Capítulo 12 - Pessoa Ingênua

155 9 11
                                    

Estamos aqui no Bar/Restaurante, nesta noite de início de semana. Desta vez é quarta-feira, e eu não pretendo ficar bêbado novamente.

"Você quer me agradecer por ter levado um soco aquele dia, então quer me pagar uma refeição?"

A jovem, que hoje vestia uma camisa larga de mangas curtas e escuras, perguntou como se não entendesse bem a situação. Deve ter parecido estranho, porque já fazia um tempo desde o incidente daquele dia. De repente, eu a convidei para uma festa de agradecimento só agora.

Seja gentil e não deixe ela perceber que a trouxe aqui intencionalmente para conversar e abrir o coração. Engane e pergunte... de novo.

Mas, desta vez, com certeza será um sucesso.

Porque eu obtive muitas informações sobre sua identidade.

"Sim, você pode pedir o quanto quiser. Acontece que tenho um cartão black. É uma boa oportunidade para presentear minha assistente."

Manmek me encarou, piscando. Aquela expressão sem emoção era realmente difícil de decifrar.

Fingi indiferença, virei para fazer o pedido com a garçonete e finalizei com uma garrafa de vinho tinto, enquanto a mulher de expressão calma pediu apenas fettuccine com molho de trufas, cogumelos e água. Era inacreditável. Ela agia de maneira tão tranquila e serena, nada parecido com o que sua história mostrava.

No entanto, não posso demonstrar muita suspeita. Finjo que hoje é uma oportunidade especial para que nós dois nos abramos, ou algo assim. Mesmo que, às vezes, meu olhar acabe se fixando nos lábios dela, pensando em coisas absurdas...

É realmente uma bobagem.

Enquanto esperávamos a comida, o vinho foi servido primeiro. O garçom trouxe duas taças, mas Manmek levantou a mão e recusou educadamente o vinho. Isso me fez levantar uma sobrancelha.

"Da última vez, você não recusou."

"Naquele momento, eu já tinha adivinhado que nós dois precisaríamos voltar de táxi."

Ah, quer dizer, daquela vez, com um dos braços dela engessado e eu bêbado, o resultado provavelmente foi... ela teve que chamar um carro. Quanto a hoje, mesmo que eu beba, minha mão ainda está funcionando normalmente. Posso ser o motorista.

Pensando nisso, sinto uma irritação instantânea com a garota à minha frente.

"Heh! Não quero ser fraco como naquela noite. Posso dirigir."

"É melhor não."

"Apenas uma garrafa de vinho?"

"Mas a que você pediu tem 13,5% de teor alcoólico, e pelo que eu sei, posso adivinhar que você vai pedir mais."

Não seja tão esperta.

"Então, e daí? O condomínio é bem aqui perto."

"Além de ser ilegal, ainda há o risco de acidentes."

Bem... É difícil discutir com ela desse jeito. Ter que responder uma mulher de rosto sério consome muita energia, sabe?

Eu fiz um biquinho e comecei a provocá-la um pouco. "Você bebeu cúrcuma em vez de sopa de arroz enquanto estudava? Por isso você é tão cumpridora da lei."

"Isso não tem nada a ver. Além disso, não estou dizendo para você não beber. Só estou dizendo para não dirigir hoje à noite."

"Certo." Peguei a bolsa, coloquei no colo e procurei as chaves do meu querido carro, colocando-as sobre a mesa antes de entregá-las à minha assistente. "Vou deixar com você, mas, se houver sequer um arranhão, vou cobrar os danos."

Presa ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora