Narciso

Capítulo 5: Em Busca das Fadas

O ar estava carregado de determinação enquanto Narciso e Oliver se preparavam para sua nova jornada. Agora, mais do que nunca, Narciso estava decidido a encontrar uma das fadas que o abençoou no nascimento, na esperança de obter informações sobre a origem e a natureza de sua maldição.

— Você tem certeza disso, Narciso? — perguntou Oliver, enquanto ajustava a capa nas costas de Narciso para protegê-lo do frio da manhã.

— Tenho, Oliver — respondeu Narciso, com os olhos brilhando de um novo tipo de força. — Se há alguém que sabe como essa maldição funciona, são as fadas. E se não começarmos a procurar respostas agora, nunca saberemos o que realmente estamos enfrentando.

Oliver assentiu, confiante na decisão de Narciso.

— Então vamos fazer isso juntos, como sempre — disse ele, com um sorriso encorajador.

Com um último olhar para o castelo que deixavam para trás, os dois jovens partiram em direção à Floresta Encantada de Smeron. A floresta era um lugar de lendas antigas, onde o ar parecia vibrar com uma magia invisível e sussurros de tempos passados. As árvores eram altas e cobertas de musgo, com raízes grossas que serpenteavam pelo chão, como se a própria natureza estivesse viva e atenta a cada passo de Narciso e Oliver.

— Esse lugar é mais estranho do que eu lembrava — comentou Oliver, observando uma planta luminosa que crescia em espirais ao longo de uma árvore próxima.

Narciso olhou ao redor, maravilhado e apreensivo ao mesmo tempo.

— Aqui, a magia parece mais... pura — disse ele, quase em um sussurro. — É como se tudo aqui estivesse em harmonia, menos eu.

O comentário de Narciso foi seguido por um silêncio reflexivo, enquanto os dois avançavam mais fundo na floresta. Eles sabiam que encontrar uma fada não seria fácil, especialmente uma disposta a ajudá-los. As fadas eram seres de caprichos e segredos, e poucas delas eram vistas por mortais sem um propósito claro.

Depois de horas de caminhada, eles finalmente chegaram a um pequeno campo no meio da floresta, onde uma luz dourada os envolveu de repente. Narciso e Oliver pararam, cautelosos, enquanto uma figura etérea emergia de um feixe de luz dourada. Era a fada de vestido amarelo, a mesma que havia abençoado Narciso com coragem no batizado.

— Quem ousa me chamar? — perguntou a fada, sua voz melodiosa ecoando pelo campo.

Narciso deu um passo à frente, a esperança misturada com o medo em seus olhos.

— Sou Narciso, o príncipe que você abençoou há anos — disse ele. — Estou aqui para entender minha maldição e encontrar uma forma de quebrá-la.

A fada o olhou com olhos penetrantes, seu rosto uma mistura de curiosidade e cautela.

— Você é corajoso por vir até aqui, príncipe Narciso — disse a fada. — Mas também tolo. A maldição da fada violeta não é algo que se quebra com palavras ou desejos.

— Eu sei disso — respondeu Narciso, com a voz carregada de emoção. — Mas estou disposto a fazer qualquer coisa para ser livre.

A fada estudou Narciso por um momento, como se tentasse ler seu coração.

— Se você realmente quer respostas, então precisa provar que está disposto a enfrentar seus próprios desejos mais sombrios — disse ela finalmente. — Apenas assim poderá entender o verdadeiro poder da maldição.

Narciso assentiu, sua determinação inabalável.

— Farei o que for necessário — disse ele, sua voz firme.