Entrelaçados

#08

Outro momento especial na vida deles aconteceu durante o aniversário de Chan.

Era o primeiro aniversário que comemorariam juntos desde que começaram o relacionamento, e Seung-kwan e Vernon estavam determinados a fazer algo inesquecível.

No dia da surpresa, Chan não fazia ideia do que estava por vir. Seung-kwan e Vernon o haviam convencido de que não haveria nada de especial planejado, apenas um jantar tranquilo entre eles, sem festas ou presentes elaborados. Chan, que sempre foi mais reservado quanto a essas coisas, concordou, sem expectativas de nada grandioso.

Mas quando ele chegou à casa de Vernon naquela noite, foi recebido com um cenário completamente diferente do que esperava.

O jardim estava iluminado por centenas de pequenas luzes, piscando suavemente no ar da noite.

Havia uma mesa no centro, decorada com velas, flores e uma comida deliciosa preparada com todo o carinho por Seung-kwan e Vernon. Mas o que realmente chamou a atenção de Chan foi o telão improvisado que haviam montado, onde projetavam um vídeo cheio de fotos e vídeos dos momentos mais especiais que os três haviam compartilhado ao longo do último ano.

Chan ficou completamente emocionado ao ver as imagens de momentos simples — como a noite de filmes, a viagem ao chalé e até mesmo os desastres na cozinha. Cada cena projetada representava uma lembrança cheia de carinho e risadas. As lágrimas começaram a brotar em seus olhos enquanto o vídeo terminava com uma mensagem escrita em conjunto por Vernon e Seung-kwan: "Chan, você é o nosso presente, todos os dias."

Seung-kwan foi o primeiro a se aproximar, abraçando Chan por trás. “Você merece tudo isso e muito mais.”

Vernon, com seu jeito mais calmo, se colocou ao lado de Chan, segurando sua mão. “Queríamos que você soubesse o quanto é importante para nós. Esse é só o começo de tudo o que queremos construir juntos.”

Chan, ainda emocionado, mal conseguia falar, apenas acenou, apertando as mãos de Seung-kwan e Vernon, sentindo-se mais amado e valorizado do que jamais havia se sentido. “Eu... nem sei o que dizer. Eu amo vocês. Isso... isso é perfeito.”

Eles então se sentaram à mesa, onde compartilharam a comida com risos, brincadeiras e lembranças. A noite foi simples, mas cheia de significado. Chan sabia que aquele seria um dos momentos que ele guardaria para sempre, uma memória que iluminaria até os dias mais sombrios.

[...]

Alguns dias depois, eles decidiram ter outro momento especial, dessa vez mais descontraído.

Seung-kwan sugeriu que todos fossem ao karaokê, algo que Vernon e Chan nunca haviam feito. O lugar era modesto, mas Seung-kwan estava animado como nunca.

"Eu vou arrasar no karaokê!" Seung-kwan disse com um sorriso travesso, já se preparando para escolher a primeira música.

Vernon, mais reservado, riu. “Isso vai ser uma tragédia, eu tenho certeza.”

Chan, por sua vez, estava nervoso. “Eu nunca cantei na frente de ninguém...”

Seung-kwan se aproximou e puxou Chan para perto, segurando-o pelos ombros. “Aqui é o lugar perfeito pra isso. Não tem julgamentos. Somos só nós três e um monte de gente desafinada. Confia em mim, vai ser divertido.”

Quando a música começou a tocar, era claro que Seung-kwan havia escolhido uma das mais engraçadas possíveis. Ele cantava com todo o coração, mas de propósito errava o ritmo, exagerava nas notas e fazia todos ao redor rirem. Vernon e Chan se juntaram aos risos, a tensão se dissolvendo completamente.

Depois de algumas músicas, Seung-kwan finalmente convenceu Chan a subir ao palco. Com o incentivo de Vernon e o apoio de Seung-kwan, Chan cantou uma música que significava muito para ele, e, embora estivesse nervoso no começo, logo se soltou. Vernon e Seung-kwan assistiram com orgulho e carinho, sabendo que, para Chan, aquilo era um grande passo.

Quando a música terminou, Chan estava ofegante, mas com um sorriso enorme no rosto. Ele foi recebido com aplausos entusiasmados por Seung-kwan e Vernon, que correram para abraçá-lo.

“Você arrasou!” disse Seung-kwan, ainda rindo.

Vernon, sempre mais sério, sorriu calorosamente para Chan. “Você foi incrível. Sabia que ia conseguir.”

Chan sentiu uma onda de felicidade tomar conta dele. “Obrigado, sério. Eu nunca teria coragem de fazer isso se não fosse por vocês.”

A noite no karaokê acabou sendo uma das mais divertidas que já tiveram. Eles cantaram, dançaram, e riram até não aguentarem mais, criando mais uma série de memórias que jamais esqueceriam.

[...]

Outro momento especial surgiu quando decidiram visitar uma exposição de arte na cidade.

Vernon, sendo o mais interessado em artes, sugeriu o passeio, e tanto Seung-kwan quanto Chan concordaram, ansiosos por verem algo diferente.

A exposição tinha peças contemporâneas que desafiavam os sentidos e as interpretações. Vernon, sempre mais reflexivo, se perdeu em cada obra, tentando entender seus significados profundos, enquanto Seung-kwan fazia piadas sobre as esculturas abstratas.

“Eu juro que essa parece um cachorro de borracha.” Seung-kwan disse, apontando para uma peça peculiar, o que fez Chan rir alto.

“Talvez seja o ponto.” respondeu Chan, ainda rindo.

Vernon olhou para os dois com um sorriso nos lábios. “Vocês não conseguem levar nada a sério, conseguem?”

Seung-kwan deu de ombros. “Estamos aqui para nos divertir, e eu estou me divertindo bastante.”

Mas, no meio da brincadeira, Chan se viu atraído por uma pintura em particular. Era uma imagem simples de três figuras, de mãos dadas, caminhando por um campo de flores. Algo sobre aquela imagem tocou Chan profundamente, e ele ficou ali, olhando fixamente, sem dizer uma palavra.

Seung-kwan e Vernon perceberam o impacto que a pintura tinha sobre ele e se aproximaram, silenciosamente observando ao lado de Chan.

“Parece com a gente.” Chan disse suavemente. “Sempre juntos, sempre de mãos dadas, não importa o que aconteça.”

Vernon apertou a mão de Chan e olhou para ele com carinho. “É assim que tem que ser. Sempre.”

Seung-kwan, que dessa vez não tinha uma piada pronta, simplesmente sorriu e ficou ao lado dos dois, observando a pintura. O momento foi calmo, mas cheio de significado, como se aquela pintura fosse um reflexo da jornada deles até ali — um trio inseparável, caminhando lado a lado, superando tudo juntos.