Capítulo 2

12 3 3
                                    

O dia permaneceu assim, muitas pessoas para atender, com ferimentos leves, outros mais graves, mas nenhuma perda, – um alívio,  com certeza. – Uma parada para o almoço que, aliás, foi o macarrão com queijo mais delicioso do mundo, e ao final do dia mal conseguia sentir as próprias pernas. Finalmente, Amanda empurra a porta de saída, o sol quente agora dá lugar a um lindo pôr do sol. Desvia o olhar da paisagem e vê que Ben a está esperando, com uma postura meio relaxada ele massageia a nuca com uma das mãos e segura um copo com água com a outra.

— Eu disse que não ia ser moleza. – Diz enquanto lhe oferece o copo.

— É. Não foi nada fácil.

— E o doutor? Disse mais alguma coisa depois que eu saí? – Ben a encara com ar jocoso.

— Nada que valha a pena mencionar. – Diz dando de ombros e abrindo um sorriso.

 Amanda aceita a água e leva ao lábios deixando o líquido refrescar sua garganta. Estica os braços pra se alongar e faz uma careta sentindo as dores no corpo, que parecia estar em toda parte. Ben abre um sorriso complacente, e estende a mão a mão em sua direção. Ela o encara desconfiada por um breve momento, mas aceita a mão dele.

 — Você precisa comer alguma coisa. – diz Bem abrindo ainda mais o sorriso, enquanto a conduz até onde o Jeep está estacionado.

 Amanda pensa em protestar, mas está cansada demais e apenas se deixa levar. Assim que dão três passos, uma voz rouca e cansada atravessa o ar. Ben para de repente, o que faz Amanda tropeçar e quase cair, mas consegue se equilibrar graças à mão de Ben que ainda a está segurando. Os dois se encaram antes de olhar para trás.

— Ei, vai me deixar aqui mesmo? – Brian está com os braços cruzados, o cabelo preto mais bagunçado do que estava pela manhã deixando-o com uma aparência esgotada.
Ele mantém o olhar de repreensão em direção a Benjamin, e por um segundo realmente passa pela cabeça de Amanda que ele vai pular na garganta do rapaz, mas para sua surpresa ele suaviza a expressão e abre um meio sorriso. Naquele momento ela se dá conta de que ainda não o havia visto sorrir. Não era uma grande coisa, mas, ver aquele sorriso mesmo que por pouco tempo, abriu um espaçozinho em seu coração, e isso é bom.

 Ben solta sua mão e vai até Brian com um sorriso sem graça, joga o braço por cima do ombro dele.

— É, eu ia esquecer mesmo de você. – Diz em tom sarcástico.

— Grande irmão você é.

— Cara, entre ficar com uma moça linda e ficar com você, é obvio que eu vou escolher a moça.

Amanda tenta conter o sorriso.

Brian fecha o punho e dá um soco de leve no ombro do outro que finge ter ficado ofendido. Amanda cruza os braços sentindo uma brisa fria passar por ela e espera até que os dois irmãos se aproximem. Brian a encara deixando o sorriso desaparecer de seu rosto, passa a mão pelos cabelos pretos e atravessa até a porta do motorista sem falar com ela. Amanda revira os olhos e abre um sorriso incrédulo. – Parece que ainda vai ter que aguentar o estúpido por algum tempo. – Eles não tinham se falado em nenhuma vez depois de terem estabelecido a dinâmica de atendimento e ela já devia saber que não ia ser diferente naquele momento.

Antes que ela possa perceber Benjamin já estava sentado na parte de trás, o que significa que ela precisa sentar no banco do carona. Ela bate a porta do Jeep com força, o que faz os dois homens se voltarem para ela. Amanda vê pelo espelho do tapa-sol que Benjamin tenta esconder o sorriso e ela pisca para ele quando seus olhares se cruzam.

  Brian tenciona o maxilar e parece se esforçar muito para não dizer nada.  Ela vira o rosto para a janela e realmente tenta esconder a expressão de triunfo. Sente o vento frio no rosto e aprecia aquele momento. É verdade que não tá certo ficar provocando a ira das pessoas. Mas Brian Baker é um escroto. Talvez ele mereça só um pouquinho.

O Preço da Redenção Onde histórias criam vida. Descubra agora