1 de abril

Cap 4; Minha própria vida.

Amado leitor,

De antemão, já peço perdão pelo sentimento de abandono que deixarei para muitos que gostam dos meus contos.

Os meus personagens, caros leitores, nunca foram apenas marionetes em um show de marionetes. Eles eram vida, eram pessoas com consciência, vontades e escolhas. Muitas das coisas que eu queria, eu não escrevi, pois não convinha aos personagens, mesmo eu querendo com todas as forças.

Carrego não apenas simples histórias; carrego vidas e situações, medo, raiva, confusão, alegria e amor. Para mim, esses mundos que criei não eram apenas ficção. Eram... um mundo perdido que eu não inventei, mas apenas apresentei.

Porém, a pressão de escrever um capítulo melhor que o outro, sendo o mais rápida possível, não me fez bem. Este ano, perdi minha prima e um senhorzinho da minha vida, aquele senhorzinho que me viu crescer; ele era, de fato, um amigo. E fui obrigada a perdoar seu assassino, mas algo em mim não conseguia seguir em frente.

E dessa dor... nasceu Dogday, de Me Ame Impuro. A dor de não salvar quem amamos, mesmo que nada pudéssemos fazer.

Este ano foi muito difícil para mim, pois também perdi a pessoa que mais amava neste universo, meu namorado, com quem estive por dois anos...

Tudo, tudo estava me pressionando. A pressa, as expectativas, a dor das perdas. E acabei estragando meus lindos contos, com cenas desnecessárias, com coisas que até eram cringe.

Caros leitores, para vocês, pode até não ser tão importante, mas meus contos são para mim. E por isso, vou colocar um fim em tudo.

Não sei se isso é algo definitivo para mim, mas sei que é para você, leitor. Pois talvez, um dia, eu volte a escrever, mas quando esse dia chegar, essas histórias estarão empoeiradas, e minha conta em decomposição. Ninguém mais estará me esperando. Ninguém mais irá me ler.

E é apenas para dar um fim digno a cada personagem que eu voltarei, isso se eu voltar.

Obrigado por tudo, caro e prezado leitor, obrigado por me proporcionar o prazer mais puro que uma mera escritora poderia sentir: o de me sentir amada pelo que escrevo, querida, pelos contos extraordinários.

Caro leitor, eu posso até voltar, mas esta é a despedida para vocês, o ponto final. Então eu pergunto, valeu a pena a jornada?

A vida é a mais brilhante e genial de todas as fanfics. Façam dela a história de vocês, assim como farei para mim.

Obrigado por me lerem até aqui, como crianças que escutam fantasiosas histórias de suas mães antes de dormir.

Adeus, amados leitores.

Assinado: Uma vez... Fanic