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Era por volta das 06:45 da manhã quando o alarme tocou, quebrando o silêncio do quarto de Finney. Ele se espreguiçou na cama, sentindo uma onda de preguiça que parecia ter se instalado em seus músculos. A noite anterior havia sido difícil, e a falta de comida pesava em seu corpo, tornando cada movimento mais difícil. Com um suspiro resignado, ele finalmente se levantou, arrastando os pés até o banheiro.

Ao entrar no banheiro, Finney já planejava um banho rápido. Sabia que não podia gastar muita água, mas a necessidade de se refrescar era urgente. Enquanto a água morna caía sobre ele, ele aproveitou para lavar o cabelo, sentindo a espuma do shampoo massagear o couro cabeludo. Ele podia ser pobre, mas não queria ser conhecido como "o fedido" da escola. A água quente o despertava aos poucos e, por um momento, esquecia das preocupações que o cercavam.

Depois de se enxaguar e desligar o chuveiro, ele se secou rapidamente com uma toalha e saiu do banheiro enrolado nela, ainda sentindo a leveza do banho. No quarto, pegou seu uniforme escolar e começou a se vestir com movimentos automáticos. Cada peça que colocava parecia um passo mais próximo da realidade fora daquela casa.

Assim que terminou de se vestir, Finney foi até o espelho para definir seus cachos. Ele sabia que seu cabelo tinha personalidade própria e merecia um pouco de atenção antes de sair. Com um pouco de gel e alguns toques aqui e ali, os cachos ganharam forma e vida.

Com a mochila já pronta ao lado da porta, ele respirou fundo e foi em direção à sala para avisar sua mãe que estava saindo. Ao entrar na sala, percebeu que Gwen ainda estava no quarto coberta por um cobertor, com uma expressão cansada no rosto. Ele não pôde deixar de sentir uma pontada de preocupação ao vê-la assim. - Oi mãe - ele disse suavemente. - Estou indo pra escola agora - Ela apenas assentiu com um sorriso fraco.

Finney deu uma última olhada em Gwen antes de sair de casa, sentindo-se dividido entre as responsabilidades da escola e a preocupação com a saúde da irmã. Mas sabia que precisava seguir em frente, fazer o melhor que pudesse era tudo o que podia fazer por enquanto.

Finney saiu de casa, sentindo o ar fresco da manhã no rosto. O céu estava claro, e a luz do sol começava a iluminar as ruas. Ele caminhou em direção à escola, que não ficava muito longe, mas a caminhada parecia um pequeno ritual diário, onde cada passo o afastava um pouco mais das preocupações do lar.

Enquanto avançava pelas calçadas, ele observava a rotina da vizinhança: as pessoas saindo para o trabalho, o cheiro do pão fresco vindo da padaria e o canto dos pássaros nas árvores. Apesar de seu estômago vazio, havia algo reconfortante na familiaridade daquele caminho. A cada passo, Finney tentava se concentrar nas coisas boas que poderia encontrar na escola: os amigos, as aulas e as pequenas aventuras que sempre surgiam.

Depois de alguns minutos de caminhada, ele finalmente avistou o prédio da escola ao longe. O coração de Finney acelerou um pouco, era um lugar onde ele podia ser mais do que suas dificuldades em casa. Ao entrar na escola, o barulho familiar dos alunos conversando e rindo encheu seus ouvidos. Era uma mistura de vozes animadas e risadas que sempre trazia uma sensação de pertencimento.

Logo avistou Griffin e Bruce perto do armário deles. Os dois estavam em meio a uma conversa animada sobre o último jogo de videogame que jogaram juntos. Ao notar a chegada de Finney, eles imediatamente acenaram com entusiasmo.

- Ei, Finney! Finalmente chegou! - Griffin exclamou com um sorriso largo.

- Você não vai acreditar no que aconteceu ontem à noite! - Bruce acrescentou, seus olhos brilhando de expectativa.

Finney sorriu, sentindo-se aliviado por estar cercado por seus amigos. Ele se juntou a eles enquanto caminhavam juntos em direção à sala de aula. A energia positiva deles era contagiante e ajudava a afastar os pensamentos pesados sobre sua casa e sua irmã.

The Swindler's - Rinney Onde histórias criam vida. Descubra agora