento era intenso, com grupos de amigos conversando animadamente e famílias voltando para casa após um longo dia. No entanto, Finney se sentia isolado em meio a toda aquela agitação.

Enquanto caminhava, sua mente estava ocupada com os desafios que o aguardavam naquela noite. O peso da responsabilidade pressionava seus ombros. Ele sabia que teria que trabalhar duro para colocar comida na mesa. A imagem de sua família em casa, esperando por ele, era um motivador constante, mas também trazia uma carga de ansiedade "O que vou fazer se não conseguir o suficiente hoje?" pensou, mordendo o lábio inferior.

As luzes das lojas piscavam ao longo da rua, e o cheiro de comida dos restaurantes invadia seu nariz, fazendo seu estômago roncar levemente. Finney desejava poder parar e comer algo gostoso, mas a realidade era bem diferente. Ele precisava economizar cada centavo que conseguia ganhar. A vida não era fácil e cada dia parecia ser uma luta constante contra as dificuldades.

Ele passou por um grupo de jovens rindo e se divertindo e sentiu uma pontada de inveja. Aquela era a idade em que deveria estar aproveitando a vida, fazendo amigos e pensando apenas em estudar. Mas para ele, a prioridade era outra: garantir que houvesse comida na mesa e um teto sobre suas cabeças.

Enquanto caminhava mais adiante, os pensamentos sobre seu trabalho começavam a dominar sua mente. Ele já tinha se preparado mentalmente para as tarefas que o aguardavam.

Finney respirou fundo e tentou afastar os sentimentos sombrios. Ele não podia desistir, tinha que ser forte por ele e por aqueles que dependiam dele. Com esse pensamento em mente, acelerou o passo, determinado a enfrentar mais um dia na batalha pela sobrevivência. A caminhada até o barraco onde morava era longa, mas ele estava pronto para enfrentar os desafios que viriam, porque no final do dia, tudo valeria a pena se isso significasse dar um pouco mais de conforto à sua família.

The Swindler's - Rinney Onde histórias criam vida. Descubra agora