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•Maitê•

Saio do banheiro depois de um banho gelado, Luccas já tá deitado na cama, porém ainda acordado mexendo no celular. Seguro a toalha em meu corpo me aproximando do seu guarda roupa.

-Qual é a gaveta?- pergunto.

Luccas: é a mesma de sempre, nunca mudei os lugares, lembra quando você me ajudava a arrumar pra minha mãe não brigar?- sorrio lembrando.

Desde bem pequenos éramos muito grudados, nós quatro, sempre foi a gente, mas aí crescemos e cada um seguiu seu caminho, porém sempre se vendo e se encontrando em coisas de família, enfim.

O álcool deu uma passada depois do banho, não queria que o amanhã nunca chegasse, pra mim não ter que sentir a dor de cabeça da ressaca, pior coisa.

-Lembro, eu sempre te livrava né.- ele confirma rindo e eu abro a segunda gaveta vendo suas roupas dobradas.

-Ué, aprendeu a arrumar a gaveta?

Luccas: Tu que me ensinou a dobrar os bagulhos direitinho, o pai é brabo, fala tu.

-Brabo e metido né, tu não era assim.- escolho a camisa que quero.- vira aí pra eu me trocar .

passo a blusa dele pelo meu pescoço e ficou parecendo um vestido de tão grande, pego uma cueca que seja a menor que tem aqui, e uso de shortinho.

Me olhou no espelho e dou risada vendo o macho que eu tô, misericórdia.

-pode virar já, tô prontissima.- ele se vira me olhando de cima a baixo.

Luccas: tá Zika pai, brabo.- jogo a almofada nele que desvia e me sento na cama pegando meu celular.

Respondo a Bia que aparece agora e se deu conta que eu sumi, falo que tô bem e desligo o celular respirando fundo, só não quero levar bronca amanhã quando chegar em casa.

-Tenho que acordar cedinho amanhã, pra meu pai não perceber que não cheguei em casa.

Luccas: então tu não vai nem dormir né, porque já tá quase amanhecendo Maitê, relaxa aí, qualquer b.o minha mãe fala que você tava aqui.

-Você sabe que eles vão pensar outra coisa da gente né?

Luccas: tô ligado, mas nós dá um migué e pronto parceira, sabe mentir não?

-Sei, você sabe que sim.

Luccas: então pô, fica Dboa aí, e é teu aniversário né, eles vão aliviar dessa vez.- confirmo.

-Lembrando em aniversário, tu nem me deu presente seu falso.

Luccas: Ixi, tá pensando mal de mim aí pô, quem disse que eu não te deu presente?

-Eu sei meu filho, você só me deu parabéns tá, mas tudo bem, eu não ligo- minto, ligo muito.

Luccas: eu deixei meu presente por último, porque é o melhor tá ligada?

-Duvido muito.

Luccas: fecha o olho que eu te mostro - levanto as sobrancelhas ficando desconfiada com isso tudo.- vai Maitê, confia em mim não?

-Tá tá, vai logo.- fecho os olhos esperando o tal presente, sinto seu rosto de aproximando cada vez mais do meu me deixando nervosa.

-Oque é isso Luccas? Tô ficando com medo.

Luccas: relaxa Maitê.- respiro fundo quando de repente sinto alguma coisa encostando na minha boca.

Meu coração dispara e meu cérebro paralisa tentando realmente saber se é isso mesmo que eu tô imaginando.

Sem muito tempo de pensar um beijo é iniciado por ele, a boca que eu sempre sonhei finalmente está encostando na minha.

Abro os olhos rapidamente sem parar o beijo só pra confirmar que era ele mesmo, mas fecho novamente assim que confirmo.

Sua língua se encontrava com a minha , na mesma sintonia, parecia que precisamos daquilo. Nosso beijo exalava vontade, desejo e uma sensação boa no peito.

Sua mão por dentro do meu cabelo puxando de leve, seguro forte em.sua nuca sentindo o aperto na minha cintura.

Ele me puxa pra sentar em seu colo e assim eu faço, elee.beija sedento por mais, a vontade só aumenta e meu desejo por ele triplicou. O beijo é finalizado pela maldita falta de ar e então abro os olhos encarando seu rosto.

Luccas:  eu queria muito mais que só esse beijo teu Maitê, mas vou me controlar.

-E você tá descontrolado Lucas?

Luccas: pra caralho, quando eu te fuder, quero que você lembre de cada detalhe, agora tu tá bêbada, não vou fazer isso contigo.

-Então esse é o meu presente de aniversário.- sorrio.

Luccas: Deixei o melhor pro final, tá ligada né.- dou risada e ele deixa um selinho em meus lábios.

-Tô ligada.- me levanto de seu colo e me sento na cama.

Luccas: tu sempre foi como uma irmã pra mim Maitê, mas eu sempre te quis, acho que tu já tá ligada.

- Quando criança eu até achava, mas depois não.

Luccas: tu sempre foi linda, eu desde moleque vidrado em tu, isso que aconteceu agora, é vontade minha e não é de hoje.

-Não fazia ideia disso, mas tu sabe que eu também gostava de você, por isso quando todo mundo dizia que a gente namorava eu corria pra chorar.

Luccas: Sério? Eu pensava que era porque tu me achava feio, aí tu chorava com raiva.- dou risada negando.

- nada haver, eu ficava com vergonha e com medo do meu pai brigar, aí eu chorava no meu quarto.

Luccas: caralho, não imaginava nunca, por isso eu ficava todo sem graça quando falavam de você.

-E eu jurando que você odiava, a vida é louca mesmo viu.

Luccas: pois é... Vamo dormir antes que amanheça.

-Verdade, não posso chegar tarde em casa não.

Luccas: mas fica Dboa, eu peço pra minha mãe avisar a sua, aí fica suave.- confirmo recebendo um selinho em meus lábios e então me deito.

Deitada de costas pra ele, me enrolo com o lençol sentindo ele fazer o mesmo. Meus olhos fechados e meu corpo calmo, mas por dentro eu queria pular de tanta alegria, meu eu de nove anos deve estar muito feliz por finalmente realizar o meu desejo.

Eu posso estar sendo muito emocionada, mas só eu sei o quanto eu esperei pra esse momento, na minha cabeça isso nunca iria acontecer, e aconteceu, no dia do meu aniversário....

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•Lance Criminoso ²Onde histórias criam vida. Descubra agora