Capítulo 3

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Depois de um bom banho, Amanda olha pela janela já sentindo as pálpebras pesadas. Abre um leve sorriso ao pensar no pequeno progresso da noite.  O fato de Brian ter pedido desculpas abre uma janela de oportunidades. Quem sabe daqui uns dias ela consiga ultrapassar aquela barreira que ele cria sempre que estão juntos. É como diz o ditado: A pressa é inimiga da perfeição.

Dá passos lentos e cansados até a cama e se senta ouvindo a madeira protestar. Pega a bíblia que ganhou de presente da mãe e abre em Deuteronômio 32:4

“Ele é a rocha, as suas obras são perfeitas, e todos os seus caminhos são justos. É Deus fiel, que não comete erros; justo e reto Ele é.”

 

Leva a bíblia até o peito, fecha os olhos e faz uma oração de agradecimento. Amanda sabe que Deus está ao seu lado. Durante toda o dia Ele se mostrou presente. Solta um suspiro leve e coloca a palavra de Deus de volta na cômoda. Sente os músculos do corpo protestarem ao se deitar, parece que a dor está por toda parte e faz uma careta ao esticar a coluna. Rapidamente suas pálpebras se fecham e adormece vencida pelo cansaço. 

...

         Acorda com uma batina frenética na porta.

          — Amanda! – Uma voz abafada soa do outro lado.

 Se levanta ainda sonolenta, cambaleando para o lado antes de encontrar o equilíbrio. Passa as mãos no rosto e se arrasta até a porta. – Que horas são? – pensa ela, e ouve mais uma batida.

— Já estou indo! – gira a maçaneta e fica surpresa em ver que Ben está na sua frente. O olhar aflito e o cabelo despenteado provam que ele está acordado há pouco tempo.

— Vamos para o hospital.

 Benjamin estende a mão e segura o pulso dela, prestes a puxar Amanda para fora do quarto.

— Espera!

Ela nota sua expressão aflita.

— O que aconteceu?

— Te explico no caminho. – Diz ele com pressa.

— Deixa pelo menos eu trocar de roupa. – Diz ela apontando para as próprias vestimentas, uma calça de dormir e camiseta.

 Ben passa os olhos por ela e com relutância solta seu braço.

Amanda fecha a porta e pega qualquer coisa que vê pela frente. Calça jeans clara, um tênis esportivo e uma regata preta. Se troca rapidamente e amarra o cabelo em um rabo de cavalo alto e desleixado. Pega o celular e vê as mensagens da mãe e irmãs. Apaga a tela e faz uma nota mental para respondê-las depois. Pega o jaleco na mala e joga dentro da bolsa. Vai ao banheiro e escova os dentes o mais rápido que consegue. Termina de lavar o rosto e caminha a passos largos até a porta.

Ben já está no fim do corredor quando ela sai do quarto. Amanda entra na sala e vê Abeke com um cobertor leve colorido em volta dos ombros, os braços cruzados tentam esconder a roupa de dormir. Obayana esfrega o rosto demonstrando preocupação. Amanda sente uma dor aguda no estômago e a ansiedade começando a dar sinais de sua presença. Ela acena para Abeke que devolve com um sorriso aflito. Ben está com tanta pressa que ela não consegue nem parar para cumprimentá-los direito.

...

 Saem da casa quase correndo e assim que entram no Jeep, Amanda percebe que não são nem sete da manhã. Se volta para Ben com relutância.

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