perseguidor noturno

capítulo 6-Riat Archer

Nesse exato momento, estou indo para a sala da minha noiva. Antes de ir, preciso notificá-la o quanto antes e, claro, pessoalmente. Já está na hora dela ter um treinamento prático. Fazem três anos que a treino para comandar a máfia. Ela tem mais do que capacidade, aprende muito rápido.

— Ekaterineeeeee! — falo cantarolando enquanto a observo. — Tenho ótimas notícias para você...

— Lá vem bomba — ela responde, sentando-se à mesa e me encarando. — Fala aí, filhote de cruz-credo.

— Eiiii! Você vai administrar a máfia daqui por um tempinho. Vou ter que ir para a Rússia — digo com um sorriso sapeca.

— Quanto tempo, Riat? — ela pergunta, mais séria do que o comum.

— Tempo indeterminado... Vai ser um mini treinamento. Se a máfia crescer ou você conseguir mantê-la estável, eu te dou o cargo de líder e fico como seu conselheiro.

— Meu Deus! Eu sabia que você iria para a Rússia, mas tão de repente? E ainda deixar tudo nas minhas mãos... Seu pai vai odiar... Não me diga que você matou ele! — ela exclama, gargalhando no final.

— Então, tenho um pedido para você...

— Antes, me diz o motivo de você ter matado ele! — continua rindo.

— Porque ele mexeu com algo que é meu. Falando nisso, preciso que você proteja uma pessoa. Por favor, não deixe que nada de mal aconteça a ela. Enquanto isso, eu cuido do seu garoto na Rússia. Só a proteja e peça para enviarem os presentes que eu mandar. — Ajoelho-me diante dela, quase implorando, com uma expressão de pedido sincero. Nunca havia feito isso antes, mas, por essa pessoa, vale a pena.

— Levanta, Riat! Que caralhos! Essa menina é tão importante assim para você a ponto de te colocar de joelhos? Nunca mais se ajoelhe para ninguém, cacete! — ela esbraveja, olhando-me indignada.

Levanto-me e coço a nuca, sem jeito, olhando para ela. Sim, aquela pessoa era importante. Sem ela, eu não sabia o que seria de mim. Talvez tivesse enlouquecido por completo.

— Sim, Ekaterine, ela é muito importante para mim. Astuta como sempre, você já percebeu que é uma mulher. Como adivinhou?

— Simples, você disse “ela” na frase. Apenas deduzi que fosse uma mulher — responde com um sorriso vitorioso. — E você acabou de confirmar minha suposição.

— Bom, minha secretária vai te passar todas as informações dela. Só tem um detalhe... Não sabemos de nada antes dos cinco anos de idade dela. É como se tudo tivesse sido apagado.

— Deixa que eu cuido dela, ok? Mas, por favor, não se distraia lá.

— Pode deixar, pequena. Boa sorte com tudo aqui no Brasil. Quero um relatório pelo menos a cada três meses.

— Pode deixar! Vai procurar sua irmã, né? A Abigail.

— Vou. Ela é a única capaz de dar conta disso. O problema é que estava fugindo do meu pai, e aquela menina é uma verdadeira rata. Sua especialidade é desaparecer. Não é à toa que era capo do 2º Distrito. Se não me engano, o apelido dela era “Leviatã das Sombras”. Todos a temem sem sequer saber quem ela é, ou até mesmo o gênero.

Olho para Ekaterine com orgulho. Eu me orgulhava muito da minha irmã. Aproximo-me, dou um beijo em sua testa e esboço um sorriso.

— Eu não sei o que fazer, Ekaterine. O que minha mãe vai dizer quando descobrir tudo isso?

— Calma, ela vai entender o seu lado. Até porque, ela é uma russa que defende a honra!

— "Sua honra vem em primeiro lugar, depois vem você!" — como dizia minha mãe.

— Ela é um doce. Até nos apoiou para esperarmos nos casar e, depois disso, seguirmos caminhos diferentes.

— Eu não entendo ela — dou uma gargalhada sincera, mas logo assumo uma postura séria. — Melhor eu ir pegar meu jatinho. Seja consciente e cuide da minha princesa. Não faça merda enquanto eu estiver fora, entendeu?

— Tá, senhor babaca. Dá uma checada no Noah — ela responde, com um sorriso bobo ao mencionar o nome do namorado.